quinta-feira, 28 de abril de 2011

Apadrinhamento


Apadrinhamento Em Alcoólicos Anônimos, apadrinhamento é o processo em que um alcoólico que já fez algum progresso no programa de recuperação, partilha essa experiência de uma forma contínua e individual, com outro que está tentando conseguir ou manter sua sobriedade através de A.A.
A responsabilidade do apadrinhamento, embora não escrita e informal, é uma parte básica da maneira de A.A. efetuar a recuperação do alcoolismo através dos Doze Passos.
Não há regras específicas, mas um bom padrinho, que provavelmente deveria contar com um ano ou mais de sobriedade desde seu último gole, deve parecer feliz na sobriedade e convém que, dentro das possibilidades do grupo, homem apadrinhe homem e mulher amadrinhe mulher (evitar envolvimentos emocionais, nem sempre saudáveis).
O apadrinhamento reforça a sobriedade do membro mais antigo. O ato de partilhar sua sobriedade torna mais fácil para o veterano a vida sem álcool. Ajudando os outros, constatamos que ajudamos a nós mesmos.
Não há qualquer classe ou casta superior de padrinhos em A.A. Qualquer membro pode ajudar o novato a enfrentar a vida, sem recorrer ao álcool sob qualquer forma.
Tempo de sobriedade é um fator, mas não o único. Os padrinhos eficientes são aqueles homens e mulheres que têm permanecido sóbrios por tempo suficientemente longo para compreender o programa sugerido de recuperação delineado nos Doze Passos.
De igual importância são a capacidade de compreensão e paciência, disposição para devotar tempo e atenção aos membros novos, e o exemplo pessoal como representante do A.A. em ação.
UM BOM PADRINHO DEVERIA:
Fornecer seu endereço pessoal ao afilhado e, se possível, obter o dele, mas sem obrigá-lo a fornecer.
Estimular o afilhado a freqüentar uma variedade de reuniões de A.A., para que ele adquira diversos pontos de vista e interpretações do programa.
Nunca se recusar a tomar o inventário moral do afilhado, se este lhe pedir, mas nunca forçá-lo a isso.
Apresentar o afilhado a outros membros, provavelmente que possuam interesses ocupacionais ou sociais iguais aos dele.
Ficar a disposição do afilhado, quando este está com problemas especiais.
Enfatizar a importância dos Doze Passos e das Doze Tradições, estimulando o afilhado a conhecê-los bem.
Insistir em que o afilhado participe das atividades do grupo, tão cedo quanto possível.
Quando em contato com familiares do afilhado, explicar-lhes o programa de A.A. e falar-lhes sobre os Grupos Familiares de Al-anon e Alateen.
Levar o afilhado em seu trabalho do Décimo Segundo Passo.
Um padrinho que realmente coloca em primeiro lugar o programa, não tomará como insulto o fato de seu afilhado decidir mudar de padrinho ou procurar outros AAs, em busca de mais orientações.
Um padrinho por mais experiente que seja, nunca fala em nome do A.A., e deixa isso claro ao afilhado, informando-o que cada membro tem a liberdade de chegar a uma compreensão individual do programa.
Em sua ansiedade de ajudar a conseguir a sobriedade, alguns padrinhos podem tender a ser superprotetores, tornando os afilhados dependentes de sua pessoa, o que é de todo inconveniente.
Outro perigo é que a superproteção pode aborrecer o afilhado, a ponto de este se ressentir das tentativas de ajuda e expressar esse ressentimento abandonando o A.A.
Deve lembrar-se de que apadrinhar não é forçar o afilhado a nada.
Nos casos de recaída, o padrinho deveria não ser muito intransigente ou bondosamente piegas, mas, procurar o afilhado e simplesmente reconduzi-lo ao Primeiro Passo e ao Grupo.
Do Primeiro ao Quinto Passo de A.A., freqüentemente encontramos citações de como o padrinho procura auxiliar o novato na trilha da recuperação proposta pelos Doze Passos (10 vezes).
A partir do Sexto Passo, deixando de ser infantil e tornando-se mentalmente e emocionalmente adulto, o antigo novato passa a ter todas as condições para ser um bom padrinho.
Um cuidadoso planejamento da atividade do apadrinhamento dentro do grupo, provavelmente dará melhores resultados do que o apadrinhamento deixado ao acaso.
Uma forma sugerida: O Coordenador, no fim da reunião: "Se alguém aqui ainda não tem padrinho e precisa de um, por favor, procure o secretário após a reunião afim de arranjar um padrinho provisório." Onde esta prática é adotada em cada reunião, os membros dizem que ela lembra ao grupo o valor de apadrinhar e ser apadrinhado.
Francisco R.
Vivência nº 36 – Julho/Agosto 1995

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