quarta-feira, 7 de março de 2012

Da derrota à vitória

DA DERROTA À VITÓRIA

"Apesar de todas as dificuldades do cotidiano sinto-me bem mais leve e à vontade para dizer o quanto o Poder Superior operou maravilhas e quanto estou feliz".
Ao ingressar em A.A. vinha de uma derrota tão grande que havia chegado ao ponto de, ajudado pela bebida, recusar até mesmo ouvir a palavra Deus, pois conseguia "provar" que Ele não existia.
Quanta imbecilidade! Dos vinte anos aproximadamente, que passei bebendo, além de pelo menos quatro internações em decorrência da ingestão demasiada de bebida alcoólica, boa parte deles vivi (ou vegetei) num mundo criado por mim e para mim, no qual outras pessoas não tinham sequer direito de opinar.
Essa barreira, alicerçada pelo orgulho e arrogância, ainda permaneceu após anos de desobediência aos Doze Passos sugeridos para recuperação, acúmulo de sofrimento e desgaste, além de uma recaída alcoólica.
Por incrível que pareça. estava em A.A. sugerindo aos outros como agir em casos de dificuldades, embora eu mesmo caminhasse a passos muito curtos em direção à tão sonhada reformulação de vida. Eles conseguiam transpor os obstáculos impostos e eu, mesmo demonstrando ou, tentando demonstrar algum equilíbrio esbarrava em velhos e conhecidos inimigos acima exemplificados. Porém, um dia chegou a hora de renunciar.
Essa renúncia começou a ser ensaiada há alguns anos, quando visitei um Grupo em cuja parede estava exposto o seguinte:

Existem três tipos de pessoas que são infelizes:
1) As que não sabem e não perguntam;
2) As que sabem e não ensinam;
3)As que sabem, ensinam e não praticam.
Nas reuniões que eu participava, pelo menos era honesto comigo ao afirmar que ainda não me encontrava em condições de dizer que estava feliz, apesar de alguns anos sem beber.
Graças a Deus chegou o dia de poder afirmar o contrário. E como foi bom! Hoje, apesar de todas as dificuldades do cotidiano sinto-me bem mais leve e à vontade para dizer o quanto o Poder Superior operou maravilhas e quanto estou feliz.
Quando recordo que o comentário do Sétimo Passo afirma: "Percebemos que não era necessário sermos sempre levados à humildade por cacetadas e pancadas. Tanto poderíamos atingi-la procurando-a voluntáriamente como pelo sofrimento incessante". Enquadro-me exatamente nessa situação, pois era o que me acontecia.
Doravante, continuar melhorando cada vez mais é a meta a ser alcançada, pois, uma vez derrubada a barreira que tanto me atrtapalhou, as coisas tornaram-se mais fáceis e, com certeza, assim como pretendo não voltar ao primeiro gole, também não vejo porque me submeter contra a vontade de Deus, ao sofrimento desnecessário e devastador.
Hoje estou imensamente agradecido e a melhor forma de demonstrar essa gratidão é exatamente ajudando aos que ainda não encontraram o caminho. E o que é melhor: repassando o que realmente sinto; sugerindo inclusive que a saída está bem mais próxima do que se imagina, pois, quando transmitimos somente o que possuímos, sem fazer uso de "capas", tais como: Sou feliz, sou isso, sou aquilo... A verdade prevalece.
Descobri também que o único Ser que, de fato é, chama-se Deus; eu, como humano sempre estou e quero estar, por mais 24 horas: sóbrio, sereno e feliz.
A.M / Belém/PA

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