sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Mudar tudo o que penso, tudo o que faço

Mudar tudo o que penso, tudo o que faço

"A sobriedade é como andar de bicicleta morro acima. Se eu parar de pedalar, vou parando devagar e volto morro abaixo."

"Porque insistir tanto em que todo AA precisa, antes de mais nada, chegar ao fundo do poço? A resposta é que poucas pessoas praticarão sinceramente o programa de A.A., a não ser que tenham atingido o fundo. Pois praticar os restantes onze Passos de A.A. requer a adoção de atitudes e ações que quase nenhum alcoólico que ainda esteja bebendo sonharia adotar. Quem se dispõe a ser rigorosamente honesto e tolerante? Quem se dispõe a confessar suas falhas a um outro e a fazer reparações pelos danos causados? Quem se interessa, ao mínimo, por um Poder Superior ou menos ainda por meditação e oração? Quem se dispõe a sacrificar o seu tempo e energia tentando levar a mensagem de A.A. ao próximo?

Não, o alcoólico típico, egoísta ao extremo, pouco se interessa por essas medidas, a não ser que tenha que tomá-las para sobreviver.” Os Doze Passos e as Doze Tradições, págs. 19 e 20.

Eu sei que primeiro precisei me render por completo, com toda a minha alma, consciente e inconscientemente, antes que estivesse disposta a fazer essas coisas. Tive que querer parar de beber mais do que tudo, e somente me rendendo por completo eu pude estar disposta a tomar responsabilidade por minha recuperação e minha vida, e tomar as medidas sugeridas nos Doze Passos, desde admitir que eu era impotente, até levar a mensagem e praticar esses princípios em todas as minhas atividades.

É aí que começa o trabalho e dele depende minha sobrevivência. Logo descobri que eu precisava mudar para não voltar àquela vida antiga de bebedeiras e sofrimento. Eu vi que precisava mudar duas coisas: tudo o que penso, e tudo o que faço. E tudo isso está sugerido nos Doze Passos.

As únicas coisas que não mudam são Deus, meu alcoolismo e a eficácia dos Doze Passos; o resto precisa mudar constantemente Com o tempo, meu entendimento de Deus, do meu alcoolismo e dos Passos está mudando, e espero que continuem.

No meu alcoolismo está meu problema e em meu Poder Superior e nos Doze Passos está a solução. Para resolver o problema eu preciso olhar para a solução e não para o problema. É preciso haver uma mudança constante e isso é um trabalho diário.

Eu me pergunto: onde está a mudança? Eu continuo querendo sempre sair ganhando todas as discussões? Ainda estou tão insegura que acho que toda opinião contrária à minha é um ataque pessoal? Continuo sem paciência e querendo tudo para ontem? Continuo a me preocupar com o que vai acontecer amanhã, no ano que vem, para o resto de minha vida? Continuo fazendo o inventário dos outros para parecer que sou melhor? Continuo falando mal dos outros, fingindo ser uma crítica construtiva? Resumindo, continuo falando como se fosse santa e agindo como uma bêbada?

Tenho feito essas coisas de vez em quando e sei que vou fazer muitas vezes mais, porque sou um ser humano e sou imperfeita. Mas não vou deixar que isso sirva de desculpa para meu fracasso porque sei que sou responsável pelos meus atos. Estou mudando minha atitude para uma mais positiva, porque sei que minha atitude determina o dia que vou ter hoje. Continuo trabalhando os Passos, seguindo as sugestões e pedindo ao meu Poder Superior que me dê forças para mudar, progredir e me tornar uma pessoa melhor. E eu quero sempre olhar para trás e ver que fiz algum progresso, que não sou hoje a pessoa que eu era ontem.

Eu não tinha controle sobre minha vida e agora tenho. Minha percepção das coisas era truncada e agora consigo enxergar mais claro, entregando as coisas aos cuidados de Deus, que tem uma perspectiva melhor que a minha, e entregar meus defeitos a Ele, pedindo-lhe que me dê forças para mudá-los.

A sobriedade é como andar de bicicleta morro acima. Se eu parar de pedalar, vou parando devagar e volto morro abaixo. Para não voltar a ser o que eu era antes eu preciso mudar sempre. Não posso ficar sóbria hoje com o trabalho que fiz ontem. Continuo com muitos defeitos de caráter, mas hoje tenho as ferramentas para mudar, um dia de cada vez.

Minha pergunta para vocês é: Onde está a mudança? Como o seu comportamento hoje é diferente do que era antes?

REVISTA VIVÊNCIA N.° 74 -NOV / DEZ / 2001.

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