sexta-feira, 2 de setembro de 2011

O que eu posso e o que eu não posso modificar!


O que eu posso e o que eu não posso modificar!


Pusemos uma coisa no alto da lista das coisas "que não podemos modificar": nosso alcoolismo. Independentemente do que façamos, sabemos que amanhã não deixaremos, de repente, de ser alcoólicos, como não teremos menos dez anos de idade ou mais quinze centímetros de altura. Não podemos mudar nosso alcoolismo. Mas não dissemos docilmente: "Esta bem, sou alcoólico, acho que tenho de beber ate morrer". Havia alguma coisa que podíamos mudar. Tínhamos de ser bêbados. Podíamos vir a ser sóbrios. Certamente isso exigia coragem.

E foi necessário um lampejo de sabedoria para ver que isso era possível, que podíamos ser outros. Para nos este foi o primeiro e o mais obvio emprego da Oração da Serenidade. Quanto mais nos distanciamos do ultimo gole, mais bonitas e mais carregadas de sentidos estas poucas linhas se tornaram. Podemos aplicá-las a todas as situações cotidianas das quais costumava-nos fugir direto para a garrafa. Tomemos um exemplo: "Odeio meu trabalho. Tenho de ficar nele ou posso deixá-lo?" Entra em cena um pouco da sabedoria. "Bem, se eu sair desta firma às próximas semanas ou os próximos meses poderão ser difíceis, porem acabarei num lugar melhor". Mas a resposta poder ser: "Enfrentemos a verdade. Os tempos não estão pára procurar emprego, tendo uma família para sustentar. Além disso estou sóbrio há seis semanas apenas e meus amigos do A.A. dizem que é melhor não começar a fazer mudanças drásticas ainda: é melhor, concentrar-me em não tomar o primeiro gole e esperar até que minha mente se abra. Ora bem, não posso mudar de serviço agora mesmo.

Mas talvez possa modificar minha atitude. Vejamos: Como posso aprender a aceitar serenamente o emprego?" Essa palavra "serenidade" parecia quase um objetivo impossível na primeira vez que vimos a oração. De fato, a serenidade significasse apatia amarga resignação ou resistência impossível, então nem iríamos tentar atingi-la. Descobrimos, porém, que não significa isso. Quando a vemos agora, é mais como plena aceitação, uma maneira nítida e realista de ver o mundo, acompanhada de paz e força interior. A serenidade é como um giroscópio que nos permite conservar o equilíbrio a despeito da turbulência que nos assalta. É um estado de espírito que vale a pena buscar.

(VIVER SÓBRIO)
Vivência Nº102 ¬ Jul. / Ago. 2006

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