domingo, 11 de setembro de 2011

Sétima Tradição


Sétima Tradição
Minha contribuição para a auto sustentação financeira do grupo
O mesmo livreto apadrinha sobre a auto sustentação financeira do Grupo, da seguinte forma:
Autossuficiência: A Sétima Tradição

Não existem taxas nem mensalidades para a filiação a A.A., mas temos nossas despesas. Respeitante à Sétima Tradição, os Grupos podem “passar a sacola” para cobrir despesas como aluguéis, águas e cafés, literatura aprovada pela Conferência de A.A., folhetos e relações de Grupos e as contribuições para os serviços prestados pelos ESL’s, Comitês de Distrito e de Área e ao ESG. Os membros de A.A. podem contribuir com a quantia que desejarem, até o máximo equivalente três mil dólares por ano. (o “máximo” anual está atualizado pelas informações do A.A. World Services).
Outra literatura da Irmandade que me apadrinhou na conscientização de minha responsabilidade de fazer, habitualmente, contribuições financeiras para a autossustentação da Irmandade, a começar pelo meu Grupo Base, foi o folheto “Autossuficiência pelas nossas próprias contribuições”, que aborda o porquê e o como fazer isso.
No porquê encontramos: “De acordo com a Sétima Tradição, todos os grupos de A.A. deverão ser absolutamente autossuficientes, rejeitando quaisquer doações de fora...” e “em A.A, cada grupo é realmente parte de uma estrutura mais ampla, que procura levar sua mensagem aos que ainda sofrem de alcoolismo e não sabem haver uma saída”.
Todas essas partes, em cada nível da Estrutura de Serviços, são formadas e expressam a consciência coletiva de seus membros, individualmente. Para serem “absolutamente autossuficientes”, requerem compromisso da parte de cada membro para sustentar através de seu grupo de origem os serviços fornecidos pelo ESL, pela Área ou pelo ESG, para que esses órgãos de serviços possam continuar levando a mensagem de A.A. para além dos grupos.
No como, diz que: “Para manter os serviços essenciais de Alcoólicos Anônimos”, o Manual de Serviço de A.A. orienta que os grupos adotem um plano específico de contribuições, o plano 60-25-15. Convêm dizer que pela falta das contribuições suficientes dos grupos, para manter os serviços essenciais de A.A., esse plano tem sofrido interpretações as mais diversas, que não condizem com o seu real sentido, ou seja, primeiramente, o grupo tem de atender às suas despesas básicas: aluguel, água, luz, café, literatura, etc., e manter uma reserva prudente para garantir esses compromissos. Participa também das despesas do Distrito. Feito isso, o saldo das conscientes contribuições financeiras de todos os membros do grupo é repassado para o ESL que retém 60% das contribuições de todos os grupos que compõem o seu Conselho de Representantes e repassa 25% para o Comitê de Área a fim de custear suas despesas operacionais e 15% para o ESG como suporte para as operações do serviço a nível Nacional.
Nos meus primeiros tempos de programação eu não contribuía pois pensava que outros o faziam de forma satisfatória e também porque estava “quebrado” e atolado em dívidas. Porém, a medida que minha sobriedade foi consolidando e minha vida voltando à normalidade, consegui retornar ao mercado de trabalho, e assim, passei a me sustentar e a minha família. Comecei, então, a contribuir regularmente para o A.A. Mas essa contribuição que eu fazia não tinha o sentido de compromisso, nem era a minha parte consciente na autossustentação financeira mensal do meu Grupo-Base, era algo próximo a uma esmola que eu destinava ao grupo. Não me fazia falta e com certeza pouco representava em ajuda ao grupo para cumprir com suas responsabilidades como parte que é de uma estrutura maior, algo que tem por objetivo transmitir a mensagem de A.A. e ajudar outros alcoólicos a se recuperarem do alcoolismo: a Estrutura Mundial de Serviços de A.A.
A medida que fui participando das ações do Terceiro Legado fui percebendo a importância desse mecanismo espiritual da autossustentação financeira da Irmandade, pelas nossas próprias contribuições e o porque não devemos aceitar doações de fora.
Houve um momento em que pensei que esta de não aceitar doações de fora era apenas a vaidade de quem quer ser melhor que o outro ou motivado por orgulho que insiste em não aceitar a ajuda financeira de quem possa e queira ajudar.
Foi no meio dessa confusão de pensamentos, que o meu Poder Superior me concedeu a Graça de chegar ao Décimo Primeiro Passo e melhorar a qualidade de minha sobriedade. Foi no Passo Onze que questionando a Oração de São Francisco, inclusive quanto a forma como ali é apresentada, que encontrei não só a explicação para meus questionamentos sobre aquela Oração, como despertei para a verdadeira proposta do Programa de Recuperação de A.A., para a minha realidade enquanto necessitado e em primeira mão deste Programa. Passei a entender mais claramente, essa tão profunda mensagem de esvaziamento do ego, contida na Oração de São Francisco e nos Doze Passos.
Foi no apadrinhamento do livro Doze Passos e Doze Tradições que o Poder Superior me concedeu o despertar espiritual para uma melhor compreensão de mim mesmo, como integrante e integrado à Irmandade de A.A. O texto é o seguinte: “Quem sabe o verdadeiro problema fosse o de nossa quase total incapacidade para dirigir a imaginação no rumo dos objetivos certos. Não há mal na imaginação construtiva, todo o empreendimento bem fundado depende dela. Afinal de contas ninguém pode construir uma casa sem antes arquitetar um plano. Bem, a meditação também é assim, ela nos ajuda a ter uma noção de nosso objetivo espiritual antes que tentemos nos encaminhar em sua direção. Isto posto, voltemos àquela praia ensolarada, ou talvez, à planície ou às montanhas”.
Quando por métodos simples como esse, tivermos entrado num estado de espírito que nos permita a concentração na imaginação construtiva, sem interrupção, poderemos proceder assim: relemos a nossa oração, tentamos novamente compreendê-la na profundidade de sua essência e pensamos no homem que foi o primeiro a proferi-la. Primeiro, ele quis tornar-se um “instrumento de paz”. Então ele pediu a graça de levar amor, perdão, harmonia, verdade, fé, esperança, luz e alegria a todos quantos pudesse. Depois veio a expressão de uma aspiração e de uma esperança para ele próprio. Ele esperava que se Deus quisesse, lhe fosse permitido ser capaz de encontrar alguns desses tesouros também. Isso ele tentaria realizar através do que chamou dar de si mesmo. “O que ele quis dizer com “é dando que se recebe” e como se propôs a consegui-lo”?
Depois do que assimilei dessa mensagem, firmei um compromisso, dentre outros, de assumir a minha parte na autossustentação financeira de minha Irmandade através de meu Grupo-Base.
Estou sempre procurando encontrar juntamente com os demais membros do grupo, uma orientação melhor para consciência de nosso Grupo-Base.
De que maneira?
Através de reuniões de estudo da literatura e de temáticas. É assim que procuro repassar, da forma mais natural possível, o despertar espiritual que me mostrou, claramente, a relação estreita do Décimo Primeiro Passo com a Sétima Tradição ou, melhor, a necessidade de um compromisso individual com a autossustentação financeira de Alcoólicos Anônimos como um todo, através da autossustentação financeira do meu Grupo-Base.
Como faço isso?
A partir da informação do tesoureiro do grupo no quadro sobre a despesa mensal.
O meu Grupo-Base tem uma frequência média de dez membros, faço a divisão do valor total da despesa do Grupo, exposta no quadro, por dez, e assumo o compromisso de contribuir financeiramente com uma dessas partes. Até o mês passado o meu compromisso de contribuição financeira para o meu Grupo-Base era de no mínimo de R$ 50,00, feita sempre através da Sacola da Sétima Tradição nas reuniões que compareço. Em cada reunião, um pouco. O grupo tem três reuniões de recuperação por semana. Doze ao mês, ao menos uma de serviço, uma temática e uma californiana às quais compareço ao menos em 40% delas.
Como sou um profissional liberal, às vezes, ganho um pouco mais e também contribuo um pouco mais com o grupo, sempre anonimamente, na sacola.
Talvez isso não seja o melhor apadrinhamento, pois pode servir de incentivo àqueles que destinam esmolas ao grupo em vez de contribuições, como eu inicialmente e dessa forma, fazê-los continuar sem o compromisso individual para a autossustentação do grupo, retardando seu despertar espiritual e sua participação no salutar e verdadeiro sentido do princípio do “é dando que se recebe.
Serenas vinte e quatro horas!

Um comentário:

  1. Muito interessante para um inicio de reflexão sobre a setima tradição. Mais acredito que devemos sair na discussão para alem do grupo e chegar aos orgãos de serviço. Levar a mensagem deve ter como referencia de autosuficiencia para alem da divisão crua nos membros dos grupos. Contribuindo somente nesta divisão nunca atingiremos uma adequada capacidade de trabalhar a mensagem fora dos grupos. Mais valeu muito para o debate. Obrigado pela postagem.

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