sábado, 31 de dezembro de 2011

Não deixe tanta vida pra depois...

"NÃO DEIXE TANTA VIDA PRA DEPOIS ..."
Drª. Maria Tude ( Psicologa )

O momento é agora!

-para dizer do meu amor
-para um toque, um carinho; prá ternura...
-para chegar, cooperar, servir...
-para deixar o medo de lado e ficarmos juntos
-para um passeio com as crianças, mesmo durante a semana, mesmo em horário de trabalho e em horário de aula!
-para contar aos jovens histórias da nossa história, da nossa Família
-para rirmos juntos de lembranças gaiatas
-para parar tudo e Ouvir...com interesse, sem "achar" nada, sem "dar retornos", apenas ouvir...
-para uma gentileza, um mimo...
-para um elogio, um encorajamento
-para compartilhar um lanchinho especial
-para uma caminhada, rindo, leves, soltos, debaixo de chuva fininha...
-para sairmos à toa, sem rumo certo, apenas sairmos...
-para tantas outras gostosuras... É a parte boa, leve e doce da Vida.

Não espere que alguém, ou algum momento especial, chegue para nos fazer felizes. Faça e desfrute o que é bom, Agora! Amanhã, talvez já não nos tenhamos, ou não tenhamos a oportunidade ou até mesmo o desejo de estarmos juntos! "A Vida pode afastar nós dois"

A parte dolorosa, os desafios para o aprendizado, logo, infalivelmente, virão. Precisamos nos fortalecer com sorrisos, carinhos, doçuras e amores para atravessá-los.

É importante desfrutar da benção de estarmos juntos, de termos nos encontrado!

"Não deixe tanta vida prá depois..."


FELIZ 2012!!!

Reflexões Diárias de A.A.: 31/12

31 DE DEZEMBRO

RESOLUÇÕES DIÁRIAS

A ideia de viver um “plano de vinte e quatro horas” aplica-se primeiramente à vida emocional do indivíduo. Emocionalmente falando, não devemos viver no ontem, nem no amanhã.

NA OPINIÃO DO BILL, p. 284

Um Ano Novo: 12 meses, 52 semanas, 365 dias, 8.760 horas, 525.600 minutos – um momento para considerar caminhos, objetivos e ações. Devo fazer alguns planos para viver uma vida normal, mas também devo viver emocionalmente dentro de uma estrutura de vinte e quatro horas, porque assim não preciso fazer resoluções de Ano Novo!

Posso fazer de cada dia um dia de Ano Novo! Posso decidir:

“Hoje farei isto... Hoje farei aquilo...” Cada dia posso medir a minha vida tentando fazer um pouco melhor, decidindo seguir a vontade de Deus e fazendo um esforço para colocar em ação os princípios de nosso programa de A.A.

sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Marty M.: A 1ª mulher a conseguir sobriedade duradoura em A.A.

Marty M. A 1ª mulher a conseguir sobriedade duradoura em A.A.

O mês de abril de 1939 continuou transcorrendo, num ano muito difícil. Houve momentos de luz que só foram reconhecidos como tal muito mais tarde. Um deles foi à chegada de Marty M., a primeira mulher a conseguir sobriedade duradoura em Alcoólicos Anônimos.

A.A. havia sido levado ao seu conhecimento de maneira forçada, quando ela estava internada no Sanatório Blythewood, em Greenwich, Connecticut. O psiquiatra Harry Tiebout, diretor médico do sanatório já estava interessado no movimento e recebeu com antecedência uma cópia do Livro Azul impressa em off-set, solicitando sua avaliação. Entregou o livro a Marty, uma mulher de 34 anos tão atraente quanto difícil. De início, ela se recusou a ler o livro, mas finalmente concordou e leu-o pulando as páginas e discutindo-o com ceticismo e desdém. "Não suporto esses Ds maiúsculos", disse. "Não acredito em Deus e não quero ler um livro inteiramente sobre Deus". O pessoal do A.A. se auto-hipnotizou, disse ela a Tiebout, desafiadoramente; eram todos fanáticos. Como Tiebout continuou pressionando-a, ela decidiu ler apenas o suficiente para ter elementos e provocar uma discussão com o médico. Essa discussão intelectual continuou durante meses, até o dia em que Marty entrou numa crise de ressentimento e fúria. Nesse momento de ódio, contava ela, viu literalmente tudo em vermelho, inclusive as páginas do livro aberto sobre sua cama. Mas recordou que, "no meio da página havia uma linha que não estava vermelha, mas de um negro azeviche, que se destacava como se tivesse sido entalhada na madeira. E a linha dizia: Não podemos viver com raiva". Foi o suficiente. Fiquei de joelhos ao lado da cama, creio que por muito tempo, porque a colcha tinha uma grande marca das minhas lágrimas. Senti algo naquele quarto, e a principal sensação era de ser livre. Eu sou livre!

Pouco depois desse incidente, Marty assistiu pela primeira vez uma reunião de A.A. Dei uma olhada no lugar e nunca havia visto tanta gente em minha vida. Havia provavelmente 30 ou 40 pessoas. Lois apareceu, abraçou-me e disse: - estávamos há muito tempo esperando por você, sabia? E queremos que desça. Venha. Nunca havia sentido tanto amor quanto o daquela mulher e segui-a escada abaixo, como um carneirinho. Ficou evidente para mim, nessa primeira noite, que Bill era um líder. O grupo com o qual eu estava e mais algumas pessoas subimos para o andar superior, ele sentou-se e começamos a fazer-lhe perguntas. Eu tinha mil perguntas a fazer. Lembro-me de Bill olhando-me e rindo enquanto dizia: - Olha, Marty estamos na noite de terça-feira; você não pode fazer tudo até a quinta. A segunda coisa que me agradou foi ouvi-lo dizer: Devemos ter muito cuidado em evitar uma coisa: (achei que o Dr. Tiebout havia falado com ele sobre mim... quem eu era, e tudo o mais) os ressentimentos. Como é que você lida com os seus ressentimentos?

Ressentimentos? - perguntei eu. Nunca tive ressentimento em minha vida! E ele exclamou: - Não me diga! Não é possível que seja por causa da sua idade... "Eu tinha apenas 34 anos. Todos riram e me senti mal, desconcertada e muito ferida. Não sei do que estão rindo, disse. Não vejo, absolutamente, nenhuma graça. Mas Bill perguntou: - O que é que você faz, como se sente quando alguém lhe faz alguma coisa que você acha injusta, que a magoa? Ou faz uma coisa muito errada, do seu ponto de vista, que a atinge diretamente? Sinto-me magoada, respondi. E eles observaram: - E isso não é ressentimento? O que você acha que é? Bem, quando as pessoas me ferem desse modo, eu as evito. Simplesmente, me fecho em mim mesma, afirmei. E você percebe a quem está ferindo, não é? Perguntou Bill. Não, não sei do que está falando, retruquei. E ele disse: - Está ferindo unicamente a você mesma! Em outras palavras, nessa noite tive a primeira lição, com Bill no papel de professor. Era um grande professor. Lois também se recordava dessa noite: - Marty temia o que iria descobrir na reunião e preferiu ficar no andar de cima comigo. Consegui convencê-la de que os AAs a apreciavam e precisavam dela e então descemos juntas. De volta a Greenwich, Marty contou de sua viagem ao Brooklyn para uma amiga íntima, outra alcoólica de Blythewood: - Grennie, não estamos mais sozinhas, disse ela, uma afirmação hoje famosa em A.A., porque resume o alívio que todo alcoólico isolado sente quando encontra a Irmandade.

(Fonte: Levar Adiante)

Vivência nº110 - Nov/Dez/2007.

Reflexões Diárias de A.A.: 30/12

30 DE DEZEMBRO

ANONIMATO

O anonimato é o alicerce espiritual de nossas Tradições, lembrando-nos sempre da necessidade de colocar os princípios acima das personalidades.

OS DOZE PASSOS E AS DOZE TRADIÇÕES, p. 167

A Décima Segunda Tradição tornou-se importante nos primeiros dias de minha sobriedade e, junto com os Doze Passos, continua a ser indispensável em minha recuperação. Tornei-me consciente após ingressar na Irmandade, de que tinha problemas de personalidade. Assim, quando ouvi pela primeira vez a mensagem da Tradição, estava muito claro: existe uma maneira imediata para, com os outros, encarar meu alcoolismo e seus acompanhantes, a raiva, as atitudes defensivas e ofensivas. Via a Décima Segunda Tradição como sendo uma grande desinfladora do ego; ela aliviou a minha raiva e me deu uma chance de utilizar os princípios do programa. Todos os Passos, e esta Tradição em particular, têm-me guiado por décadas de sobriedade contínua. Sou grato àqueles que estavam aqui quando precisei deles.

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Gente que nasceu para brilhar

GENTE QUE NASCEU PARA BRILHAR
Maria Teresa Matos
Coordenadora do centro de Convivência Elo da Vida
Secretaria de Saúde do Estado do Ceará SUS
Hospital de Saúde Mental-Messejana-Ceará

O Centro de Convivência Elo da Vida é referência para o Estado do Ceará no tratamento de dependência química.
Através do Núcleo de Atenção ao usuário de Drogas do Hospital de Saúde Mental de Messejana, prestamos atendimento ao dependente químico independente de raça, idade, sexo ou condição social, de acordo com a conduta clínica indicada para cada caso: ambulatório, internação ou desintoxicação.
O serviço tem suporte para atendimento a 45 pacientes/dia, distribuídos em grupos de trabalhos, coordenados por um profissional de nível superior.
Trabalhamos em regime de hospital/dia, no horário de 08h00min ás 17h00min horas de 2º a 6º feira.
A proposta terapêutica é o atendimento de grupo através de uma abordagem motivacional. Acreditamos que com uma leitura crítica e reflexiva das crenças, valores e comportamentos aprendidos durante toda sua vida o paciente pode proceder a uma mudança de comportamento, adquirindo e mantendo hábitos de vida mais saudáveis, sem o uso de substâncias psicoativas.
É praticamente impossível promover saúde, principalmente saúde mental, sem o envolvimento dos diversos setores da sociedade.
A dependência química é complexa, multifatorial e degrada a condição humana como um todo, para que pensemos que nós, profissionais da saúde, possamos resolvê-las sozinhos.
Durante nossa trajetória solitária (comum aos que trabalharam na área das dependências) encontramos alguns parceiros solidários que acreditam que "gente nasceu para brilhar e não para morrer de fome", como diz o Poeta Caetano.
Entre tantos que colaboram, ajudam e entendem o modo de adoecer do dependente químico, encontramos a Irmandade de Alcoólicos Anônimos, ou como são mais conhecidos, os A. As.
Alcoólicos Anônimos está conosco quinzenalmente através de suas explanações lúcidas, verdadeiras e vivenciadas. Mostram aos pacientes alcoolistas como é possível viver sem o uso de substâncias psicoativas.
Muitas vezes levam todos ás lagrimas, promovendo uma verdadeira catarse na alma dos que sofrem da dependência.
Mostram que continuam convivendo com o problema, porém com outra percepção e conseqüente mudança de postura em relação ao doente, à doença e assim vão,... "só por hoje", mantendo a abstinência tão desejada por todos.
Estabelecemos essa parceria solidária com A. A. há mais de cinco anos, e acreditamos que é tão vital para recuperação dos pacientes quanto o tratamento que desenvolvemos no nosso serviço.
A equipe de profissionais que faz o Centro de Convivência Elo de Vida agradece em nome dos pacientes e familiares, a disponibilidade e compromisso de todos os companheiros dos Grupos de Alcoólicos Anônimos que se dispuseram em firmar conosco, mais um "elo", para solidificação dessa corrente de recuperação ao alcoólico ás drogas.
É bom saber que não estamos sozinhos...

Estamos com gente que nasceu para brilhar!

Obrigada!

Vivência N° 105 Jan./Fev. 2007.

Reflexões Diárias de A.A.: 29/12

29 DE DEZEMBRO

A ALEGRIA DE VIVER

Portanto, a alegria de viver bem é o tema do Décimo Segundo Passo.

OS DOZE PASSOS E AS DOZE TRADIÇÕES


A.A. é um programa alegre. Mesmo assim, às vezes resisto a tomar os Passos necessários para seguir adiante, e me encontro resistindo às próprias ações que me levariam à alegria que tanto desejo. Eu não resistiria se estas ações não tocassem algum aspecto vulnerável de minha vida, uma área que precisa de esperança e satisfação.

Repetidas experiências de alegria tendem a suavizar as duras arestas exteriores do meu ego. Aí repousa o poder da alegria para ajudar todos os membros de A.A.

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Nunca mais

Nunca mais

Talvez, dentro de Alcoólicos Anônimos, esta seja a frase mais perigosa de ser ouvida e pronunciada. Nem mesmo a palavra ‘recaída’ é falada com tanta apreensão e temor, como o ‘NUNCA MAIS’.
A recaída nós temos consciência de que existe, sabemos que nenhum de nós está livre de um tropeço, por isso, costuma-se dizer:
“O alcoolismo é uma doença de eterna vigilância”.
O “nunca mais”, no entanto, é uma frase que para os menos informados sobre o Programa de Recuperação sugerido por Alcoólicos Anônimos, pode até parecer um firme e inabalável propósito. No entanto, para nós membros de A.A., sabemos que tal frase nada tem a ver com a nossa recuperação.
O perigo existe para nós, alcoólicos em recuperação, diante do ‘nunca mais’ está no fato de vermos nascer, dentro de nós, uma falsa e ilusória segurança, bem como poderá nos induzir a um afastamento de nosso grupo, pois estaremos, invariavelmente, julgando-nos capazes de manter nossa abstinência, sem a participação junto aos nossos companheiros e companheiras.
Acabaremos sendo envolvidos por uma falsa autoconfiança, a qual em pouco tempo poderá colocar-nos diante do primeiro gole. A nossa maior segurança está, justamente, no fato de admitir a nossa fragilidade perante o álcool. Sabemos que somente através do compartilhar de nossas experiências é que nos fortalecemos em nosso propósito de não voltar a beber.
Quantos de nós, que hoje estamos sóbrios, no seio de Alcoólicos Anônimos, nos tempos de nossas bebedeiras, ao aprontar algum tipo de bagunça ou ato pernicioso, não dizíamos: “Nunca mais vou beber”. Ao amanhecer, do dia seguinte, estávamos envoltos em profunda ressaca, sem que apercebêssemos, víamo-nos novamente com o copo na mão apenas para tomar ‘uma’ e rebater a ressaca.
Nosso ‘nunca mais’ muitas vezes era até sincero e verdadeiro, mas, tornava-se frágil diante de nossa compulsão e iniciávamos tudo novamente.
Nossos familiares ao ver dentro de uma sala de A.A., muitas vezes, ficam exultantes e felizes. Passam a acompanhar nossa evolução, de repente percebemos que estes mesmos familiares, que tanto sofreram ao conviver com nosso alcoolismo, são invadidos por uma falsa e perigosa confiança, começam a sonhar e imaginar que seus entes queridos ‘nunca mais’ vão beber. Esta confiança é muito perigosa pois pode criar uma autoconfiança ilusória, que acabará levando o alcoólico de volta ao copo.
Portanto, é importantíssima a participação dos familiares junto ao Programa de Al-Anon, o qual, tal qual o Programa de A.A., demonstrará a impotência que os seres humanos têm para enfrentar alguns de seus problemas. O Al-Anon proporciona condições para que os familiares possam realmente entender e conviver com o alcoólico, sem que para isso precise martirizar-se ou viver o problema alheio.
O percebimento de toda nossa fragilidade está impressa em nossa literatura, tais frases não estariam de proliferando em nossos grupos, se o hábito da leitura estivesse sendo praticado.

(Danton, Ribeirão Claro PR)

VIVÊNCIA N.° 31 SET/ OUT. 1994

Reflexões Diárias de A.A.: 28/12

28 DE DEZEMBRO

APRONTE-SE E APAREÇA!

Em A.A. buscamos não apenas a sobriedade – tentamos voltar a ser cidadãos do mundo que rejeitamos e que também nos rejeitou. Essa é a demonstração máxima de que o trabalho do Décimo Segundo Passo é o primeiro e não o último.

NA OPINIÃO DO BILL, p. 21

A velha frase diz: “Apronte-se e apareça”! Esta ação é tão importante que gosto de considerá-la como minha máxima preferida.

Posso optar todo dia para me aprontar e aparecer, ou não. Aparecendo nas reuniões, nasce em mim um sentimento de ser uma parte dessa reunião, pois assim posso fazer o que digo que farei. Posso conversar com os novatos e posso compartilhar minha experiência; isto é o que realmente significa credibilidade, honestidade e cortesia. Ao me aprontar e aparecer realizo as ações concretas para um retorno progressivo à vida normal.