terça-feira, 16 de agosto de 2011

Alcoolismo em idosos: problema escondido

Alcoolismo em idosos: problema escondido
Você já viu campanhas contra o alcoolismo para jovens? Provavelmente, muitas. E com relação a uma campanha para alertar os idosos sobre o perigo que o estrago representa para a sua saúde? É quase certo que nenhuma. Esta falsa premissa de que o alcool é um tema preocupante apenas para a juventude e não para os idosos pode estar provocando uma epidemia silenciosa entre esse segmento da população, afirmam os autores de recente estudo.

Essa falta de atenção com o alcoolismo na terceira idade está resultando em diagnósticos equivocados, que podem ser origem de futuras e graves complicações.. Enquanto os meios de comunicação alertam o povo acerca do consumo abusivo do alcool entre os jovens, a verdade é que o próprio sistema não está preparado para detectar facilmente as pessoas idosas que ingerem bebidas etílicas de forma exagerada.

O consumo de álcool na terceira idade está claramente relacionado a transtornos físicos evidentes e com o agravamento do problema será inevitável que se tomem medidas urgentes, enquanto ainda é tempo. Esses idosos são mais reservados na hora de relatar seus excessos com esta droga, além do que os médicos desconfiam menos dos idosos do que da gente jovem.  Em conseqüência, esse controle para os idosos é muito mais difícil. Fatores sócio demográficos e outros também podem influir para que um idoso abuse do álcool: violências, abandono, isolamento, depressão, outras doenças, dificuldades econômicas  entre outros.

As tabelas em uso para avaliar se uma pessoa é alcoólatra ou não deveriam aplicar-se às pessoas idosas. Não é razoável admitir que o metabolismo próprio do idoso não afeta a absorção do álcool. Na realidade nesta idade o organismo se torna mais sensível a essa droga. Dessa maneira, quantidades equivalentes de álcool provocam maiores efeitos físicos e psíquicos em idosos.

Geralmente os idosos não tem problemas legais, sociais e profissionais que limitem ou impeçam o consumo de bebidas alcoólicas, apesar de sofrerem danos muito mais sérios do que os jovens. De fato o Instituto Nacional do Alcoolismo e Abuso do Álcool (NIAAA), norte americano, recomenda que não se deve ingerir diariamente, mais de uma bebida alcoólica, a partir dos 65 anos.

Outro ponto importante para diagnosticar corretamente esse tipo de pacientes é contextualizar seu consumo, ou sua vida alcoólica, em outras palavras. Sendo um grande bebedor ou não, disso dependerá que se descarte ou solidifique certas impressões do especialista que estuda o paciente.

EFEITOS

O consumo de álcool por idosos se relaciona geralmente com problemas físicos, psicológicos e mentais (memória, aprendizado, etc). Também leva a uma maior tendência a ficar doente (morbilidade), ter uma pior imagem de si mesmo (auto estima), fazer mais visitas ao médico, apresentar transtornos depressivos, ter menos satisfação com o(a) parceiro(a) e menos relações sociais do que os abstêmios.

As supostas virtudes terapêuticas do consumo moderado do álcool resumem-se em redução do risco de moléstias coronárias, derrames  e demência.. Todavia, segundo os autores, esses efeitos dependem do perfil do consumidor que pode não ser bebedor, faze-lo moderada ou abusivamente, terreno ainda pouco estudado.

TRATAMENTO

Existem poucos estudos que avaliem a eficiência dos diversos tratamentos para idosos alcoólatras. A terapia pode beneficiar e ajudar a reduzir o abuso. Tomar consciência do problema, permitiria ajudar muito a combater o vazio terapêutico existente no tratamento do alcoolismo entre os idosos. Uma das recomendações é a de internação para desintoxicação em pacientes com idade avançada.

O tema do uso do álcool por idosos, deve ser redefinido com novos limites, novos critérios diagnósticos e novos instrumentos de acompanhamento, afirmam os autores irlandeses do estudo, pertencentes ao Hospital St. James, de Dublin.    

 (Fonte: elmundosalud.com – 25 de setembro de 2003)




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