sábado, 15 de outubro de 2011

O que é ser grato?

O que é ser grato?

"A gratidão deve ser expressa através da minha responsabilidade com as "coisas de A.A."

Hoje, em Alcoólicos Anônimos, refletindo sobre os fatos da história de A.A., vejo a minha vida como uma pessoa que recebeu uma grande graça. Mas, o que eu entendo como gratidão? O que é ser grato? Ser grato custa alguma coisa? O que eu posso responder sobre isso?

Muitas vezes sim, uso a cabeceira de uma mesa, para dizer quanto eu amo A.A. e, como sou grato a esta Irmandade que me salvou a vida e devolveu-me à sociedade íntegro, feliz e útil.

Cheguei a A.A. porque DEUS usou de pessoas que me fizeram ver a necessidade de procurar uma ajuda para a minha doença do alcoolismo. Se for olhar para o meu passado, vejo quantas pessoas estavam preocupadas com o meu modo de beber: pais, filhos, esposas, amigos, padres, médicos, empregadores e muitos outros. Todos tentando me ajudar a seu modo.

Hoje, sou extremamente grato a cada um deles apesar de não ter podido demonstrar a muitos a minha gratidão, peço a Deus por eles nas minhas orações pois quando cheguei a A.A. encontrei um grupo limpo e arrumado. Recebi toda a atenção e todo o amor daqueles companheiros que chegaram mais cedo que eu. Todos tentando me passar a sua experiência assim: - Me levaram a diversas reuniões. - Me disseram que farei parte daquele grupo, se assim eu desejar. - Me sugeriram prestar qualquer serviço, se assim eu o desejasse desde que me ajudasse a manter a sobriedade. - Me presentearam com a nossa literatura, me fazendo ver a importância do conhecimento das coisas de A.A. - Muitas vezes colocavam "um pouco mais na sacola", sabendo que eu cheguei quebrado. - Pagavam pessoalmente ou através do grupo para que eu participasse dos eventos e, assim conhecesse o A.A. além das portas do meu grupo.

Será que eu sou realmente grato à nossa Irmandade, como expresso na cabeceira de nossas mesas?

Hoje quero estar sempre consciente que eu sou um AA tanto dentro das salas como em qualquer outro lugar. Não devo levar a mensagem apenas quando estou disposto ou por obrigação.

Sei que muitas vezes sou ingrato por me omitir. Que durante os meus dias o meu Poder Superior, quer na minha família, quer no meu trabalho, quer na minha comunidade ou em outro qualquer lugar, me dá a oportunidade de ser realmente um AA. Sou consciente que sou parte de meu grupo. Que devo estar presente às reuniões, para receber aqueles que chegam tentando lhes dar a mesma oportunidade que tive. Que talvez o maior "trabalho de CTO" que eu possa realizar é emprestar os meus ouvidos ao novato. Que muitas vezes não é só importante dizer a ele da importância de assistir ao maior número de reuniões possíveis, mas também me dispor a acompanhá-lo a quantas eu puder, inclusive arcando com as suas despesas, se for necessário.

Sei da importância da nossa literatura, ferramenta para manter minha sobriedade e já presenteei o novato com uma literatura de A.A.?

Quanto é gratificante participar dos eventos de A.A. Será que eu faço como pessoa ou como membro do meu grupo todo possível para que o novato tenha a mesma condição?

Hoje sei como funciona a Estrutura de Serviços de Alcoólicos Anônimos. Será que tenho tempo suficiente para explicar e acompanhar o novato a uma reunião de Distrito ou ao nosso Escritório de Serviços?

O dinheiro em A.A.: será que participo o suficiente para atingir a auto-suficiência? Será que coloco um pouco a mais na sacola em nome da gratidão?

Será que demonstro a minha gratidão apenas nas salas de A.A. ou tenho a consciência de que a gratidão deve ser expressa durante o meu dia-a-dia?

A "fé sem obras é morta". A gratidão deve ser expressa através da minha responsabilidade com as "coisas de A.A.".

Acácio/Curitiba/PR

Vivência nº 100 Mar./Abr. 2006

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