terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Prazer em dar e receber

PRAZER EM DAR E RECEBER

No início dos anos 90 recebi uma assinatura da revista VIVÊNCIA. Provavelmente esse presente foi proporcionado por um dos servidores de confiança de Alcoólicos Anônimos que levaram a mensagem de A.A. ao sistema penitenciário do Rio de Janeiro.

Fiquei maravilhada com a VIVÊNCIA e imediatamente lembrei-me de dois estágios ao término do curso de serviço social, em meados dos anos 70, em clínicas psiquiátricas, com um significativo número de alcoólicos internados, quando a rotina era a internação do paciente para desintoxicação e alta hospitalar. Na maioria das vezes, os pacientes acumulavam sérias perdas pelo quadro evolutivo da doença e várias internações hospitalares.

Naquela época eu tinha algumas informações de que A.A. era uma esperança para o alcoólico, mas sabia que era preciso o alcoólico ou a sua família ter a rara sorte de localizar um Grupo de A.A. O acesso do profissional ao programa de A.A. era quase impossível, eu não conhecia nada com referência à literatura da Irmandade.

Já no final dos anos 80 conhecia a CENSAA do Rio de Janeiro e pude olhar para a irmandade de A.A. com profunda admiração, compreendendo que o crescimento de A.A. está ligado ao número de alcoólicos em recuperação e que a sua auto-suficiência não só diz respeito ao fator financeiro, mas à expansão dos serviços de A.A., observando sempre os Três Legados de seus co-fundadores: Recuperação, Unidade e Serviço.

Em 1993, no número 25 da revista VIVÊNCIA, Dom Helder Câmara, Arcebispo Emérito de Olinda e Recife, escreve uma mensagem para Alcoólicos Anônimos: "Pudesse o espírito de move os Alcoólicos Anônimos ser internalizado por outros grupos e pessoas, em escala planetária, seguramente não teríamos a guerra, a fome, a miséria". Este último parágrafo da mensagem de Dom Helder sugere uma reflexão para que a divulgação da mensagem de A.A. esteja disponível para aqueles que estão interessados em conhecê-la.

No final desta década, vejo a revista VIVÊNCIA como sendo um eficiente veículo de comunicação para o público em geral. VIVÊNCIA traduz de forma fidedigna e bem-humorada o que é Alcoólicos Anônimos, o que faz e o que não faz. Na minha experiência entre amigos, a VIVÊNCIA tem sido a maneira mais simples de apresentar-lhes a Irmandade de A.A.
A revista VIVÊNCIA, com seus quatorze anos de existência e de constante aperfeiçoamento técnico, tornando-se cada vez mais agradável, tem ajudado imensamente na comunicação dentro de A.A. e daqueles que desejam conhecer a filosofia da Irmandade. Próximos do terceiro milênio, certamente poderemos ver a nossa revista VIVÊNCIA chegar ao público que hoje não a alcança.

Ana Maria Ferreira de Araújo
Custódia não-alcoólica
(Vivência - Edição Especial)

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