sábado, 28 de janeiro de 2012

Desejando ir a quaisquer distâncias

DESEJANDO IR A QUAISQUER DISTÂNCIAS

"Com honestidade, mente aberta e boa vontade."

Honestidade, mente aberta e boa vontade são o caminho, a estrada e a autopista para a recuperação. Eu não sabia disso no primeiro dia em que cheguei a uma reunião de Alcoólicos Anônimos.

Aquele primeiro dia eu estava cheio de medo e com auto-piedade. Estava deprimido. Estava em estado de suicídio. Sentia que não havia saída.

O álcool, meu amigo, que eu descobrira na puberdade, não funcionava mais. Se eu bebia ou não, a dor da vida estava presente. O álcool que me ajudara através da vida, através dos altos e baixos, não acalmava mais as dores.

Agora sei que ao longo da minha vida havia problemas.No meu caso, toda vez que alguma coisa não funcionava da forma que eu desejava, eu corria para a garrafa. A garrafa não funcionava mais.

E, Alcoólicos Anônimos me foi mostrada uma forma diferente para lidar com os problemas que acontecem na vida. Para fazer isso, eu tive que praticar os Doze Passos de A.A., e para praticá-los eu tinha que ser honesto, com mente aberta e ter boa vontade. Em A.A. me foram mostradas soluções espirituais para os problemas ou os ressentimentos que ocorrem diariamente na vida.

No meu primeiro dia em Alcoólicos Anônimos eu conheci um companheiro que me apresentou uma solução espiritual para os meus problemas. Ele sugeriu que eu fosse o mais humilde possível e pedisse a um Poder superior a mim, para ficar sóbrio por um dia. Ele também sugeriu que eu orasse por qualquer um que me aborrecesse. Eu achei tudo muito esquisito, mas estava desesperado. Como ele disse, o que poderia perder?

Naquela noite me ajoelhei e pedi ajuda a um Deus do meu entendimento, um Deus de amor e esperança. Poderia Ele ajudar-me a me manter sóbrio para que eu evitasse o suicídio e para que eu pudesse ajudar um indivíduo alcoólico?

Eu sei agora que naquele momento eu estava com boa vontade e certamente com a mente aberta. Estava fazendo algo que jamais pensara que faria. Eu era às vezes, um agnóstico, mas desde que vim para A.A. fiquei com a mente aberta o suficiente para fazer as coisas sugeridas por outros membros de A.A., e também para ler e absorver o livro Alcoólicos Anônimos, que é basicamente a minha autobiografia.

Este livro conta a história da minha vida e também como eu posso me recuperar da doença do alcoolismo, praticando os Doze Passos de A.A. Há um capítulo no livro intitulado "Como Funciona". Ele não é intitulado "Como poderia Funcionar" ou "Como Funcionaria".

O capítulo mostra como são os Passos de A.A. Foi-me dito que a palavra "Como do título, quer dizer Honestidade, mente aberta e boa vontade. A partir do meu primeiro dia em A.A. eu tive que me tornar honesto. Como diz o ditado, a honestidade é a melhor política.

Eu também descobri praticando os Passos que é realmente verdadeiro o que um outro A.A. diz: "Você é tão doente quanto os seus segredos". Eu tive que ser honesto e ganhando um padrinho e praticando os Passos, principalmente o Quarto e o Quinto. Tive que olhar a minha vida passada. Tive que ser honesto e contar para meu padrinho todos os meus segredos, da maneira como é descrito no Livro Azul. Aqueles segredos iriam comigo para o túmulo. Esses segredos ou ressentimentos estavam me arrastando para baixo, eram um peso ao redor do meu pescoço, mas agora eles foram embora. É uma liberdade fantástica.

É claro que quando me foi apontado que eu teria de praticar os Passos, no começo eu não queria. A dor, entretanto, é a maior motivadora e, como é dito ela é a pedra de toque da espiritualidade. A dor fez-me ficar com boa vontade e com a mente aberta. Quando iniciei os Passos eu não podia acreditar que as coisas sugeridas a mim me fariam bem; sugestões como me ajoelhar pela manhã e à noite, executando serviços em A.A., usando o telefone para falar a outros alcoólicos, lendo o Livro Grande diariamente, tendo um padrinho para me ajudar e guiar.

O que isso tem a ver com a sobriedade? Eu estava com a mente aberta pela dor mas também pude me identificar com as pessoas, ajudando-me. Quando eu falava a respeito do meu desespero, auto-piedade e história de bebedeiras, elas rapidamente se identificavam comigo. Elas rapidamente diziam que tinham problemas semelhantes em suas vidas, mas que tendo um padrinho e praticando os Passos eles tinham agora vidas felizes, sóbrias e com sucesso.

Elas eram felizes agora, alegres e livres como narrado no Livro Azul. Elas conseguiram ficar dessa forma sendo honestas, com a mente aberta e com boa vontade.

Que você também possa experimentar essa nova vida de sobriedade e felicidade tendo uma mente aberta para aceitar as idéias e sugestões espirituais do Livro Azul, desejando ir a quaisquer distâncias para a sobriedade, sendo honesto o suficiente para encontrar um padrinho e praticar os Passos.

(Anônimo - Tradução de artigo da Revista Share)

Vivência 83 Mai../Jun. 2003

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