segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Pau que é bom enverga mas não quebra


PAU QUE É BOM ENVERGA MAS NÃO QUEBRA

Em 1990 foi criado um grupo de A.A. em uma cidade do sertão brasileiro.

Como na maioria dos grupos, ao iniciar seus primeiros passos surgiram problemas de todo o tipo.

Mesmo aos tombos, o grupo sobrevivia. Certo dia, ao abrir a reunião de recuperação, o coordenador achou que deveria gravar as explanações de seus companheiros, numa fita cassete. E assim o fez. Com a seqüência de outras reuniões, ele acabou por completar os dois lados da fita.

Sem melhores dias, talvez por falta de alguém com pulso suficiente para pôr o grupo em ordem ou, pelo menos, levá-lo em "banho¬maria", enquanto surgissem ingressantes e às voltas de tantos que haviam ido ao outro lado, o grupo envergou. Não havia mais secretário, tesoureiro, nem mesmo outro membro para lhe fazer companhia.

Todas as noites de reunião lá estava o coordenador sentado em seu posto de serviço, alinhado, olhando as bancas vazias, como a perguntar:

"Onde estão eles?"

Às 22 horas, a meditação silenciosa e a oração. Reunião realizada!

Tomando conhecimento do fato, uma equipe de companheiros de outra cidade se deslocou até àquela localidade para levar força àquele grupo, onde encontrou aquela andorinha solitária, sentado com seu toca¬fitas ao lado, ligado em alto volume, ouvindo as histórias daqueles que optaram pela vida dos botequins. Dá pra entender?

Vivência n°25 julho/ agosto/setembro/1993
Vivência n° 96 - Julho/ Agosto 2005

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