sábado, 8 de outubro de 2011

A.A.: Um caminho sem fronteira uma mensagem universal

A.A.: Um caminho sem fronteira uma mensagem universal

Por: Marcos P. Intersetorial- Agosto 2011

Ninguém pode ter dúvida que nós AAs somos muito afortunados; afortunados por ter sofrido tanto, afortunados por poder conhecer-nos, compreender-nos e amar-nos uns aos outros tão supremamente bem, mas não podemos atribuir-nos o mérito de ter essas qualidades e virtudes. Para dizer a verdade, a maioria de nós é bem consciente de que são dádivas extraordinárias que têm sua verdadeira raiz em nossa afinidade nascida do sofrimento em comum e da liberação por graça de Deus. Desde os primeiros tempos de A.A., o êxito que tivemos com cada um novo candidato dependeu diretamente de nossa capacidade de identificar-nos com ele ou ela, pela experiência, pela linguagem e especialmente pelos sentimentos – esses sentimentos profundos que temos uns com outros e que não se pode expressar com palavras. Esse processo de identificação e transmissão faz com que a nossa mensagem seja universal. Não há barreiras para ela. O bêbado das favelas dizia que era diferente. Ouvia-se o mesmo dos bêbados da alta sociedade. O mesmo dos artistas, os profissionais, os ricos, os pobres, os religiosos, os ateus, os agnósticos, os índios, os soldados, os presos, os homossexuais, o negro, as mulheres, enfim, todos diziam ser diferentes, porém a mensagem de A.A. baseada no sofrimento comum e na libertação sob as graças de Poder Superior nos torna iguais. É uma mensagem universal. Bill W., quando de sua viagem com Louis a Europa, escreveu: “A medida que íamos viajando de país em país, ia se repetindo uma e outra vez essa magnífica experiência. Na Grã-Bretanha nos aceitaram como britânicos. Na Irlanda estávamos em perfeita harmonia com os Irlandeses. Por toda parte era a mesma coisa. Era algo muito mais importante que um cordial encontro e acordo entre as pessoas. Não era um mero intercâmbio de interessantes experiências e esperanças comuns. Era muito mais: era a comunicação de coração para coração com admiração, com alegria e com eterna gratidão. Lois e eu soubemos então que o A.A. poderia dar a volta ao Globo – e assim o fez”. Em seu sentido mais profundo, A.A. é uma busca de liberdade – a liberdade sob a vontade de um Poder Superior. Naturalmente o objetivo imediato de nossa busca é a sobriedade – ser livres do álcool e de todas as suas conseqüências funestas. Sem essa libertação não temos nada. Porém, não podemos nos libertar da obsessão do álcool até que não estejamos dispostos a enfrentar os nossos defeitos de caráter que nos levaram a esta desesperada situação. Para se obter pelo menos a sobriedade, temos que conseguir nos libertar ao menos em parte do temor, da ira e da soberba; da rebeldia e da hipocrisia; da preguiça e da irresponsabilidade, das justificações insensatas e da descarada falta de honestidade; da dependência, destruidora e agressiva da busca do poder e prestígio.

Nesta busca de liberdade, sempre nos foi dada três alternativas: (1)Uma rebelde negativa a tentar remediar nossos mais evidentes defeitos pode significar a nossa perdição;(2)Ou podemos nos manter sóbrios por algum tempo com um mínimo de melhora de nosso caráter e nos contentar com uma cômoda, porém, às vezes perigosa mediocridade;(3)Ou podemos nos esforçar continuamente para conseguir essas excelentes qualidades que podem nos conduzir à verdadeira grandeza de espírito e ação – a uma autêntica e duradoura liberdade sob Deus, a liberdade de buscar e fazer a Sua vontade. A maioria de nós realmente adota essa última alternativa; não devemos nunca nos deixar cegar pela ideia de que não somos senão desventuradas vítimas de nossa heresia, de nossas experiências e de nossas circunstâncias – que essas são as únicas forças que decidem por nós. Esse não é o caminho para a liberdade. Temos que acreditar que podemos realmente escolher. De forma parecida, nossa Irmandade inteira sempre se defrontará com as mesmas alternativas. Devemos nos contentar com a ruína? Devemos tentar conseguir somente o consolo passageiro de uma cômoda mediocridade? Ou devemos sempre aceitar a disciplina, fazer os sacrifícios e suportar as inconveniências que nos farão dignos de andar o caminho que conduz invariavelmente para verdadeira grandeza de espírito e ação? São essas reflexões que nos servem para nos levar ao tema proposto “A.A. um caminho sem fronteira – uma mensagem universal”. As Tradições de A.A. são os parâmetros pelos quais a nossa Irmandade pode medir com exatidão o seu progresso ou a falta dele. Não cabe a menor dúvida de que esses princípios marcam o caminho que devemos seguir. Ao considerar as Tradições, vemos que têm duas facetas principais e que um aspecto serve para reforçar o outro. O primeiro aspecto das Doze Tradições é a proteção; o segundo é o progresso. Primeiro as Tradições nos protegem de nosso maior perigo: nós mesmos. Depois nos dá a liberdade para buscar o progresso que desejarmos e essa busca contínua sob a vontade de Deus nos mostram que o caminho proposto pelo nosso programa não tem fronteira, ele nos levará a lugares que nunca imaginávamos que pudéssemos atingir. O sofrimento que a doença do alcoolismo nos impôs nos levou a descobrir uma mensagem universal salvadora e o A.A. através de seu extraordinário e simples programa de recuperação nos mostra que através de nosso esforço nosso caminho não terá fronteiras. Com uma mensagem que é universal, alicerçada em um programa que nos garante o progresso, o nosso caminho será sempre sem fronteiras. Sempre podemos ir um pouco mais além num caminho sem fronteiras!!!!

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