domingo, 8 de janeiro de 2012

Nossas Tradições

"NOSSAS TRADIÇÕES, SEGUNDO BILL W. são um Guia para se encontrar formas melhores de trabalhar e viver em Grupo"

1) Nosso bem-estar comum deve estar em primeiro lugar; a reabilitação individual depende da unidade de A. A.
Sem unidade A. A. morrerá. Liberdade individual e, não obstante, uma grande unidade. A chave do paradoxo: a vida de cada A. A. depende da obediência a princípios espirituais. O grupo precisa sobreviver; caso contrário, não sobreviverá o indivíduo. O bem-estar comum vem em primeiro lugar. A melhor forma de viver e trabalhar juntos como grupos.

AS TRADIÇÕES DE ALCOÓLICOS ANÔNIMOS

"Elas são para a sobrevivência do Grupo, aquilo que os Doze Passos de A. A. são para a sobriedade e paz de espírito de cada companheiro. .."

Hoje, nós de A. A. estamos juntos e sabemos que vamos permanecer juntos.
Estamos em paz uns com os outros e com o mundo que nos rodeia. Por isso, muitos de nossos conflitos são resolvidos e nosso destino parece assegurado. Os problemas de ontem têm produzido as bênçãos de hoje.
Nossa história não é uma história comum; ao contrário, é a história de como, pela Graça de Deus, uma força desconhecida tem-se levantado da grande fraqueza; de como sob ameaças de desunião e colapso, a unidade mundial e a Irmandade têm sido forjadas.
No curso desta experiência, temos desenvolvido uma série de princípios tradicionais pelos quais vivemos e trabalhamos unidos, bem como nos relacionamos como uma Irmandade para o mundo que nos rodeia.
Estes princípios são chamados de Doze Tradições de Alcoólicos Anônimos.
Elas representam a experiência extraída do nosso passado e nos apoiamos nelas para nos manter em unidade, através dos obstáculos e perigos que o futuro nos possa trazer.
Não foi sempre assim. Nos primeiros dias vimos que era uma coisa para algum alcoólicos se recuperarem, mas o problema de viver e trabalhar juntos era algo mais.
Por conseguinte, foi para um futuro desconhecido que olhamos pela janela da sala de estar da casa do Dr. Bob, em 1937, quando pela primeira vez percebemos que os alcoólicos poderiam ser capazes de se recuperar em grande escala.
O mundo ao redor de nós, o mundo de pessoas mais normais, estava sendo destruído. Poderíamos nós, os alcoólicos em recuperação permanecermos juntos? Poderíamos nós levar a mensagem de A. A.? Poderíamos nós funcionar como grupos e como um todo? Ninguém poderia dizer.
Nossos amigos psiquiatras, com alguma razão começavam a nos prevenir: "Esta Irmandade de alcoólicos é dinamite emocional. Seu conteúdo neurótico pode explodi-la em pedacinhos."
Quando estávamos bebendo, na verdade, éramos muito explosivos. Agora que estamos sóbrios, bebedeiras secas nos farão explodir?
E foi assim, que através das tentativas e dos erros que adquirimos rica experiência. Adotamos pouco a pouco, as lições dessa experiência, primeiro como política e depois como Tradição.
Este processo ainda continua e esperamos que nunca termine.

Caso algum dia nos tornemos muito rigorosos, a letra da lei poderá esmagar o espírito da lei. Poderíamos vitimar a nós mesmos, através de regras e proibições mesquinhas; poderíamos vitimar a nós mesmos, através de regras e proibições mesquinhas; poderíamos imaginar que houvéssemos dito a ultima palavra. Poderíamos até mesmo exigir dos alcoólicos que aceitassem nossas ideais rígidas ou se mantivessem afastados. Não podemos nunca engessar o progresso desta forma, mas as lições proporcionadas pela nossa experiência são muito importantes, estamos todos convictos disso.

Grande parte do trabalho de Bill no escritório de A. A. era cuidar da correspondência. As cartas vinham em um fluxo constante desde a publicação do artigo no Saturday Evening Post. Muitas destas cartas solicitavam auxilio a formação de novos Grupos ou pediam orientações sobre os diversos problemas e circunstâncias dos Grupos existentes. A idéia de se desenvolver diretrizes clara para os Grupos evoluiu do continuo surgimento de perguntas semelhantes. Esta necessidade vinha sendo discutida desde 1943, quando o escritório central começara a coletar informações e solicitara aos Grupos que enviassem uma relação das regras e requisitos referentes à filiação.

A relação consolidada recordava Bill, tinha muitas páginas e uma reflexão sobre aquelas muitas regras, levou-nos a uma assombrosa conclusão: - se todas aquelas exigências fossem imediatamente impostas por toda parte teria sido praticamente impossível para qualquer alcoólico filiar-se a A. A.
As idéias básicas para as Doze Tradições de Alcoólicos Anônimos vieram diretamente desta vasta correspondência. Em fins de 1945, um grande amigo de A. A. sugeriu que toda aquela massa de experiências poderia ser codificada em um conjunto de princípios capaz de oferecer soluções comprovadas para todos os nossos problemas de convivência e trabalho conjunto e de relacionamento da nossa Irmandade com o mundo externo. A denominação "Tradições" dada a estes princípios atesta a genialidade de Bill. Se tivessem sido chamados de "leis", "regras", "estatutos" ou "regulamentos", estes princípios talvez nunca fossem aceitos pelos membros. Bill conhecia muito bem seus companheiros alcoólicos: ele sabia que nenhum bêbado que se auto-respeitasse, sóbrio ou não, se submeteria docilmente a um conjunto de "leis" – isso seria autoritário demais!

Não obstante, a denominação "Tradições" só foi adotada um pouco mais tarde. Inicialmente, Bill as chamou de "Doze Pontos para Garantir Nosso Futuro", porque as entendia como diretrizes necessárias à sobrevivência, à unidade e à eficiência da Irmandade. Foram divulgadas pela primeira vez sob esse título em 1946 na The Grapevine.
Assim como os Passos, as Tradições não foram imaginadas antecipadamente como meios de ação contra problemas futuros. A ação veio primeiro. Não dispondo de nada em que pudessem se basear, exceto o método de tentativa, erro e nova tentativa, os Grupos pioneiros de A. A. logo descobriram: - bem, daquela maneira não funcionou, porém de outra deu certo; e essa maneira funciona ainda melhor!
Nossas Tradições são um Guia para se encontrar formas melhores de trabalhar e viver em Grupo, afirmou nosso co-fundador Bill W.: - elas são para a sobrevivência do Grupo, aquilo que os Doze Passos de A. A. são para a sobriedade e paz de espírito de cada companheiro. ..
A maioria das pessoas só consegue se recuperar se existir um Grupo. O Grupo precisa sobreviver ou o indivíduo não sobreviverá.

(Esta matéria foi extraída de trechos dos livros: A. A. Atinge a Maioridade, A Linguagem do Coração, Levar Adiante e as Doze Tradições Ilustradas como introdução do tema desta e das próximas edições, esclarecendo assim os Profissionais e Amigos de A. A.)

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