segunda-feira, 7 de novembro de 2011

A reconquista da responsabilidade

A RECONQUISTA DA RESPONSABILIDADE

"A.A. nos oferece o caminho ao crescimento espiritual."

Mais do que um gesto de gratidão por tudo o que temos recebido trabalhar com os outros é a reconquista de um grande valor espiritual: a responsabilidade. Por quanto tempo é possível ser grato a qualquer coisa?

Esse tempo vai depender do reconhecimento que se é possível ter do quanto algo foi ou está sendo importante na vida de alguém.

Em A.A. o programa de vida proposto, no entendimento de todos, é o que deverá durar pela vida toda.

Até porque o ser humano é capaz de mudanças, também pela vida toda. Se nós, membros da Irmandade, nos sujeitarmos a uma reformulação de vida, devemos então ter consciência de que essa reformulação será sempre um processo e não um fim em si mesmo.

O Programa de Recuperação de A.A. nos mostra que a nossa busca pela sanidade física, emocional e espiritual deverá ser sempre um processo contínuo e crescente.

É continuo porque aprendemos a viver só por hoje. Viver sóbrio e não sofrer com os dissabores da vida. Um dia de cada vez estamos, então, reconstruindo nossas vidas a partir dos alicerces destroçados pelas explosões emocionadas e apaixonadas a que fomos submetidos pelo álcool, por causada fraqueza de nosso caráter que fez com que o errado parecesse certo. É crescente porque, a partir do reconhecimento dessa fraqueza ou da admissão da derrota total, como diz em nosso Primeiro Passo, é que, com certeza, estaremos nos conduzindo através de uma estrada de luz; com obstáculos, que com certeza, mais que uma barreira, deverá ser encarada como sendo mais uma oportunidade

que A.A. nos oferece para caminhar em direção ao crescimento espiritual.

Em nosso programa de vida temos a oportunidade de desfrutar várias maneiras de nos conduzir em busca da perfeição. Essa busca deverá ser encarada como algo prazeroso ao invés de algo que será feito apenas por uma necessidade diária. E, o básico de tudo isso, da simplicidade e das inúmeras possibilidades que nos apresentam, está em dar de graça o que de graça recebemos. Dica simples e fácil de praticar, pois cada um dos membros da Irmandade sabe perfeitamente que o Décimo Segundo Passo corporifica esse

dar.

É interessante que cada um de nós reflita e entenda que quanto mais damos, mais nos é acrescentado, pois que a sobriedade será plena, quando com outros ela for compartilhada.

Como se isso fosse pouco, temos ainda um alerta piscando intensamente em nossa mente: quando tudo falhar, trabalhar com os outros funciona. Ora, se essa maravilha está em nossas mãos, por que então não presentear aos outros, num sentimento de gratidão como presente que outrora de outras mãos recebemos?

Quando qualquer um de nós não sentir necessidade de repartir o que tem acumulado de bom, é porque o sentimento de ingratidão está tomando forma em nosso coração e isso poderá representar muito mais que pura ingratidão; poderá representar a volta à desintegração moral justificada por mais um defeito de caráter muito bem conhecido por nós: o egoísmo. É o egoísmo que cumpriu seu papel muito bem em nossa deformação; nos conduziu ao egocentrismo justificado pela nossa auto-suficiência absoluta.

Agora, então, é o momento de sairmos de nós e abrirmos para, um dar e receber; mantermos viva a chama da alegria de voltarmos a sermos úteis a nós e aos outros.

Porque, quando qualquer um, em qualquer lugar estender a mão pedindo ajuda, a mão de A.A. lá deverá estar através dos membros da Irmandade, e assim sentiremos a alegria e o prazer sadio de sermos responsáveis.

Trabalhar com os outros vale a pena. Pelo resto da vida.

Anônimo/Mato Grosso/MT

"Só sei que se espera de você, em certo ponto, que faça mais do que levar a mensagem de A.A. a outros alcoólicos. Em A.A. buscamos não apenas a sobriedade; tentamos voltar a ser cidadãos do mundo, que rejeitamos e que também nos rejeitou. Essa é a demonstração máxima de que o trabalho do Décimo Segundo Passo é o primeiro e não o último." (Na Opinião do Bill)


Vivência nº 100 - Mar./Abr. 2006

Nenhum comentário:

Postar um comentário