sexta-feira, 6 de abril de 2012

Jovens bebem cada vez mais

JOVENS BEBEM CADA VEZ MAIS

Dr. Nelson Hossri Neto
Coordenador do Projeto: “Sou Feliz sem Drogas” /Campinas/SP

O uso de álcool por jovens no País tem aumentado, alerta a psicóloga Ilana Pinky. A morte de dois estudantes nas últimas semanas trouxe de volta a discussão sobre o consumo de álcool por jovens. Apesar de ainda não se saber se os dois beberam horas antes de morrer, tanto G. C. O. de 16 anos, cujo corpo foi encontrado no Lago do Ibirapuera, como A. L. C. G. de 20 anos, achado no Rio Tietê tinham acabado de participar de festas com grande quantidade de álcool disponível.

Especialistas têm uma certeza. O consumo de bebidas alcoólicas cresce entre os adolescentes. “O uso de álcool entre os jovens brasileiros tem aumentado”, adverte a psicóloga Ilana Pinsky, coordenadora do ambulatório de adolescentes da Unidade de Pesquisa em Álcool e Drogas da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Segundo ela, os poucos estudos que existem sobre o tema registram essa tendência.
Entre as causas do problema, a psicóloga destaca a falta de campanhas de prevenção, o preço muito baixo e a facilidade que qualquer um tem de comprar bebidas – mesmo que a venda para menores seja proibida. Na sua opinião, a indústria de bebidas alcoólicas contribui para manter esse cenário ao desenvolver produtos destinados aos jovens e, ainda, ao apostar em campanhas publicitárias voltadas para esse público.

Para ela, se aposta na união entre alegria, festividade e juventude e seesquece do outro lado. Embora algumas empresas tenham passado a veicular propaganda com a frase “Beba com moderação”, a psicóloga classifica a iniciativa como tímida. “Tem de ter uma lupa para ler a maioria dos anúncios”.

Pressão
– As campanhas publicitárias também são vistas como um problema pela professora do Departamento de Psicologia da Universidade federal de São Paulo (Unifesp) Maria Lúcia Formigoni, que coordena a Unidade de Dependência de Drogas. “As propagandas de cerveja têm se dirigido ao público jovem, ainda que digam não”. Segundo ela, existe uma pressão muito forte para estimular os adolescentes a beber. Como exemplo do aumento do consumo, Maria Lúcia cita uma pesquisa feita com estudantes de Barueri, na Grande São Paulo. O estudo mostrou que a maioria dos alunos com idade entre 10 e 13 anos já havia experimentado bebida. Dos adolescentes consultados, 23% haviam consumido o produto pelo menos três vezes no mês anterior à entrevista.

Reflexão: Como ajudar estes jovens?

Vivência nº112 – Mar./Abr/2008.

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