sábado, 30 de abril de 2011

A Importância do Anonimato


A Importância do Anonimato
Tradicionalmente, os membros de A.A. sempre cuidaram de manter seu anonimato em nível público: na imprensa, no rádio, na televisão, no cinema e, mais recentemente, na Internet.
Nos primeiros dias de A.A., quando a palavra "alcoólico" levava um estigma maior do que hoje, era fácil entender este receio de identificar-se publicamente.
À medida que Alcoólicos Anônimos foi crescendo, logo se tornaram evidentes os valores do anonimato.
Primeiro, sabemos, por experiência, que muitos bebedores-problema vacilariam em recorrer a Alcoólicos Anônimos se acreditassem que seu problema seria assunto de discussão pública, ainda que por descuido. Os novatos devem ter a possibilidade de buscar ajuda com total segurança de que sua identidade não será revelada a ninguém fora da Irmandade.
Ademais, acreditamos que o conceito de anonimato pessoal tem também um significado próprio para nós - que contribui para refrear os impulsos de reconhecimento pessoal e de poder, prestígio e riqueza que provocaram tantas dificuldades em outras sociedades. Nossa eficácia relativa ao trabalho com os alcoólicos poderia ver-se prejudicada em alto grau se buscássemos ou aceitássemos o reconhecimento público.
Ainda que todo membro de A.A. tenha perfeita liberdade de interpretar as Tradições de A.A. como melhor lhe aprouver, não se reconhece a nenhum indivíduo a legitimidade como porta-voz da Irmandade em nível local, nacional ou internacional. Cada membro fala unicamente por si mesmo.
Alcoólicos Anônimos tem uma dívida de gratidão com todos os meios de comunicação pelo que eles têm contribuído, ao longo dos anos, em reforçar a Tradição de Anonimato. O CTO/JUNAAB envia correspondência regularmente aos meios de comunicação para explicar-lhes essa Tradição e pedir-lhes que cooperem para que ela seja cumprida.
Por diversas razões, um membro de A.A. pode "romper" seu anonimato deliberadamente perante o público. Já que isso é um assunto de escolha e consciência pessoais, obviamente a Irmandade como um todo não tem nenhum controle sobre tais desvios da Tradição. Não obstante, fica bem claro que os membros que o fazem, não têm a aprovação da maioria esmagadora de seus companheiros de Alcoólicos Anônimos.

Reflexões diárias: 30/04

30 DE ABRIL

UM GRANDE PARADOXO

Esses legados de sofrimento e reabilitação são facilmente transmissíveis de um alcoólico para o outro. Trata-se de nossa dádiva divina, e cuidar que ela seja também conferida a outros como nós é o único objetivo que hoje em dia anima os AAs em todo o mundo.

OS DOZE PASSOS E AS DOZE TRADIÇÕES, p. 136

    O grande paradoxo de A.A. é que sei que não posso manter a preciosa dádiva da sobriedade a não ser que eu passe a outros. Meu propósito primordial é manter-me sóbrio.
 Em A.A. não tenho outro objetivo, e a importância disto é um assunto de vida ou morte para mim. Se me desviar deste propósito, eu perco. Mas A.A. não é somente para mim, é para o alcoólico que ainda sofre.
    As legiões de alcoólicos em recuperação permanecem sóbrias porque compartilham com seus companheiros alcoólicos.
    A maneira de conseguir minha recuperação é mostrar aos outros em A.A., que quando compartilho com eles, todos crescemos na graça do Poder Superior, e estamos no caminho de um destino feliz.

sexta-feira, 29 de abril de 2011

Sobre a Oração da Serenidade


A PRÁTICA DA ORAÇÃO DA SERENIDADE -
do livro Viver Sóbrio cap. 7

Nas paredes de milhares de salas de reuniões de A.A., pode-se ver em pelo menos cinco idiomas, a seguinte invocação:
Concedei-nos, Senhor, a Serenidade necessária
para aceitar as coisas que não podemos modificar,
Coragem para modificar aquelas que podemos,
e Sabedoria para distinguir umas das outras.

Não foi A.A. que a criou. Diferentes versões têm sido empregadas através dos séculos por várias crenças, e esta é de uso corrente hoje em dia tanto fora de A.A. como dentro da irmandade. Quer pertençamos a esta ou àquela igreja, quer sejamos humanistas, agnósticos ou ateus, a maioria de nós achou nestas palavras um guia maravilhoso para alcançar a sobriedade, continuar sóbrio e desfrutar de uma vivência sóbria. Quer consideremos a Oração da Serenidade uma verdadeira prece ou apenas um desejo fervoroso, ela oferece uma receita simples para uma vida emocional saudável.
Pusemos um item no alto da lista das coisas "que não podemos modificar": nosso alcoolismo. Independentemente do que façamos, sabemos que amanhã não deixaremos, de repente, de ser alcoólicos, como não teremos menos 10 anos de idade ou mais 15 centímetros de altura.
Não pudemos mudar nosso alcoolismo. Mas não dizemos docilmente: "Está bem, sou um alcoólico. Acho que tenho de beber até morrer". Havia alguma coisa que podíamos mudar. Não tínhamos de ser bêbados. Podíamos vir a ser sóbrios. Certamente isso exigia coragem. E foi necessário um lampejo de sabedoria para ver que isso era possível, que podíamos ser outros.
Para nós este foi o primeiro e o mais óbvio emprego da Oração da Serenidade. Quanto mais nos distanciamos do último gole, mais bonitas e mais carregadas de sentido estas poucas linhas se tornaram. Podemos aplicá-las a todas as situações cotidianas das quais costumávamos fugir direto para a garrafa.
Tomemos um exemplo: "Odeio o meu trabalho. Tenho de ficar nele ou posso deixá-lo?". Entra em cena um pouco de sabedoria. "Bem, se eu sair desta firma, as próximas semanas ou os próximos meses poderão ser difíceis, porém acabarei num lugar melhor".
Mas a resposta pode ser: "Enfrentemos a verdade. Os tempos não estão para procurar emprego, tendo uma família para sustentar. Além disso, estou sóbrio há seis semanas apenas, e meus amigos de A.A. dizem que é melhor não começar a fazer mudanças drásticas ainda – devo, é melhor, concentrar-me em não tomar o primeiro gole e esperar até que minha mente se abra. Ora bem, não posso mudar de serviço agora mesmo. Mas talvez possa mudar minha atitude. Vejamos: Como posso aprender a aceitar serenamente o emprego?"
Essa palavra - "serenidade" - parecia quase um objetivo impossível na primeira vez que vimos a oração. De fato, se serenidade significasse apatia, amarga resignação ou resistência impossível, então nem iríamos tentar atingí-la. Descobrimos, porém, que não significava isso. Quando a vemos agora, é mais como plena aceitação, uma maneira nítida e realista de ver o mundo, acompanhada de paz e força interior. A serenidade é como um giroscópio que nos permite conservar o equilíbrio, a despeito da turbulência que nos assalta. É um estado de espírito que vale a pena buscar.

LEVAR ADIANTE – Pág. 277 – 2ª Edição
A oração foi descoberta na coluna "In Memoriam" em um número do Herald Tribune de Nova York, em princípios de junho de 1941. 0 texto exato era: "Mãe, Deus me dá a serenidade para aceitar as coisas que não posso modificar, coragem para modificar aquelas que posso e sabedoria para perceber a diferença. Adeus". Ruth afirmou que Jack C. chegou uma manhã no escritório e mostrou a ela o recorte com a Oração da Serenidade. "Fiquei tão impressionada quanto ele e pedi que a deixasse comigo, para que eu a copiasse e pudesse utilizá-la em cartas enviadas aos Grupos e aos solitários. Horace C. teve a idéia de imprimi-la em cartões e pagou a primeira impressão."

ALCOÓLICOS ANÔNIMOS ATINGE A MAIORIDADE – Pág. 189/190 - 5ª Edição
Pouco antes da saída de Ruth, o jornalista Jack, um membro de New York, chamou nossa atenção para um recorte de jornal cujo conteúdo viria a ser famoso. Tratava-se de uma notícia da seção de necrologia de um jornal de New York. Sob o relato comum de uma pessoa que tinha falecido, apareciam as seguintes palavras: "Concedei-nos, Senhor, a serenidade necessária para aceitar as coisas que não podemos modificar, coragem para modificar aquelas que podemos e sabedoria para distinguir umas das outras". Nunca tínhamos visto tanto de A.A. em tão poucas palavras. Enquanto Ruth e eu estávamos apreciando a oração e nos perguntando como usá-la, nosso amigo Howard entrou em nosso escritório. Confirmando nossas próprias idéias, exclamou: "Deveríamos imprimi-la em cartões e anexá-la a toda correspondência que sair daqui. Pagarei a primeira impressão.". Durante anos seguimos sua sugestão, e com uma velocidade surpreendente a Oração da Serenidade chegou ao uso geral e tomou seu lugar junto a nossas duas orações favoritas, a Oração do Pai-nosso e a Oração de São Francisco. Ninguém pode dizer com certeza quem primeiro escreveu a Oração da Serenidade. Alguns dizem que ela veio dos antigos gregos; outros acham que ela saiu da pena de um poeta anônimo inglês; ainda outros acham que foi escrita por um oficial da marinha americana e Jack Alexander, que em certa ocasião pesquisou a respeito, atribuiu-a ao Rev. Reinhold Niebuhr, do Seminário Teológico União. De qualquer maneira, temos a oração que é repetida milhares de vezes diariamente. Consideramos que seu autor está entre nossos maiores benfeitores.

AS INCERTAS ORIGENS DA ORAÇÃO DA SERENIDADE - (Vivência - Nov/Dez 96)
Durante muitos anos, bem depois da Oração da Serenidade ter sido incorporada ao próprio contexto da vida e do pensamento da Irmandade, a sua origem exata e o seu autor vêm jogando um fascinante e sedutor jogo de esconde-esconde com os pesquisadores, dentro e fora de A.A. É muito mais fácil determinar com precisão os fatos de como, há meio século, ela começou a ser utilizada por A.A.
No início de 1942 - escreve Bill W. em A.A. Atinge a Maioridade - , um membro de Nova York, Jack, chamou a atenção de todos sobre uma nota que aparecia em um comunicado de falecimento, no jornal New York Herald Tribune, que dizia:
"Senhor, concedei-nos a Serenidade para aceitar as coisas que não podemos modificar, Coragem para modificar aquelas que podemos, e Sabedoria para reconhecer a diferença."
A essência de A.A. em forma de Oração
Todas as pessoas que se encontravam presentes no florescente escritório da Rua Vesey, em Manhattan, ficaram impressionadas pela força e pela sabedoria contidas no contexto daquela oração. "Nunca tínhamos visto tanta essência de A.A. em tão poucas palavras", escreve Bill. Alguém sugeriu que se mandasse imprimir a oração em um pequeno cartão, do tamanho de uma cédula, para que fosse incluída em todas as cartas a serem despachadas. Ruth Hock, a primeira secretária da Irmandade (não alcoólica), entrou em contato com Henry B., um membro de Washington D.C., que era tipógrafo profissional, para perguntar-lhe quanto custaria mandar imprimir uma grande quantidade.
A entusiasmada resposta de Henry foi imprimir 500 cópias da oração, com o comentário: "A propósito, eu só sou ingrato quando estou bêbado... de modo que, naturalmente, não pode haver preço para algo dessa natureza".
A difusão da Oração
"Com uma rapidez assombrosa", escreve Bill, "a Oração da Serenidade começou a ser utilizada de uma maneira geral, e veio a ocupar o seu lugar junto às nossas outras duas favoritas, o Padre-Nosso e a Oração de São Francisco."
Foi assim que o achado "acidental" de uma oração de autor desconhecido, impressa junto a uma nota de falecimento, abriu o caminho para o uso dessa oração por milhares e milhares de AAs do mundo inteiro.
Porém, apesar dos anos de investigação por numerosos indivíduos, a origem certa da oração está envolta em sombras de histórias e até de mistério. Além disso, cada vez que um pesquisador parece ter descoberto a origem definitiva, surge outro para rebater a afirmação do primeiro, uma vez que apresenta novos fatos intrigantes.
O que está fora de dúvida é o fato da reinvidicação de autoria feita pelo teólogo Dr. Rheinghold Nieburh, que por várias oportunidades relatou a entrevistadores ter escrito a oração como retoque final de um sermão sobre Cristandade Prática, que ele havia pronunciado. Porém, até o próprio Dr. Nieburh deixou entrever ao menos uma certa dúvida à sua afirmação, ao dizer a um entrevistador: "Certamente ela deve ter, por muitos anos, até séculos, aparecido aqui e acolá, mas não o creio. Acredito que eu mesmo a escrevi".
Autoria indefinida
No começo da Segunda Guerra Mundial, com autorização do Dr. Nieburh, a oração foi impressa em cartões que foram distribuídos entre as tropas. Para aquela ocasião, foi também reimpressa pelo Conselho Nacional de Igrejas, bem como por Alcoólicos Anônimos.
O Dr. Nieburh tinha razão ao sugerir que a oração poderia, por séculos, ter "aparecido aqui e acolá". "Ninguém pode dizer com segurança quem foi o primeiro a escrever a Oração da Serenidade", escreve Bill em A.A. Atinge a Maioridade. "Alguns dizem que ela é oriunda dos antigos gregos; outros, que saiu da pena de um poeta inglês anônimo; ainda outros afirmam que foi escrita por um oficial da Marinha americana... ou textos em sânscrito, Aristóteles, Santo Agostinho, São Tomás de Aquino, e Espinosa. Recentemente, um membro da Irmandade encontrou no livro do filósofo romano Cícero, "Seis erros do homem", um que diz: "A tendência de se preocupar por coisas que não podem ser modificadas ou corrigidas.".
Na verdade, ninguém achou o texto da oração entre os escritos dessas supostas fontes originais. Muito antigos, como a citação acima, de Cícero, provavelmente são os temas de aceitação, de coragem para modificar o que pode ser modificado e a disposição para desprender-nos do que está fora da nossa capacidade de modificar.
A busca para se determinar, com precisão, as origens da oração, tem sido frustante, porém fascinante, para não dizer mais. Por exemplo, em julho de 1964, The Grapevine recebeu um recorte de um artigo que foi publicado no Herald Tribune de Paris, assinado pelo correspondente do jornal, em Koblenz, na então Alemanha Ocidental. Assim escreve o correspondente: "Em um lúgrube salão de um antigo hotel, com vistas para o Reno, em Koblenz, há uma placa inscrita com as seguintes palavras: 'Deus, concedei-me o desprendimento para aceitar as coisas que não posso alterar; a coragem para alterar aquelas coisas que posso; e a sabedoria para distinguir uma coisa da outra' ".
Estas palavras são atribuídas, escreveu o correspondente, a um pietista (luterano radical) do século dezoito, Friedich Oetinger (1702-1781). Além disso, a placa estava colocada na parede de uma sala, na qual as tropas e os comandantes das companhias do novo exército alemão eram treinados "sobre os princípios de normas e procedimentos do soldado cidadão de um estado democrático".
Evidências concretas
Finalmente, a esta altura dos acontecimentos - concluíram os investigadores de A.A. -, havia uma evidência concreta: texto, autor e data da origem da Oração da Serenidade. Essa convicção ficou sem ser contestada durante quinze anos. Depois disso, no ano de 1979, apareceram alguns dados, compartilhados com Beth K. da G.S.O., trazidos à tona por Peter T., de Berlim. A investigação de Peter pôs por terra a autenticidade da paternidade literária do século XVIII, e ainda acrescentou alguns fatos intrigantes acerca da origem da placa.
"A primeira forma da oração", escreveu Beth, "teve sua origem em Boecio, filósofo romano (480-524), autor do livro Os consolos da filosofia. A partir de então, as idéias da oração foram utilizadas pela "gente religiosa, que por suas crenças tiveram que sofrer, primeiro, sob o domínio dos ingleses, logo, dos puritanos da Prússia... em seguida pelos pietistas do sudoeste da Alemanha... depois, pelos AAs... e pelos alemães ocidentais após a segunda guerra mundial."
"Além do mais", continuou Beth, "depois da guerra, um professor da universidade do norte da Alemanha, Dr. Theodor Wilhelm, que dera início a um renascimento da vida espiritual na Alemanha Ocidental, aprendeu a "pequena oração" através de alguns soldados canadenses. Ele havia escrito um livro, no qual incluíra a oração, sem citar o seu autor. No entanto, teve como resultado o aparecimento da oração em muitos lugares diferentes, tais como salas de oficiais do exército, escolas, e outras instituições. Qual era o nome literário do escritor? Friedich Oetinger, o pietista do século dezoito. Tudo leva a crer que Wilhelm adotara o pseudônimo de Oetinger, por admiração a seus antepassados do sul da Alemanha.
"A Oração do General"
Logo depois disso, em 1957, um membro do departamento pessoal da G.S.O., Anita P., folheando alguns livros em uma livraria de Nova York, deparou-se com um cartão cuidadosamente adornado, no qual estava impresso: "Deus, Todo Poderoso, Nosso Pai Celestial, concedei-nos a Serenidade para aceitar o que não pode ser modificado, a Coragem para modificar o que deve ser modificado, e a Sabedoria para distinguir uma coisa da outra; por Jesus Cristo, nosso Senhor".
O cartão, que era procedente de uma livraria da Inglaterra, tinha como título "A Oração do General", e a data remontava ao século XIV.
Constam, ainda, outras reinvidicações que, sem dúvida, continuarão com as descobertas em anos vindouros. De qualquer maneira, a Senhora Reinhold Nieburh disse mais recentemente a um entrevistador, que seu marido era, sem sombra de dúvida, o autor da oração, pois ela havia visto a folha de papel em que ele escrevera, e que seu marido - uma vez que existiam numerosas variações do texto - "usava e preferia" a seguinte forma: Deus, concedei-nos a graça de aceitar com serenidade as coisas que não podem ser modificadas, a coragem para modificar as coisas que devem ser modificadas, e a sabedoria para distinguir umas das outras."
Uma parte de A.A.
Mesmo que essas pesquisas sejam fascinantes, estimulantes, e até misteriosas, carecem de importância perante o fato de que, durante cinquenta anos, a oração chegou a ficar tão extremamente incrustada no coração, na alma do pensamento e da vida de A.A., bem como em sua filosofia, que quase se poderia crer que a oraçao teve sua origem na própria experiência de A.A.
Bill fez essa mesma afirmação anos atrás, ao agradecer a um amigo AA pela placa que trazia os dizeres: "Na criação de A.A., a Oração da Serenidade tem sido um bloco de sustentação muito valioso realmente, uma pedra angular". (R.) - Vivência N° 44 - NOV/DEZ 1996. Apesar dos anos de investigação, a origem certa da oração está envolta em sombras de histórias e até de mistério.

NA OPINIÃO DO BILL 20
Luz proveniente de uma oração
Concedei-nos, Senhor, a Serenidade necessária
para aceitar as coisas que não podemos modificar,
Coragem para modificar aquelas que podemos,
e Sabedoria para distinguir umas das outras.

* * * Guardamos como um tesouro nossa "Oração da Serenidade", porque ela nos traz uma nova luz que pode dissipar nosso velho e quase fatal hábito de enganar a nós mesmos. No esplendor dessa oração vemos que a derrota, quando bem aceita, não significa desastre. Sabemos agora que não temos que fugir, nem deveríamos outra vez tentar vencer a adversidade, por meio de um outro poderoso impulso arrasador, que só pode nos trazer problemas difíceis de serem resolvidos. Grapevine de março de 1962.

Reflexões diárias: 29/04

29 DE ABRIL

AUTONOMIA DE GRUPO

Alguns podem pensar que temos levado ao extremo o princípio da autonomia dos Grupos. Por exemplo, em sua “forma longa” original, a Quarta Tradição declara: “Quando duas ou três pessoas estiverem reunidas com o propósito de alcançar a sobriedade, podem chamar a si mesmos de um Grupo de A.A., contanto que como Grupo não tenham outra afiliação.”... Mas essa extrema liberdade não é tão perigosa como parece.

A.A. ATINGE A MAIORIDADE, p. 95 ou p. 92

    Como um alcoólico ativo, eu abusei de toda a liberdade que a vida me permitiu. Como podia A.A. esperar que eu respeitasse a “ultraliberdade” dada pela Quarta Tradição? Aprender a respeito tornou-se um trabalho para toda a vida.
    A.A. me faz aceitar totalmente a necessidade de disciplina e, se eu não a obtivesse de dentro de mim mesmo, então pagaria pelas consequências. O mesmo se aplica também para os Grupos. A Quarta Tradição me indica uma direção espiritual, apesar das minhas inclinações alcoólicas.

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Convite: 10° Ciclo de Estudos dos Doze Passos - Não perca!

Apadrinhamento


Apadrinhamento Em Alcoólicos Anônimos, apadrinhamento é o processo em que um alcoólico que já fez algum progresso no programa de recuperação, partilha essa experiência de uma forma contínua e individual, com outro que está tentando conseguir ou manter sua sobriedade através de A.A.
A responsabilidade do apadrinhamento, embora não escrita e informal, é uma parte básica da maneira de A.A. efetuar a recuperação do alcoolismo através dos Doze Passos.
Não há regras específicas, mas um bom padrinho, que provavelmente deveria contar com um ano ou mais de sobriedade desde seu último gole, deve parecer feliz na sobriedade e convém que, dentro das possibilidades do grupo, homem apadrinhe homem e mulher amadrinhe mulher (evitar envolvimentos emocionais, nem sempre saudáveis).
O apadrinhamento reforça a sobriedade do membro mais antigo. O ato de partilhar sua sobriedade torna mais fácil para o veterano a vida sem álcool. Ajudando os outros, constatamos que ajudamos a nós mesmos.
Não há qualquer classe ou casta superior de padrinhos em A.A. Qualquer membro pode ajudar o novato a enfrentar a vida, sem recorrer ao álcool sob qualquer forma.
Tempo de sobriedade é um fator, mas não o único. Os padrinhos eficientes são aqueles homens e mulheres que têm permanecido sóbrios por tempo suficientemente longo para compreender o programa sugerido de recuperação delineado nos Doze Passos.
De igual importância são a capacidade de compreensão e paciência, disposição para devotar tempo e atenção aos membros novos, e o exemplo pessoal como representante do A.A. em ação.
UM BOM PADRINHO DEVERIA:
Fornecer seu endereço pessoal ao afilhado e, se possível, obter o dele, mas sem obrigá-lo a fornecer.
Estimular o afilhado a freqüentar uma variedade de reuniões de A.A., para que ele adquira diversos pontos de vista e interpretações do programa.
Nunca se recusar a tomar o inventário moral do afilhado, se este lhe pedir, mas nunca forçá-lo a isso.
Apresentar o afilhado a outros membros, provavelmente que possuam interesses ocupacionais ou sociais iguais aos dele.
Ficar a disposição do afilhado, quando este está com problemas especiais.
Enfatizar a importância dos Doze Passos e das Doze Tradições, estimulando o afilhado a conhecê-los bem.
Insistir em que o afilhado participe das atividades do grupo, tão cedo quanto possível.
Quando em contato com familiares do afilhado, explicar-lhes o programa de A.A. e falar-lhes sobre os Grupos Familiares de Al-anon e Alateen.
Levar o afilhado em seu trabalho do Décimo Segundo Passo.
Um padrinho que realmente coloca em primeiro lugar o programa, não tomará como insulto o fato de seu afilhado decidir mudar de padrinho ou procurar outros AAs, em busca de mais orientações.
Um padrinho por mais experiente que seja, nunca fala em nome do A.A., e deixa isso claro ao afilhado, informando-o que cada membro tem a liberdade de chegar a uma compreensão individual do programa.
Em sua ansiedade de ajudar a conseguir a sobriedade, alguns padrinhos podem tender a ser superprotetores, tornando os afilhados dependentes de sua pessoa, o que é de todo inconveniente.
Outro perigo é que a superproteção pode aborrecer o afilhado, a ponto de este se ressentir das tentativas de ajuda e expressar esse ressentimento abandonando o A.A.
Deve lembrar-se de que apadrinhar não é forçar o afilhado a nada.
Nos casos de recaída, o padrinho deveria não ser muito intransigente ou bondosamente piegas, mas, procurar o afilhado e simplesmente reconduzi-lo ao Primeiro Passo e ao Grupo.
Do Primeiro ao Quinto Passo de A.A., freqüentemente encontramos citações de como o padrinho procura auxiliar o novato na trilha da recuperação proposta pelos Doze Passos (10 vezes).
A partir do Sexto Passo, deixando de ser infantil e tornando-se mentalmente e emocionalmente adulto, o antigo novato passa a ter todas as condições para ser um bom padrinho.
Um cuidadoso planejamento da atividade do apadrinhamento dentro do grupo, provavelmente dará melhores resultados do que o apadrinhamento deixado ao acaso.
Uma forma sugerida: O Coordenador, no fim da reunião: "Se alguém aqui ainda não tem padrinho e precisa de um, por favor, procure o secretário após a reunião afim de arranjar um padrinho provisório." Onde esta prática é adotada em cada reunião, os membros dizem que ela lembra ao grupo o valor de apadrinhar e ser apadrinhado.
Francisco R.
Vivência nº 36 – Julho/Agosto 1995

Reflexões diárias: 28/04

28 DE ABRIL

DOIS “MAGNÍFICOS PADRÕES”

Todo o progresso de A.A. pode ser expressado em apenas duas palavras: humildade e responsabilidade. Todo o nosso desenvolvimento espiritual pode ser medido, com precisão, conforme nosso grau de adesão a estes magníficos padrões.

NA OPINIÃO DO BILL, p. 271

    Conhecer e respeitar as opiniões, talentos e prerrogativas dos outros, e aceitar estar errado mostra-me o caminho da humildade.
    Praticar os princípios de A.A. em todos os meus assuntos me leva a ser responsável. Respeitar estes preceitos dá crédito à Quarta Tradição – e a todas as outras Tradições da Irmandade.
    Alcoólicos Anônimos tem desenvolvido uma filosofia de vida cheia de motivações válidas, rica dos mais altos e relevantes princípios e valores éticos, uma maneira de vida que pode ser estendida além dos limites da população alcoólica. Para honrar estes preceitos, preciso somente rezar e cuidar de cada companheiro como se cada um fosse meu irmão.

quarta-feira, 27 de abril de 2011

VIDEO: Desdobramentos do alcoolismo


Aviso: o conteúdo do video apresenta imagens fortes não aconselháveis para pessoas sensíveis.

O que é Serenidade?


O que é Serenidade?
O termo é definido de varias maneiras: a calma, o sossego, a paz, e tranqüilidade, a paz da mente, o equilíbrio emocional, o estado não perturbado, o sangue frio e o domínio de si mesmo.
Contudo, do ponto de vista prático, talvez a melhor definição seria "a capacidade de viver em paz com os problemas não resolvidos".
A Oração da Serenidade fala em "aceitar as coisas que não podemos modificar".
A ACEITAÇÃO não deve ser confundida com a concordância.
Nem sempre concordamos, ou gostamos, com o modo como as coisas acontecem ou são conduzidas a nossa volta, temos este direito. Temos o direito de escolher nossos gostos e opiniões, como todas as pessoas o teem; mas temos obrigação de respeitar quem é, sente e pensa diferente de nós outros e vice-versa.
Em muitos momentos é possível que seja verdade que estejamos coerentes e certos em nossas posições, mas muitas vezes isto contribui pouco ou quase em nada para mudar a realidade a nossa volta.
O quê fazer então?
Entregar-se a sentimentos oriundos da contrariededade, como a raiva, a revolta e sentimentos de revanchismo?
Em A.A. nós entendemos que é nesse momento que devemos lançar mão da ORAÇÃO da SERENIDADE.
Talvez possamos dizer que o resultado da prática da ORAÇÃO da SERENIDADE seja o DESLIGAMENTO EMOCIONAL dos fatos, coisas e pessoas que não podemos modificar.
Mas é preciso compreender que ACEITAÇÃO não é indiferença.
A indiferença deixa de distinguir entre as coisas que podem e as que não podem ser mudadas.
A indiferença paralisa a INICIATIVA para que modifiquemos as coisas que podemos.
A aceitação libera a iniciativa, aliviando-a das "cargas impossíveis", transferindo o foco da ação para o "possível".
A ACEITAÇÃO é um ato do LIVRE ARBÍTRIO, mas, para ser eficaz, requer a CORAGEM moral de se persistir apesar do problema imutável.
A aceitação liberta o aceitante, rompendo-lhe as cadeias da autopiedade.
Uma vez que aceitamos o que não pode ser modificado, ficamos livres emocionalmente e psicologicamente para nos empenhar em novas atividades..
Foi dito que uma mente imatura procura um mundo idealístico.
Queiramos ou não, precisamos encarar o mundo da realidade e aceitar a vida tal qual ela é, com todas as suas crueldades e inconsistências.
Talvez, em última análise, o inicio da SABEDORIA esteja na simples admissão de que as coisas nem sempre são como queríamos que fossem.
E que nós mesmos somos imperfeitos e não tão bondosos e trabalhadores quanto gostaríamos de ser.
Oração da Serenidade
Concedei-nos Senhor a Serenidade necessária,
para Aceitar as coisas que não podemos modificar;
Coragem para modificar aquelas que podemos;
e Sabedoria para distinguir umas das outras.
(Dr. Reinhold Niebuhr)
Vivência Nº 22 - Outubro/Novembro/Dezembro 1992

Reflexões diárias: 27/04

27 DE ABRIL

DESCOBERTAS ALEGRES

Reconhecemos que sabemos pouco. Deus, porém, constantemente nos revelará cada vez mais. Pergunte-lhe, na sua meditação matinal, o que você poderá fazer cada dia pelo homem ainda doente. As respostas virão se você estiver mesmo preparado. Mas, evidentemente, você não poderá transmitir algo que não tenha. Procure fazer com que sua relação com Ele seja certa, e grandes eventos acontecerão a você e a inúmeros outros. Esta é a Grande Realidade para nós.

ALCOÓLICOS ANÔNIMOS, p. 176 e 177 ou p. 191 e 192

         Sobriedade é uma jornada de descobertas alegres. Cada dia traz nova experiência, percepção, maiores esperanças, fé mais profunda, tolerância aumentada. Devo manter estes atributos, ou não terei nada para transmitir.
         Grandes eventos para este alcoólico em recuperação são as alegrias cotidianas de poder viver outro dia na graça de Deus.

terça-feira, 26 de abril de 2011

O Alcoolismo nas Empresas

Sou psicóloga e profissional da área de recursos humanos em uma empresa. Como o alcoolismo é uma situação que vivencio no meu dia-a-dia e por não saber quase nada a seu respeito nem como abordar um provável alcoólatra, recorri ao livro Alcoólicos Anônimos.

Para minha surpresa, encontrei uma abordagem simples do problema visto por quem havia passado pelo problema e nada é mais real e objetivo do que a experiência pessoal.

Todo trabalho científico é baseado em pesquisa e experimentações e, mesmo o A.A. não se dedicando a este campo, constatou, através da experiência de milhares de membros, a gravidade e a possibilidade de uma nova abordagem do assunto, ainda tão desconhecido de nossa sociedade.

É o alcoolismo visto sob a ótica de quem trilhou o seu caminho, uma abordagem de dentro para fora, riquíssima em seu conteúdo.

O capítulo 10 do livro Alcoólicos Anônimos tem como título "Aos empregadores" e traz um roteiro completo de como devem ser abordados casos de alcoolismo em empresas e eu tenho adotado as sugestões lá recomendadas.

Para simplificar e até distribuir para outros colegas de profissão que têm o mesmo problema em sua rotina profissional, condensei o conteúdo deste riquíssimo capítulo da forma que segue abaixo.

Se encontrarem algum proveito nele, valeu a pena. Caso contrário valeu a pena da mesma forma, pois pude ter acesso ao conteúdo deste programa maravilhoso de recuperação que é Alcoólicos Anônimos.

Roteiro simplificado de como o profissional de recursos humanos de uma empresa deve se relacionar com o problema alcoolismo dentro da empresa.

1) Primeiro passo: se informar sobre o alcoolismo. Indicação dos livros: – "O texto básico de Alcoólicos Anônimos" (Livro Azul) e "Os Doze Passos e as Doze Tradições" (são adquiridos em A.A.).
2) Compreender que o alcoolismo é uma doença grave.

3) Tendo certeza de que seu funcionário não quer parar de beber, deverá ser demitido. E que fique claro quanto ao motivo: Alcoolismo.

4) Ter uma atitude compreensiva em relação a cada caso.

5) Diga-lhe que sabe o quanto ele bebe e que aquilo precisa acabar. Você pode dizer que aprecia sua capacidade, que gostaria de conservá-lo na empresa, mas que não poderá fazê-lo se ele continuar a beber. Uma posição firme, neste sentido, irá ajudá-lo.

6) A seguir, garanta-lhe que não pretende fazer um sermão, dar lições de moral ou condená­lo. Que, se isto foi feito antes, foi por uma questão de falta de conhecimento de causa. Se possível, demonstre que não nutre contra ele sentimentos negativos. Neste ponto, talvez seja uma boa idéia explicar-lhe o alcoolismo como doença. Diga que você acredita que ele esteja gravemente doente, com esta ressalva: sendo talvez portador de uma doença fatal gostaria ele de se recuperar? Você pergunta por que muitos alcoólicos, estando mentalmente perturbados e embotados, não querem parar de beber. Mas e ele, quer? Dará os passos necessários, submetendo-se seja ao que for para parar de beber? Se ele disser que sim, está sendo realmente sincero, ou no fundo acha que pode enganá-lo e que, depois de um descanso e tratamento conseguirá continuar a tomar uma ou outra dose de vez em quando? Achamos que um homem deve ser cuidadosamente investigado em relação a estes pontos. Certifique-se de que ele não o esteja enganando, ou a ele mesmo.

7) Se ele contemporizar e ainda achar que pode beber outra vez, mesmo que seja só cerveja, poderá perfeitamente ser demitido depois do próximo porre que, sendo um alcoólico, certamente tomará. É preciso que ele entenda bem isto. Ou você está lidando com um homem que pode e quer se recuperar ou não está. Se não estiver, por que perder tempo com ele? Isto pode parecer duro, mas em geral é o melhor caminho.

8) Depois de se certificar de que seu empregado quer se recuperar e que fará o que for preciso para conseguir, você pode sugerir-lhe um programa de ação definitivo. Para a maioria dos alcoólicos que está bebendo, ou acabando de sair de uma bebedeira, uma certa dose de tratamento físico é necessária, e até imperativa. A questão do tratamento físico deve, é claro, ser submetida a seu próprio médico. Seja qual for o método adotado, seu objetivo é eliminar do corpo e da mente os efeitos do alcoolismo. Em mãos competentes, isto raramente demora muito e não custa muito caro. Seu funcionário se sentirá melhor se for posto em condições físicas tais que lhe permitam pensar com clareza e não sentir mais a compulsão pelo álcool.

9) Se você lhe propuser tal procedimento, talvez seja preciso adiantar-lhe o custo do tratamento, mas acreditamos que deva ficar claro que quaisquer despesas serão futuramente deduzidas de seu salário. É melhor para ele sentir-se responsável.

10) Se o funcionário aceitar sua oferta deve ser enfatizado que o tratamento físico é apenas uma pequena amostra do que o espera. Embora você lhe esteja proporcionando os melhores cuidados médicos, ele deve compreender que precisa passar por uma reformulação interna. Superar o hábito da bebida irá requerer uma modificação de pensamento e atitudes. Todos nós precisamos colocar a recuperação acima de tudo o mais, pois sem a recuperação teríamos perdido tanto o lar quanto o emprego.

11) Você pode confiar totalmente em sua capacidade de se recuperar? Por falar em confiança, será que você poderá adotar a atitude de que, no que depender de você, tudo isto permanecerá um problema estritamente pessoal, que seus erros devidos ao alcoolismo e o tratamento ao qual ele vai se submeter nunca serão discutidos sem o consentimento do próprio? Talvez seja bom ter uma boa conversa com ele, quando voltar ao trabalho.

12) Caso você se sinta inseguro para ter tal conversa ou seu relacionamento com o funcionário esteja ligado por um grande laço de amizade poderá estar tendo este tipo de conversa com o alcoólico: "Ei, fulano, você quer parar de beber ou não? Cada vez que você bebe, eu é que fico no fogo. Não é justo, nem comigo nem com a firma. Eu estive estudando umas coisas sobre alcoolismo. Se você for um alcoólico, é um homem seriamente doente. Você age como se fosse. A empresa quer ajudá-lo a melhorar e, se estiver interessado, há um jeito de sair dessa. Se for em frente, seu passado será esquecido e o fato de que você foi afastado para tratamento médico não será divulgado. Mas, se você não quiser ou não puder parar de beber, acho que deve pedir demissão".

13) Lembramos que o sigilo e a ética devem ser estritamente respeitados. Comentários sobre o assunto com pessoas que não estão diretamente ligadas ao funcionário só serviram para gerar fofocas e comentários maliciosos. Naturalmente, este tipo de coisa reduz as chances de recuperação do funcionário. O empregador deve proteger o funcionário deste tipo de mexerico, defendendo-o contra provocações desnecessárias ou críticas injustas.

14) Caso ele (a) recaia, por uma vez que seja, cabe ao seu superior decidir se será ou não mandado embora. Se estiver convencido de que ele não está levando o caso a sério, não há dúvidas de que deve demiti-lo. Se, pelo contrário, tiver a certeza de que ele está fazendo o que pode, talvez queira lhe dar outra chance. Mas você não deve se sentir obrigado (a) a conservá-lo na empresa, pois sua obrigação já foi totalmente cumprida.

15) Em resumo, ninguém deveria ser demitido apenas por ser alcoólico. Se quiser parar de beber, deve merecer uma chance. Se não puder ou não quiser parar, deve ser demitido. Poucas são as exceções.
Este tipo de enfoque resolverá muitos problemas e permitirá a reabilitação de bons funcionários e ao mesmo tempo você não hesitará em se livrar daqueles que não querem ou não conseguem parar com a bebida.

O alcoolismo pode estar causando muito prejuízo à sua empresa, em termos de perda de tempo, pessoal e reputação, ou poderá causar um grave acidente de trabalho.

Estas sugestões têm como objetivo ajudar a eliminar estas perdas, às vezes consideráveis.

Andréia Boggione
Psicóloga Organizacional
Profissional da Área de Recursos Humanos Betim/MG
Vivência nº 99 – Janeiro/Fevereiro 2006

VIDEO: O alcoolismo precisa ser visto de frente

E quanto mais cedo, melhor.

Reflexões diárias: 26/04

26 DE ABRIL

FELICIDADE NÃO É O PONTO PRINCIPAL

Não acho que a felicidade ou a infelicidade seja o ponto principal. Como enfrentamos os problemas que chegam a nós?
         Como aprendemos através deles, e transmitimos o que aprendemos aos outros, se é que querem aprender?

NA OPINIÃO DO BILL, p. 306

         Na minha busca “para ser feliz” mudei de empregos, casei e me divorciei, tentei curas geográficas e me endividei – financeiramente, emocionalmente e espiritualmente. Em A.A. estou aprendendo a crescer. Ao invés de exigir que pessoas, lugares e coisas me façam feliz, posso pedir a Deus que me faça aceitar a mim mesmo. Quando um problema me domina, os Doze Passos de A.A. me ajudam a crescer através da dor. O conhecimento que ganho pode ser um presente para outros que sofrem do mesmo problema. Como disse Bill: “Quando chega a dor, se espera que aprendamos a lição com boa vontade, e ajudamos os outros a aprenderem. Quando a felicidade chega, a aceitamos como uma dádiva e agradecemos a Deus por obtê-la.”

segunda-feira, 25 de abril de 2011

FAQ - Perguntas, Mitos e Objeções Frequentes


Eu sou um alcoólico?
Se você repetidamente bebe mais do que tenciona ou quer, se você se mete em apuros, se você tem lapsos de memória quando bebe, você pode ser um alcoólico. Somente você pode decidir. Ninguém em A.A. dirá se você é ou não.

O que posso fazer se estou preocupado com a minha maneira de beber?
Peça ajuda. Alcoólicos Anônimos pode ajudar.

O que é Alcoólicos Anônimos?
Somos uma Irmandade de homens e mulheres que perdemos a capacidade para controlar nossa maneira de beber e encontramo-nos com aborrecimentos de vários tipos como resultado da bebida. Tentamos – a maioria de nós com sucesso – criar um meio satisfatório de vida sem o álcool. Por isso descobrimos que precisamos da ajuda e apoio de outros alcoólicos em A.A.

Se eu for a uma reunião de A.A., isto me obriga a qualquer coisa?
Não. A.A. não mantém depoimentos de membros nem registros de freqüência. Você não tem que revelar qualquer coisa acerca de si mesmo. Ninguém o incomodará se você não quiser voltar.

O que acontece se eu encontrar pessoas que conheço em A.A.?
Elas estarão lá pela mesma razão que você. Não desvendarão a sua identidade a estranhos. Em A.A. você mantém o anonimato quanto você quiser. Esta é uma das razões porque nos chamamos Alcoólicos Anônimos.

O que acontece numa reunião de A.A.?
Uma reunião de A.A. pode ser feita de diversas formas, mas em qualquer reunião você encontrará alcoólicos falando sobre o que a bebida fez em suas vidas e personalidades, quais as atitudes que tomaram para ajudar a si mesmos e como estão vivendo hoje.

Como isto pode me ajudar no meu problema com a bebida?
Nós em A.A. sabemos o que é ser dependente do álcool e ser incapaz de manter promessas feitas aos outros e a nós mesmos de que iremos parar de beber. Não somos terapeutas profissionais. Nossa única qualificação para ajudar os outros a se recuperar do alcoolismo é que nós mesmos paramos de beber, mas os bebedores-problema vindos a nós sabem que a recuperação é possível porque vêem pessoas que fizeram isso.

Por que os AAs continuam indo às reuniões depois que estão "curados"?
Nós em A.A. acreditamos que não há cura para o alcoolismo. Jamais poderemos voltar a beber normalmente e nossa capacidade de ficar longe do álcool depende de mantermos a nossa saúde física, mental e es/piritual. Isto podemos conseguir indo regularmente às reuniões e pondo em prática o que lá aprendemos. Além do mais, achamos que ajudarmos outros alcoólicos nos ajudará a mantermo-nos sóbrios.

Como ingresso em A.A.?
Você é um membro de A.A. se e quando assim você o disser. O único requisito para ser membro de A.A. é o desejo de parar de beber, e muitos de nós éramos convictos o suficiente quando pela primeira vez nos aproximamos de A.A.

Quanto custa para ser membro de A.A.?
Não há taxas nem mensalidades para ser membro de A.A. Um Grupo de A.A. geralmente faz uma coleta durante a reunião para cobrir as despesas, tais como aluguel, café etc., e para isto todos os membros são livres para contribuir, com mais ou com menos, como eles quiserem.

A.A. é uma organização religiosa?
Não. Nem está ligado a qualquer organização religiosa.

Lá se fala muito de Deus, não é?
A maioria dos membros de A.A. acredita que encontrou a solução para o problema de bebida, não através da força de vontade individual, mas através de um Poder Maior do que nós mesmos. Todavia, cada um define este poder como desejar. Muitas pessoas chamam-No de Deus, outras pensam que Ele é o Grupo de A.A., ainda outras não acreditam nEle absolutamente. Há espaço em A.A. para pessoas de todos os credos e também para os descrentes.

Posso levar minha família a uma reunião de A.A.?
Membros familiares ou amigos íntimos são bem-vindos às reuniões "abertas" de A.A. Informe-se com o seu contato local.

Que sugestão você dá a novos membros?
Em nossa experiência, as pessoas que se recuperam em A.A. são aquelas que:
a) evitam o primeiro gole;
b) assistem regularmente às reuniões de A.A.;
c) procuram as pessoas em A.A. que têm-se mantido sóbrias com sucesso por algum tempo;
d) tentam pôr em prática o programa de recuperação de A.A.

Como posso entrar em contato com A.A.?
Consulte por gentileza a lista telefônica para obter o número do telefone de Alcoólicos Anônimos.
A literatura acerca do programa de A.A., bem como as orientações específicas para se entrar em contacto com um Grupo de A.A. local, podem ser obtidas através das Centrais ou Escritórios de Serviços locais de A.A. da região ou através da Internet no caso de Grupos e Escritórios no Estado de São Paulo

Mitos e verdades a respeito do álcool e de A.A.

Mito: Não presto para nada, não tenho força de vontade, por isso eu bebo.
Verdade: O alcoolismo é uma doença, não fraqueza moral. Como muitas outras doenças – por exemplo, do coração, diabetes e câncer – , pode acometer qualquer pessoa. A doença do alcoolismo não pode ser curada, apenas pode ser detida. Não tomamos medicamentos para detê-la. Em vez disso freqüentamos reuniões de A.A.
Mito: Sei que tenho problema, mas posso resolvê-lo.
Verdade: O alcoolismo é uma doença progressiva. Se um alcoólico continua a beber, vai ficando pior progressivamente.

Mito: Mas posso beber e nada acontece.
Verdade: Todos nós podemos, algumas vezes, tomar um aperitivo apenas e não voltar a beber naquela noite ou no dia seguinte. Porém, mais cedo ou mais tarde, depois de uma semana, um mês ou um ano, se formos portadores dessa doença, beberemos outra vez em excesso. O esforço que fazemos sozinhos de controlar a maneira de beber já é sinal de que alguma coisa está errada.

Mito: Não posso ser alcoólico porque não consigo beber bastante. Eu passo mal.

Verdade: Conhecemos algumas histórias a respeito de jovens que continuaram a beber, mesmo sob protesto de seus estômagos. Eles se tornaram alcoólicos.

Mito: Não posso ser alcoólico porque consigo beber bastante e nunca passo mal.
Verdade: Conhecemos algumas histórias de jovens que tinham grande capacidade para o álcool. Eles também se tornaram alcoólicos.

Mito: Se a festa foi realmente um sucesso, é natural, então, que ninguém se lembre dela.Verdade: A maioria das pessoas não tem "brancos" em sua memória quando bebe. Esses "brancos" que ocorrem quando andamos, falamos e agimos normalmente e que não nos lembramos depois são chamados de "apagamentos". Eles não são normais e podem indicar sintoma de alcoolismo.

Mito: A.A. é para bêbados e pessoas de idade. Verdade: A doença do alcoolismo ataca pessoas de todas as idades, raças, credos e situações financeiras. A maioria dos alcoólicos é da classe mais representativa da sociedade.

Mito: A.A. ensina que você deve abandonar a bebida para o resto de sua vida.Verdade: Em A.A. não prometemos deixar de beber para sempre. Não prometemos abstinência por seis meses. Não fazemos promessas por um ano. Apenas ficamos longe do primeiro gole – e do próximo – apenas um dia de cada vez. Só por hoje não vamos beber. Amanhã, quem sabe?

Mito: A.A. tem regulamentos e regras, pessoas me dizendo o que fazer. Nunca ninguém vai me dizer o que eu devo fazer. Deixa isso para lá.Verdade: Para fazer parte de A.A. tudo o que precisamos fazer é tomar a decisão de sermos membros. Sem preenchimento de fichas, sem pagamento de taxas: "O único requisito para ser membro de A.A. é o desejo de abandonar a bebida". Em A.A. você não é obrigado a nada. As sugestões de como permanecer sóbrios são dadas por pessoas baseadas em suas próprias experiências. Essas sugestões são roteiros mostrando como caminhar para uma nova vida.

Mito: A.A. é uma organização religiosa.Verdade: Alguns de nós em A.A. têm fé inabalável; outros não têm nenhuma; muitos ainda a estão procurando. Todos nós, no entanto, sentimos que nossa maneira de viver não tinha sentido.

Mito: Os membros de A.A. desejam beber a todo instante. São infelizes e rabugentos.Verdade: Muitos de nós descobrimos que é muito bom viver sem beber. E descobrimos, depois algum tempo, que podemos rir e ter alegria. Finalmente, encontramos pessoas que nos compreendem.

Algumas objeções comuns a respeito de A.A.


É demasiado religioso.

Na realidade, A.A. não é um programa religioso, mas uma irmandade espiritual. Ele se refere a um "Poder Superior" e "Deus na forma em que O concebemos", mas a crença em Deus não é obrigatória. Ateístas e agnósticos encontram bastante companhia em A.A. Como está expresso no Preâmbulo de A.A.: "A.A. não está ligado a nenhuma seita ou religião, a nenhum partido político, nenhuma organização ou instituição;."
Eu não quero me levantar e revelar meus sentimentos diante de muitas pessoas.
Nas reuniões de A.A., somente falam os que desejam falar.
Não quero misturar-me com um bando de fracassados. É muito deprimente.
A.A. representa, mais precisamente, uma grande variedade de "afortunados" no sentido de que sobreviveram à doença. Aqueles que assistem a bastante reuniões, com certeza encontrarão pessoas com quem podem se identificar.
Não posso ir lá. Todas aquelas pessoas estão sóbrias e eu não estou. Ficaria muito envergonhado.
O único requisito para se tornar membro de A.A. é o desejo de parar de beber. Os membros que ainda bebem são encorajados a "continuar vindo". Qualquer pessoa que tenha o desejo de parar de beber é sinceramente bem-vinda às reuniões de A.A. Os alcoólicos sóbrios não vão julgar alguém que não consegue parar de beber, uma vez que o fato de não ser capaz de parar de beber foi o que os trouxe a Alcoólicos Anônimos.
Não quero que todo mundo conheça meu problema com a bebida.
O anonimato é e sempre foi a base do programa de A.A. Tradicionalmente os AAs nunca revelam à imprensa, rádio e televisão ou qualquer outro meio de informação pública sua ligação com a Irmandade. Ninguém tem o direito de quebrar o anonimato de outro membro, em qualquer situação.

Anonimato pessoal


Após contar aos meus entes queridos sobre meu ingresso em A.A., devo pedir-lhes que não comentem isso com mais ninguém?
Essa é uma questão inteiramente pessoal, mas normalmente é melhor para todos deixar que o membro de A.A. decida a quem e quando contar sobre seu ingresso.

Se minha família, amigos e colegas de trabalho comentarem que estou com melhor aparência e disposição depois que fiquei sóbrio, devo contar-lhes que stou em A.A.?
Os parentes mais próximos e os amigos íntimos geralmente ficam felizes ao saber do ingresso de um ente querido em A.A. Quanto aos colegas de trabalho, talvez seja melhor simplesmente dizer que você deixou de beber e adiar a decisão de abrir seu anonimato até que você tenha vários meses de Irmandade.

Se eu encontrar pessoas conhecidas em reuniões de A.A., o que devo fazer?
Não há necessidade de pedir-lhes que preservem seu anonimato. Vocês estão ali pelas mesmas razões (ou por razões parecidas). Geralmente eles respeitarão sua privacidade e você, por sua vez, deve respeitar a deles.

O que devo fazer se encontrar pessoas famosas numa reunião?
Como qualquer outra pessoa, também as pessoas famosas devem ter seu anonimato preservado.

Sei que não devo revelar nomes de pessoas que conheci em reuniões de A.A. Mas como fazer a respeito de outras informações pessoais?
Entende-se que as revelações pessoais feitas em reuniões de A.A. devam ser consideradas sigilosas. Por exemplo, se amigos fora do programa conhecem alguns dos seus companheiros de A.A., você deve ter o cuidado de não revelar confidências feitas por eles durante as reuniões, por mais inofensivas que elas possam lhe parecer.

Devo mencionar minha afiliação a A.A. a pessoas que aparentam ter problemas com a bebida?
Esta é uma questão pessoal. Entretanto, o espírito do programa é compartilhar, e um estudo recente com membros de A.A. mostra que um grande número deles juntou-se à Irmandade por intermédio de outro membro. Antes de tomar uma decisão sobre esse assunto, muitos membros acham útil discuti-lo com seus padrinhos ou amigos de A.A.

Devo abrir meu anonimato com meu chefe para que possa sair mais cedo a fim de participar regularmente das reuniões de A.A.?

Solicitar favores especiais pelo fato de fazer parte de A.A. não faz parte do espírito das Tradições de anonimato.

Anonimato na imprensa

Se, como membro de A.A., eu aparecer na televisão, ou num filme, ou se permitir que minha foto seja usada num jornal ou numa revista, mesmo sem fornecer meu nome completo, isso é considerado quebra de anonimato?

Sim. Se forem publicadas ou divulgadas fotografias facilmente identificáveis de membros de A.A. (descritos na matéria como membros de A.A.), mesmo que seus nomes completos não sejam fornecidos, isso é considerado uma quebra de anonimato.

Tenho ouvido muita gente, dentro e fora de A.A., dizer que membros famosos de A.A. deveriam ser estimulados a revelar sua condição de membros, para ajudar a promover a Irmandade. Por que A.A. continua mantendo a Tradição do anonimato para celebridades e outros membros?
Essas Tradições foram o fruto da experiência de nossos primeiros companheiros. No início também eles acreditavam que os membros conhecidos de A.A. poderiam ajudar a Irmandade abrindo seu anonimato. Mas logo ficou claro que, se um único membro abrisse seu anonimato, logo outros o seguiriam; e se membros passassem a buscar assim reconhecimento e poder, a unidade espiritual tão essencial ao trabalho de ajudar companheiros alcoólicos logo se perderia.

Os videoteipes de palestras e reuniões onde as pessoas são identificáveis e se apresentam como membros de A.A. também são considerados quebra de anonimato?
Em 1980, a Conferência de Serviços Gerais recomendou que: "... membros de A.A. que forem solicitados a gravar palestras ou reuniões preservem o anonimato na imprensa, rádio, TV, filmes e videoteipes, compreendendo que o anonimato é o alicerce espiritual de todas as nossas Tradições". Alem disso, recomenda que palestras de companheiros, enquanto membros de A.A. sejam proferidas "pessoalmente, e não por meio de videoteipes, pois de outro modo pode haver a tentação de se colocar a personalidade acima de princípios," encorajando dessa forma o estrelismo em A.A.

Questão sobre A.A. e outras drogas. (extraído do JUNAAB informa)
O que são Drogas PSICOATIVAS ?

São as drogas que agem sobre a mente. Substâncias alteradoras do humor. Pílulas estimulantes que combatem a ressaca, sedativos que acalmam as tremedeiras ou disfarçam as depressões, bromuretos , xaropes e pílulas que ajudam a dormir, estimulam, reduzem as inibições ou fazem  flutuar numa estranha nuvem de alegria extasiante.

O que significa Propensão à Dependência ?Mesmo que, em termos farmacológicos, certa droga não provoque dependência, verificamos que podemos habituar-nos facilmente a ela e ficamos dependentes .É como se a propensão à dependência fosse um estado latente em nós e não uma propriedade da própria  droga. Alguns de nós acreditamos  haver nos tornado pessoas dependentes, e a experiência reforça bastante este conceito. Por isso fazemos todo o possível de evitar a maconha, cocaína, picadas, alucinógenos, tranquilizantes, estimulantes e até as pílulas e os remédios comuns com ação sobre o sistema nervoso central.
Alcoólicos  Anônimos  é contra as DROGAS?
Em geral, A.A. não assume uma posição legal ou moral contrária ou favorável a qualquer substância  alteradora  do humor. Cada membro tem o direito de ter sua opinião sobre o assunto e adotar as providências que achar melhor .

Uma pessoa que não é alcoólica, mas adicta a outras drogas, pode se tornar membro de A.A.?
Não. De acordo com a nossa Terceira Tradição, "para ser membro de A.A. o único requisito é o desejo de parar de beber", e com a Quinta Tradição, "Cada Grupo é animado de um único propósito primordial - o de transmitir sua mensagem ao alcoólico que ainda sofre."
De acordo com as Tradições e pela longa experiência, os membros de A.A. perceberam que podem ser de pouca ajuda para usuários de outras drogas, pois não existe o mais Importante: a identificação.
A.A. não tem condições de transformar pessoas não-alcoólicas em alcoólicas. Fugindo de nossas Tradições, estaríamos em colapso e não ajudaríamos mais ninguém.

Uma pessoa que não é alcoólica, mas adicta a outras drogas, pode assistir uma reunião ABERTA de A.A.?
QUALQUER pessoa da Comunidade, com ou sem problemas, pode assistir às Reuniões abertas. Os membros de A.A. mais experientes vão encaminhar a pessoa com problemas para o lugar mais adequado para obtenção de ajuda: Narcóticos Anônimos, Neuróticos Anônimos, Grupos Familiares Al-Anon, Naranon, ou a um tratamento especializado.

Um usuário de drogas ou pílulas, que também tem uma história de alcoólismo genuíno, pode se tornar membro de A.A.?
Atualmente é muito difícil  encontrar alcoólicos puros, e a maioria dos membros já usou ou experimentou outras drogas. Portanto, se a pessoa tem uma história de alcoolismo, junto com outros problemas, ela pode ser membro de A.A., desde que tenha o desejo de parar de beber, que é o único requisito para ser membro. (Terceira Tradição).

Membros de A.A. que tenham problemas com outras drogas podem formar "Grupos de Propósitos Especiais", para se "ajudarem e ajudar outros" com o mesmo problema?
SIM. Desde seu início A.A. tem criado Grupos de Propósitos Especiais, a começar pela JUNAAB, que é um Grupo formado por Alcoólicos e não Alcoólicos para se devotar a uma tarefa especial. Existem Grupos especiais para mulheres, para homens, para homossexuais, para jovens, para médicos, para advogados, para fazer retiros, enfim para qualquer finalidade que a Consciência Coletiva achar necessária. São formados pelas pessoas e tem prestado um trabalho muito importante e valioso.

Estes "Grupos de Propósitos Especiais" podem incluir adictos a outras Drogas?
Sim, desde que não os levem a achar que são membros de A.A. apenas porque participam destas reuniões.

Estes "Grupos de Propósitos Especiais" podem dizer que são Grupos de A.A.?
Não. Sempre que exista um "Duplo Propósito" não se pode dizer que são Grupos de A.A, nem usar o nome de A.A. em seu título. O propósito primordial de um Grupo de A.A. é "transmitir sua mensagem ao alcoólico que ainda sofre." (Quinta Tradição).

Existe alguma objeção a que Membros de A.A. que são cruzados participem de outras Irmandades, como Narcóticos Anônimos, Neuróticos Anônimos, Al-anon, Naranon, Amor Exigente , etc.?
Não existe nenhuma objeção, desde que sejam respeitadas as nossas Tradições de Anonimato (11ª e 12ª Tradições), e de Cooperação sem Afiliação. (6ª Tradição).
Em A.A., o Grupo tem limite estritos, mas o indivíduo praticamente não tem nenhum. Lembrando sempre das Tradições, o membro de A.A. pode transmitir a Mensagem de nossa Irmandade em qualquer área com problemas, neste mundo cheio de problemas.

Reflexões diárias: 25/04

25 DE ABRIL

ENTRANDO NUMA NOVA DIMENSÃO

Nos últimos estágios de nosso alcoolismo ativo, a vontade de resistir já não existe. Portanto, quando admitimos a derrota total e quando nos tornamos inteiramente dispostos a tentar os princípios de A.A., nossa obsessão desaparece e entramos numa nova dimensão – a liberdade sob a vontade de Deus, como nós O concebemos.

NA OPINIÃO DO BILL, p. 283

    Sou feliz por estar entre aqueles que tiveram esta impressionante transformação de suas vidas. Quando entrei pelas portas de A.A., sozinho e desesperado, estava vencido e disposto a acreditar em qualquer coisa que ouvisse. Uma das coisas que ouvi foi: “Esta pode ser sua última ressaca, ou você pode continuar dando voltas e mais voltas.”
    O homem que disse isto estava muito melhor do que eu, obviamente. Gostei da idéia de admitir minha derrota e, desde então estou sempre livre! Meu coração ouviu o que minha mente não podia ouvir: “Ser impotente perante o álcool não é muito.” Estou livre e sou grato!

domingo, 24 de abril de 2011

Eu não era Alcoólatra

Eu não era Alcoólatra
Quando entrei no AA eu não era alcoólatra.
Procurei a sala por pressão da minha família que queria me internar e então me falaram de AA e achei que indo numa sala ia aprender a beber moderadamente, só por isso, mas não era alcoólatra.
Na época, em novembro de 2004, eu já estava há cerca de dois anos bebendo de terça a domingo, mas como não bebia às segundas-feiras, não era alcoólatra.
Não era alcoólatra porque tinha uma boa casa, emprego e estudava. Por isso, achava normal eu ficar bêbada em todas as festas de família e em outros momentos felizes porque tinha que comemorar, mas não era alcoólatra.
Quando eu viajava para a praia começava a tomar cerveja às 10 da manhã e terminava o dia com um saldo de mais de 12 latinhas e várias caipirinhas, mas tinha a justificativa: era praia, calor, sol e todo mundo bebe né? Eu também. Mas não era alcoólatra.
Quando estava na faculdade, trabalhava o dia todo, estudava à noite e como ficava muito cansada, chegava, fumava um cigarro de maconha e saia para beber alguma coisa no bar com os meus amigos, repeti um ano, mas tinha as amizades, tinha que beber, mas não era alcoólatra.
No começo da minha carreira profissional, ia a muitas festas, quase todos os dias e para agüentar bebia algumas doses de vodka e uísque antes de sair, mas era o cansaço que fazia isso, porque eu, eu não era alcoólatra.
Depois passei a ter que entrevistar pessoas e como algumas eram até bem conhecidas, eu tomava uma para ter coragem e não falar besteiras, eu tinha que me soltar, só isso, mas não era alcoólatra.
Também nas reuniões de trabalho, tanta tensão, não dava para agüentar aquilo de cara limpa, precisava saber como apresentar minhas idéias e bebia, mas não era alcoólatra.
Demorei muito para começar a dirigir, tinha medo, mas precisava, tirei a carteira e quando comecei a sair, tomava pelo menos uma cervejinha para ficar mais segura, mas não era alcoólatra. Uma vez, numa curva, passei reto e quase entrei no poste, não morri porque não era o meu dia e também porque eu não era alcoólatra.
Nunca tive um relacionamento sério com ninguém, conhecia um cara aqui outro ali, mas nada durava porque eu bebia. Bebia para me tornar quem eu não era e sim quem o outro queria que eu fosse, bebia para ser aceita, apaixonante, engraçada e interessante. Mas não porque era alcoólatra.
Eu alcoólatra? Imagina, que brincadeira sem graça. Alcoólatra. A-L-C-O-Ó-L-A-T-R-A, alcoólatra! Que palavra mais feia essa, para falar assim desse jeito. Ainda mais para mim, que não era alcoólatra.
Alcoólatras eram aquelas pessoas que eu via caindo pela rua, ou dividindo uma garrafa pet com pinga numa praça qualquer. Eu não, não era como aqueles bêbados que ficam o dia inteiro dentro de um bar e arrumam brigas. Ou como aquele povo que até é internado por causa da pinga; eles sim eram alcoólatras. Eu? Não, definitivamente, eu não era alcoólatra. Exagerava um pouquinho e só. Achava que pararia quando quisesse e pronto.
Mas não é que eu virei alcoólatra? Pois é, virei alcoólatra quando conheci o AA e isso foi a melhor coisa que poderia ter acontecido na minha vida. Virei alcoólatra e descobri que tenho uma doença que é física, mental, emocional e espiritual, incurável, progressiva e fatal. Virei alcoólatra e deixei de ser bêbada, cachaceira, mau caráter, sem vergonha, fraca, vagabunda, doidona, louca, irresponsável, exêntrica, exagerada, maluca... enfim, deixei de ser todos os personagens que havia criado para mim e que todos acreditavam – ou fingiam acreditar.
Hoje eu sou apenas a Silvia, uma alcoólatra em recuperação que ontem não bebeu e que só por hoje não tomou o primeiro gole. Hoje eu sou a Silvia, uma pessoa que está muito longe da perfeição, que ainda tem um longo caminho de reconstrução, mas o mais importante é que sou uma mulher em paz comigo e com os outros e, mesmo com os problemas e dificuldades que todo mundo tem, consigo ser muito feliz.

Obrigada a todos e 24 horas de serena sobriedade.
Sílvia / Tucuruvi / SP
Vivência nº 102 - Julho / Agosto 2006
texto revisado pela autora e publicado com sua autorização.

A História de A.A. em Minas Gerais


A História de A.A. em Minas Gerais
“Parece que foi ontem... mas, lá se vão 50 anos!
Como acontece ainda hoje, com todos os que se encontram nessa fase, um cidadão residente em Juiz de Fora, cidade da região da Zona da Mata de Minas Gerais, que vamos mencionar aqui como S., vivia os seus dias de verdadeiro martírio, mergulhando em copos e copos de bebida e desespero. Uma pequena nota no jornal chamou-lhe a atenção: “Se você quer beber, o problema é seu; se você quer parar de beber, o problema é nosso”. E a seguir, o número de uma caixa postal.
Relutante, entre a desilusão e a esperança, S. escreve pedindo ajuda. Algum tempo depois, a resposta, com os mínimos detalhes para um possível primeiro encontro com homens e mulheres que trocavam experiências, forças e esperanças, por uma vida melhor, sem a bebida alcoólica.
O calendário registrava o ano de 1959 e S., depois de se ingressar no Grupo Central do Brasil, no Rio de Janeiro, inicia uma série de viagens semanais, pela antiga Estrada União e Indústria, que separava a cidade maravilhosa, por mais de cinco longas horas da cidade de Juiz de Fora, conhecida por sua potência industrial, por Manchester Mineira.
O sacrifício era o preço; a sobriedade em minúsculas doses, o retorno tão esperado.
Dois anos de idas e vindas, durante este tempo S. descobre que ‘nada melhor para manter-se sóbrio que o trabalho intensivo com outros alcoólatras’ e assim, em 11 de junho de 1961, com o apoio do companheiro Glicério, um juizdeforano, residente no Rio de Janeiro, inicia as atividades do Grupo Juiz de Fora de A.A.”
Em seguida, houve a formação de outros grupos em Juiz de Fora e na região da Zona da Mata de Minas Gerais.
A.A. chega a nossa capital querida, Belo Horizonte.
No início do ano de 1960, o companheiro que idealizou a formação do primeiro grupo de A.A. em Belo Horizonte conseguiu um local pequeno e simples na Avenida Santos Dummont, 330 – Centro, para trabalhar com consertos de calçados. Nesta mesma avenida junto com dois amigos, Bichico e Pedro, parte da tarde desse dia, chovia torrencialmente. Entre um gole e outro, embriagado, o companheiro Ilídio de Oliveira disse: - Vamos descobrir um nome para a oficina. E cada um dava sua sugestão. Quando de repente parou de chover, aparecendo um sol radiante, seu amigo Pedro, exclamou: - Que tarde azul! Ilídio, também embriagado, disse: - Pedro, para ficar na história nossa cachaça, vou colocar o nome de minha sapataria de Tarde Azul. Em seguida, pegou um pedaço de papelão e escreveu: Sapataria Tarde Azul. Mais tarde, a sapataria mudou-se para a Rua Manoel Macedo e posteriormente para a Rua Jundiaí, 33 – Bairro Concórdia. No ano de 1963, Ilídio de Oliveira. em um bar próximo a sua casa, também na Rua Jundiaí, leu no Jornal O Globo, do Rio de Janeiro, um texto que dizia: “Se o seu caso é beber, o problema é seu; se o seu caso é parar de beber, o problema é nosso”, incluindo o número 5.218 de uma caixa postal para possíveis contatos. Lembrou-se então de seu amigo e companheiro Pedro Batista, que era ingressado em A.A. no Rio de Janeiro e residia em Belo Horizonte. Por incentivo de amigos, escreve então para o grupo de A.A., pedindo socorro. Veio a resposta e uma troca de correspondência por nove meses. Em 19 de abril de 1964 foi ao Rio de Janeiro e fez seu ingresso no Grupo Lapa, Rua Lapa, 807, 8o andar. Um amigo emprestou-lhe dinheiro para a viagem. Regressando com folhetos, o Livro Branco e fichas, com a incumbência de formar um grupo de A.A. em Belo Horizonte. De imediato, recebeu uma carta do Rio, solicitando uma abordagem, que foi feita e aceita pelo companheiro José Vieira. Marcaram então, a 1a reunião para iniciarem o grupo.
O início contou com a presença de dois convidados, ou seja, participação de quatro pessoas. Local: Sapataria Tarde Azul, Rua Jundiaí, 33 – Concórdia.
Com uma toalha pequena forraram a banca de consertos e fecharam a porta. Ilídio leu a Prece da Serenidade, fizeram o ingresso de dois companheiros e já tendo em mãos pedido de abordagem para Sete Lagoas, o pedido foi providenciado imediatamente. Por sugestão do companheiro José Vieira todos aprovaram para que o grupo recebesse o nome de Tarde Azul, em agradecimento à sapataria onde ocorreu a primeira reunião. Foi providenciada a caixa postal número 1896 e também cartazes com o slogan: “Se seu caso é beber, o problema é seu; se seu caso é parar de beber, o problema é nosso”, e o número da caixa postal 1896. Sendo assim, às 13h30min do dia 01-05-1964, iniciava suas atividades em Belo Horizonte, o Grupo Tarde Azul de Alcoólicos Anônimos.
Amigos que ajudaram na divulgação no início do grupo: Jornalista Oswaldo Nobre, Jornal Debate, Pe Ari de Freitas, Dom Serafim, Ivone Borges Botelho (radialista) e Dr. José De Laurentis e muitos outros.
A.A. em Minas Gerais e a Estrutura de Serviço: Pequeno histórico do ESL/JF-MG.
O início da década de 70 marcou a chegada de alguns companheiros que viriam a manifestar o interesse em conhecer em maior profundidade a filosofia e o modo de vida de A.A. também se preocupavam em buscar informações sobre a melhor maneira de se implantar a Estrutura do Serviço.
O ano de 1974 marca o início das reuniões em São Paulo, durante os dias de carnaval, denominados de Conclave de carnaval, e que iriam evoluir para a formação da Conferência de Serviços Gerais e também das Convenções.
Nessa época, para discutir assuntos relativos aos grupos e às reuniões, o ponto de encontro era um bar, na Rua São João, onde trabalhava um companheiro. Um passava, deixava recado que precisava falar com fulano ou beltrano, e que às “x” horas ali estaria de volta. O Bar do Bolão, então, era o ponto onde eram discutidos os assuntos referentes aos problemas dos grupos de A.A. de Juiz de Fora e das cidades vizinhas (exceção, naturalmente, do Grupo Juiz de Fora); uma espécie de escritório intergrupal.
Vindo daqui e dali, surgiam várias publicações. Em Espanhol, em Inglês e até traduções livres de companheiros do Rio de Janeiro. Entre estas, uma falava da formação dos Intergrupos, Centrais de Serviços, Escritórios de prestação de serviços aos grupos e atendimento à comunidade (A.A. Guidelines).
Sem uma discussão mais profunda, foi alugada a sala 204 da Galeria Constança Valadares, e colocada uma placa com a inscrição “Central de Serviços de A.A. de Juiz de Fora”. Rapidamente, uma folha de papel almaço pautado registrava 53 assinaturas de companheiros que se comprometiam contribuir com a importância de Cr$ 10,00 (dez cruzeiros) para pagar as despesas da sala. Se fosse possível recuperar esse papel, poderiam se comprovar assinaturas de pessoas que só se comprometeram. Nunca pagaram.
A partir daí, os companheiros de Juiz de Fora, interessados em dar continuidade ao movimento, partiram para a busca de informações que permitissem a elaboração de um estatuto, para normalizar e efetivar a Central de Serviços.
Estatuto do Escritório Intergrupal de Campos-RJ, da Entidade para Recuperação de Alcoólicos – ERA (movimento iniciado por membros do Grupo Juiz de Fora, com procuração para o vereador por vários mandatos, Olavo Gomes), com a finalidade de construir um hospital para atender portadores de alcoolismo, além de outras entidades, forneceram subsídios para a elaboração do Estatuto da Central de Serviços de Alcoólicos Anônimos da Zona da Mata de Minas, aprovado em Assembléia Geral Extraordinária do dia 04 de maio de 1975, conforme cópia xérox da ata, constante do livro de atas do referido organismo. Mais tarde, por decisão da Conferência de Serviços Gerais, que recomendou que a nomenclatura Central fosse prerrogativa dos escritórios instalados nas capitais, passou a chamar-se Intergrupal de serviços. Atualmente, a razão social, também por decisão da CSG, é Escritório de Serviço Local.
Pequeno histórico do ESL/BH-MG.
Início de 1976, os companheiros Wilson Machado e Lúcio Pinto convidam companheiros dos grupos existentes na época, para iniciarem a Central de Serviços de Alcoólicos Anônimos de Minas Gerais, para prestar serviços aos grupos como repasse da Literatura oficial, organização de eventos, trabalhar e divulgar os Três Legados de A.A. – Recuperação, Unidade e Serviço.
Foram realizadas várias reuniões nas dependências do Grupo Tarde Azul, concluindo que para conseguir o resultado positivo deveríamos então nos reunirmos na Rua Guarani, 431 – Centro, em local cedido pelo Sindicato dos Empregados do Comércio de Belo Horizonte. Todos os grupos participaram com seus representantes e outros interessados, concluindo então que poderíamos dar início ao trabalho, elaborando um anteprojeto do Estatuto, que teve a participação de oito companheiros com experiência, sendo dois advogados, facilitando assim a elaboração no sentido jurídico.
A assembléia de instituição da Central Mineira de Serviços de Alcoólicos Anônimos (CEMISAA), bem como a aprovação do Estatuto, aconteceu em 27 de fevereiro de 1977 e estiveram presentes 22 grupos. Foi registrado no Cartório Jero Oliva em 21/07/1977 e em seguida foi publicado no Diário Oficial do Estado de Minas Gerais.
A primeira diretoria foi eleita em 24/07/1977, com a presença de 33 grupos. Nesta reunião, os grupos decidiram alugar uma sede, sendo esta na Avenida Santos Dumont, 482 – sala 407.
Como não tínhamos ainda uma contabilidade e não tínhamos C.N.P.J. o contrato foi feito em nome do companheiro Jair Pinto, também tendo como avalistas dois outros companheiros. Em 15 de agosto de 1977, abríamos pela primeira vez a porta de nosso organismo de serviço, que inicialmente foi conhecido por CEMISAA, mais tarde, atendendo a estrutura nacional, teve os nomes de AAESMG, CENSAA-MG e, por último, ESL/BH-MG, sendo que as principais cidades do Estado foram contempladas com um E.S.L., que realiza o trabalho de cada região. Até o ano de 1983, os escritórios existentes na capital e no interior, estes com o nome Intergrupal , realizaram o trabalho legal e o tradicional. Suas reuniões em assembléia e eram compostas pelo Conselho Intergrupal, com um R.I. de cada grupo. Em 29.05.1983, a CEMISAA fez a convocação para uma assembléia dos R.Is., a ser realizada no auditório do IMACO, com o apadrinhamento do companheiro Mota, delegado de São Paulo, fizeram a explanação para a formação da Área de Minas Gerais, e em clima de muita alegria naquela data deu o início a formação dos Distritos por todo o Estado, que passariam então a trabalhar o tradicional e a CEMISAA e intergrupais continuariam com a parte legal na sede da CEMISAA; em outra sala funcionava um grupo com o nome de Triagem, que pouco tempo depois encerrou suas atividades e esta sala ficou com o Comitê de Área.
Possuíamos nestas dependências, uma oficina que gravava fichas com dois funcionários e mais um terceiro que atendia ao balcão do escritório. Este comércio, na época, era a fonte de renda que proporcionou equipar todo escritório, com secretária eletrônica, duas máquinas Xerox, dois telefones (cujos preços naquela época eram caríssimos), realização de viagens de servidores ao interior para formarem os Distritos, enfim, não era o melhor para a irmandade usar o recurso comercial para realizar o início do trabalho, pois os grupos eram poucos e os recursos não chegavam. Mas, com a chegada do tradicional, os Distritos, R.S.Gs. e outros, foram trabalhando unificados e com a sua manutenção pela Sétima Tradição e o repasse da Literatura. Nossa participação na estrutura nacional, desde 1976, tem sido considerável, sempre com os delegados presentes, participação de seis Custódios alcoólicos e um não-alcoólico, um presidente do C.L.A.A.B., um Administrador do E.S.G., membros dos vários Comitês da Junta, um Delegado à Reunião Mundial de Serviço.
Encontros Estaduais
Em virtude da realização de um encontro informal entre companheiros de São Gonçalo-RJ e de Juiz de Fora-MG, em 1977, nas dependências do Colégio Academia de Comércio/Colégio Cristo Redentor, começou a ser alimentada a idéia da realização de um evento similar, mas que congregasse membros de A.A. de toda nossa região.
Nas dependências da então Central de Serviços de A.A. da Zona da Mata de Minas, casualmente se encontravam os companheiros Pedro Paiva, Nelson, Adauto, Godinho e Fábio.
Numa conversa informal, cogitou-se da possibilidade da realização de um Encontro Regional, entre os Grupos de A.A. da Zona da Mata de Minas.
Primeiro, foi pensada a realização em Cataguases. Em face de uma melhor estrutura em Leopoldina, o consenso migrou a realização para esta.
Também, por sugestão do Adauto, por que ficar no “regional” se podíamos partir para o “estadual”?
Representantes dos grupos Cataguases e Progresso, e também AAs de Juiz de Fora, estiveram em Belo Horizonte, na Central Mineira de Serviços de A.A. – CEMISAA – de onde receberam integral apoio para a realização do que viria a ser o primeiro Encontro de A. A. do Estado de Minas Gerais, nos dias 27 e 28 de outubro de 1978, ns Escola Estadual Professor Botelho Reis.
Durante o Encontro foi observado na platéia, um simpático jovem senhor, gravador em punho, em busca de informações sobre o funcionamento de A.A. Ao perceberem, e descobrirem que se tratava de um médico do Sul de Minas, os companheiros da coordenação logo o “intimaram” a falar na reunião.
Meio tímido e sem saber exatamente o que dizer, pois estava ali apenas para conhecer o nosso movimento, o médico fez sua explanação de tal forma que chamou a atenção dos presentes.
Daí pra frente, foram muitas visitas à cidade de Baependi-MG, levando sempre as informações mais recentes para aquele que viria a ser, depois de devidamente apadrinhado pelos companheiros de Juiz de Fora e região, o primeiro presidente da Junta de Serviços Gerais de Alcoólicos Anônimos do Brasil: Dr.José Nicoliello Viotti.
Os primeiros encontros estaduais foram:
1o. – Leopoldina (1a. participação do Dr. Viotti)
2o. – Divinópolis
3o. – Governador Valadares
4o. – Sete Lagoas
5o. – Caxambu (participação do Dr. Nelson Senise, autor do livro “Pare de Beber”; do Dr. José De Laurentis, presidente da Associação Médica de Minas Gerais).
Eventos importantes, área de Minas Gerais
? Com a nomenclatura de Grupos Tarde Azul, o grupo promoveu e coordenou a realização em Belo Horizonte-MG da II Conferência de Serviços Gerais e o V Conclave Nacional, na Semana Santa de 1978. Esteve presente o Dr. Jack Norris, Presidente da Junta de Serviços Gerais de A.A. do EUA/Canadá.
A Conferência foi realizada no Hotel Brasil Palace (onde os Delegados se hospedaram) e o V Conclave nas dependências da Secretaria de Saúde.
- todos os Encontros Estaduais;
- I Seminário de A.A.da Região Sudeste, em Juiz de Fora, em 9 e 10 de outubro de 1988, com uma Reunião de Informação ao Público, no Cine Theatro Central, para uma platéia de 1.800 pessoas;
- 40 anos de A.A. Minas Gerais, em Juiz de Fora, em 7, 8 e 9 de setembro de 2001;
- Ciclos de Passos, de Tradições e de Conceitos;
- Conferências simuladas;
- Painéis de C.T.O.;
- Seminários diversos;
- Intergrupos;
- Intersetoriais
- 1º. Encontro dos Servidores da Estrutura de A.A. no Brasil, em 19, 20 e 21 de abril de 2008, em Baependi, entre outros.
1982 – Com a participação dos companheiros de Juiz de Fora , houve a formação do primeiro Comitê de Distrito de Minas Gerais, em Cataguases. O Comitê de Área ainda não havia sido instituído em Minas Gerais.
Na data da oficialização estiveram presentes representantes da Estrutura Nacional, inclusive o presidente do CLAAB, companheiro Walker, de Belo Horizonte.
Algumas reuniões Históricas
Reunião de reconhecimento ao trabalho de Alcoólicos Anônimos, em duas ocasiões:
1ª. – Assembléia Legislativa de Minas Gerais, representados pelo Custódio não-alcoólico, General Olympio;
2ª. – Assembléia Legislativa de Minas Gerais, representados pelo Custódio não-alcoólico, Pastor Joaquim Luglio.
Instituição Destaque na cidade de São João Del Rei, representados pelo Custódio não-alcoólico, General Olympio.
Troféu Personalidade Anônima do Ano, em 1985, em Juiz de Fora, oferecido pelo Jornal Tribuna de Minas, também representados pelo General Olympio.
Assembléias do C.R.I. (R.I.)
14-07-1985. Local: Sindicato dos Bancários. Destituição da Diretoria da Central de Serviços.
Observação: Todos os companheiros de ilibada reputação, porém o trabalho não estava atendendo aos anseios dos Grupos, principalmente pela ausência do Presidente por longo período. Assumiu, interinamente, o companheiro Fulgêncio, Delegado de Área.
Em dezembro desse mesmo ano foi realizada nova eleição, no auditório do Sindicato dos Bancários. A Diretoria eleita trabalhou durante o ano de 1986 e no segundo semestre de 1987 houve a renúncia de toda a Diretoria, em Assembléia do C.R.I.
1995 – Assembléia do C.R.I. no auditório do IMACO. Decisão em que a CENSAA deveria ser mantida apenas com as contribuições através da Sétima Tradição, encerrando as gravações de fichas e as vendas de outros produtos.
Assembléia de Área no segundo semestre de 1984, no auditório do Sindicato dos Bancários: Toda a Junta de Custódios convocada para dar explicações sobre um sorteio ou rifa – procedimento fora dos nossos princípios, mas cuja intenção era salvar da falência o E.S.G. Muito debate, calorosa discussão e desentendimento entre servidores e Custódios alcoólicos, diante dos Custódios não-alcoólicos, que não sabiam como proceder diante da situação.
Por fim, decidiu-se pela continuidade da rifa em nível nacional, porém com o repúdio e contestação da Área de Minas Gerais.
Delegados da Área de Minas Gerais
Delegados Período Delegados Período
Lúcio Pinto – BH 1976 Adauto – JF 1976/1977
Pedro Batista – BH 1977/1978 Godinho – JF 1078/1979
Lúcio – BH 1979/1980 Adauto – JF 1980/1981
Walker – BH 1981/1982 Lindolpho – JF 1982/1983
Alvarenga – BH 1983/1984 W. Expeditus – JF 1984/1985
Fulgêncio – BH 1985/1986 Carlos Alberto – JF 1986/1987
Maciel – BH 1987/1988 José Pinto – JF 1988/1989
Tarcísio – BH 1989/1990 Airton Borges – BH 1990/1991
Alencar – BH 1991 Hermógenes – BH 1991/1992
Jane – JF 1992/1993 Maria José – BH 1993
Moacir – BH 1993/1994 Liu – BH 1994/1995
Fábio – JF 1995/1996 Tadeu – BH 1996/1997
Ferreira – Cel. Fabriciano 1997/1998 João de Deus – BH 1998/1999
Cláudio – Ouro Preto 1999/2000 Lindolpho – JF 2000/2001
Hermógenes – BH 2001/2002 Antônio Eustaquio – BH 2002/2003
Silvério – BH 2003/2004 Figueiredo – Cataguases 2004/2005
Eustáquio – BH 2005/2006 Mário – BH 2006/2007
Silvestre – João Monlevade 2007/2008 Hugo – BH 2008/2009
Custódios Regionais – Região Sudeste – Área de Minas Gerais
Custódios Período
Adauto – JF 1984/1986
Lúcio – BH 1984/1986
Fulgêncio – BH 1987/1989
Fábio – JF 1988/1991
Airton Borges – BH 1994/1996
Cláudio – Ouro Preto atual
Outros
1989 – Mudança da CENSAA para a Rua Aarão Reis, 538 – 2º andar.
15 de novembro de 1999: mudança da CENSAA para a Avenida dos Andradas, 302 – salas 522-523-524-530.
Janeiro de 2000: Trabalho unificado, modificando o nome de CENSAA para ESL/BH-MG, sede da Área de Minas Gerais. As Intergrupais passaram a se denominar ESL.
Observação: Em 1990, de acordo com recomendação da Conferência, a Central de Serviços de A.A. da Zona da Mata de Minas mudou a denominação para Intergrupal de Serviço de A.A. – ISAA-JF.
Nomes anteriores ao ESL/BH-MG
1º) CEMISAA – Central Mineira de Serviços de A.A.;
2º) A.A.E.C.S. – Alcoólicos Anônimos Escritório Central de Serviços de Minas Gerais;
3º) CENSAA-MG – Central de Serviços de Alcoólicos Anônimos de Minas Gerais; e
4º) ESL/BH-MG – Escritório de Serviço Local de Belo Horizonte-Minas Gerais.
Servidores de Minas na estrutura Nacional
Walker: Presidente do Centro de Distribuição de Literatura de A.A. para o Brasil – CLAAB 1984;
Godinho: Trabalho administrativo no CLAAB, residindo em São Paulo;
Fulgêncio: Diretor do ESG – 1987/1989, permanecendo 10 dias por mês em São Paulo
Fábio: Comitê Editorial da Revista Brasileira de A.A., Comitê de Informação ao Público-CIP da Junta;
Airton Borges: Comitê de Literatura da Junta;
Adauto: Tesoureiro do CLAAB e membro do Conselho Fiscal, 1984/1986;
Lindolpho: membro do Conselho Fiscal do ESG.
“Hoje, dos que fazem funcionar a Estrutura do Terceiro Legado de A.A. (Serviço), somos mais de 500 grupos em Minas. Sem contar aqueles que, por inúmeros motivos, ainda percorrem os caminhos do desconhecimento dos princípios da Irmandade
(...)
Pesquisando, descobrimos que o S. é de Salvador.
Teria sido esse nome revestido de algum significado místico, ou tudo não passou de uma maravilhosa e feliz coincidência?”
“Parece que foi ontem... mas, vivendo um dia de cada vez, lá se vão 47 anos!”
Assim, até agora, Deus nos ajudou.
Pedimos a Ele que continue nos ajudando, porque precisamos seguir passando adiante a mensagem de Alcoólicos Anônimos.
Estas informações foram obtidas através de anotações e atas de reuniões dos Grupos de Juiz de Fora e de BH e de depoimentos de companheiros e companheiras que participaram dos fatos na época da chegada de A.A. em nosso Estado. .
BH-MG, 07/2008