segunda-feira, 23 de abril de 2012

Eu estava totalmente "curado"


EU ESTAVA TOTALMENTE "CURADO"

"Quando entrei no quartinho onde minha esposa depositava os litros vazios tomei um enorme susto e perguntei: - Que garrafas são estas?"

No ano de 2000 estive em coma com os rins e fígado parados, mas graças ao Poder Superior consegui me livrar da morte prematura. Depois de dois meses e meio saí do hospital em uma cadeira de rodas porque não conseguia andar e durante três anos eu voltava duas vezes por semana para fazer diálise e exames diversos, quando voltei a andar.

Em 2004 meu estado clínico era estável; já conseguia fazer muita coisa sozinho como: chefiar a casa novamente, acompanhar o crescimento e desenvolvimento de minhas filhas, etc. Foi então que achei estar totalmente curado, e em festas me dei ao luxo de tomar cerveja sem álcool.

Sem perceber a doença estava me dominando novamente; estava completamente cego! Bebia Martini convencido de que era uma bebida fraca! Convenci-me também que cerveja era uma bebida fraca. Com a doença me dominando e cada vez mais cego comecei a tomar Vodka com Fanta.

Passaram-se semanas quando entrei no quartinho onde minha esposa depositava os litros vazios; tomei um enorme susto e perguntei: - Que garrafas são estas? Estão aí desde quando você voltou a beber. Então admiti que essa doença é mesmo incurável, fatal e progressiva.

Antes que minha situação se agravasse pedi à minha esposa que procurasse uma clínica para mim e rapidamente ela encontrou uma clínica em Timóteo, onde estive durante nove meses. Quando completei dois meses de tratamento, Alcoólicos Anônimos conseguiu um espaço na clínica todas as quintas feiras das 20h00min as 21h00min e desde então participei de todas as reuniões.

Quando completei seis meses, a clínica me concedeu a licença para ir a um grupo de A.A. fazer minha integração. Daí por diante comecei a fazer dois tratamentos. Um com a clínica e a recuperação em A.A.: fisicamente, psicologicamente e espiritualmente. Hoje, continuo minha recuperação em A.A. e consigo levar uma vida tranqüila com minha família.

Por isso, só tenho a agradecer a Diretoria da CLIREC, os membros e especialmente aos meus colegas internos, porque agora sei que carrego comigo uma doença crônica e jamais posso tomar o primeiro gole.

Meus agradecimentos aos companheiros de A.A. e da clínica.

Abraços Fraternos + 24 horas.

Henrique Barbi/Belo Horizonte/MG

Vivência nº109 ⒠ Setembro/Outubro/2007.

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