sexta-feira, 4 de novembro de 2011

11ª Tradição de A.A.

11ª Tradição de A.A.

A NOSSA POLÍTICA DE RELAÇÕES PÚBLICAS BASEIA-SE NA ATRAÇÃO EM VEZ DA PROMOÇÃO; PRECISAMOS DE MANTER SEMPRE O ANÓNIMATO PESSOAL NA IMPRENSA, NA RÁDIO E NO CINEMA.

Sem a sua legião de pessoas de boa-vontade, AA nunca teria crescido como cresceu. Em todo mundo, uma vasta, publicidade, favorável e diversificada, tem sido o meio principal de trazer alcoólicos para a nossa comunidade. Nos escritórios, clubes e casas de AA, os telefones tocam sem parar. Uma voz diz “li um artigo no jornal…”; outros, ”ouvimos um programa na rádio…”; outro ainda, “Vimos um filme comovente…” ou “vimos qualquer coisa sobre membros de AA na televisão…” Não é exagero dizer que metade de membros de AA nos chegou através de canais como estes.

Nem todos o que pedem informações são alcoólicos ou seus familiares. Médicos lêem sobre Alcoólicos Anônimos e telefonam para obter mais informações. Membros do clero vêem artigos nos jornais das suas igrejas e também procuram informar-se. Os empregadores têm conhecimento de que grandes organizações nos deram a sua aprovação e procuram descobrir o que se pode fazer sobre o alcoolismo nas suas próprias empresas.

Consequentemente, recaiu sobre nós a grande responsabilidade de desenvolver a melhor política possível de relações públicas para Alcoólicos Anônimos. Através de muitas experiências dolorosas, pensamos ter encontrado o que essa politica deve ser. Em muitos aspectos, é o oposto das habituais práticas promocionais. Descobrimos que tínhamos que depender do principio da atração e não da promoção.

Vejamos como estas duas ideias opostas - atração e promoção - funcionam na prática. Quando um partido político quer ganhar uma eleição, faz publicidade do mérito da sua liderança para ganhar votos. Uma prestigiada instituição de beneficência quer angariar fundos; de imediato, os cabeçalhos das suas cartas destacam o nome de pessoas eminentes para a apoiar. A maior parte da vida politica, econômica e religiosa do mundo depende de publicidade feita aos seus líderes. Pessoas que simbolizam causas e ideias preenchem uma profunda necessidade humana. Nós em AA, não questionamos isso, mas somo obrigados a reconhecer, serenamente, que a notoriedade é perigosa, especialmente para nós. Por temperamento quase todos fomos propagandistas irreprimíveis e a perspectiva de uma sociedade composta quase exclusivamente por propagandistas era assustadora. Tendo em consideração este fato explosivo, sabíamos que tínhamos que ser moderados. Os resultados desta moderação foram espantosos. Trouxe mais publicidade favorável a Alcoólicos Anônimos do que aquela que teríamos porventura obtido graças aos talentos e capacidades dos melhores agentes de publicidade de AA.

É claro que AA precisava ter uma certa publicidade pelo que recorremos á ideia do que seria muito muito melhor deixar que os nossos amigos fizessem isso por nós. Foi precisamente o que aconteceu e a um ponto inacreditável. Jornalistas veteranos, cépticos por formação, deram tudo para levar a mensagem de AA. Para eles, somos mais do que uma fonte de bons artigos. Em quase todos os meios de comunicação, os homens e mulheres da imprensa ligaram - se a nós como amigos. De início, a imprensa não conseguia perceber a nossa recusa a toda a publicidade pessoal. Estavam absolutamente desconcertados perante a nossa insistência no anonimato. Depois perceberam. Era qualquer coisa rara no mundo - uma sociedade que dizia desejar publicitar os seus princípios e as suas obras, mas não os seus membros individualmente. A imprensa ficou encantada com esta atitude. Desde então estes amigos tem descrito AA com um entusiasmo que os membros mais apaixonados dificilmente poderiam igualar. Houve mesmo uma época em que a imprensa americana, mais do que alguns dos nossos próprios membros, pensava que o anonimato de AA era o melhor para nós.

A dada altura cerca de uma centena dos membros da nossa sociedade estava a quebrar o anonimato a nível público. Animados de excelentes motivos, diziam que o principio do anonimato era antiquado e mais apropriada á época do pioneirismo em AA tinham a certeza de que AA iria mais depressa e mais longe , se recorresse aos métodos modernos da publicidade. AA diziam, incluía muitas pessoas famosas a nível local, nacional e internacional. Desde que estivessem dispostas - e muitas estavam - porque não tornar pública a sua filiação encorajando, assim, outros a juntarem-se a nós? Eram argumentos plausíveis mas felizmente os nossos amigos jornalistas não estavam de acordo. A fundação escreveu cartas para quase todos os jornais norte americanos, expondo a nossa política de atração em vez da promoção e realçando o anonimato pessoal como a maior salvaguarda de AA. Desde então, editores e jornalistas revisores eliminaram sistematicamente nomes e fotografias de membros em artigos sobre AA. Com frequência, lembram a indivíduos ambiciosos a politica de anonimato de AA. Chegaram até a sacrificar bons artigos por esses motivos. A força da sua cooperação foi, sem dúvida, valiosa.

Restam apenas poucos membros de AA que quebram, deliberadamente, o anonimato a nível publico.

Em resumo este é o processo pelo qual se criou a DÉCIMA PRIMEIRA TRADIÇÃO de AA para nós, no entanto representa muito mais do que uma política consistente de relações públicas. É mais do que a negação do interesse pessoal. Esta tradição recorda-nos, de forma prática e constante que a ambição pessoal não tem lugar em AA com ela cada membro torna-se um guardião ativo da nossa comunidade.

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