
Momentos & Movimentos
Por Marília Teixeira Martins
Existem momentos na vida que é preciso criar coragem para reduzir a marcha, a velocidade, pisar no freio, parar, desligar o motor, descer do carro e literalmente trancá-lo, sem, contudo nos esquecermos de acionar o alarme. É preciso movimentar-se de um jeito diferente, numa estrada diferente, caminhando lentamente, passo a passo, deixando a brisa envolver nosso corpo, abraçar nossa alma com toda a sua gentileza e suavidade.
É preciso seguir por caminhos ainda não percorridos, admirando paisagens até então desconhecidas, saboreando novas frutas, novos gostos, novos aromas, novas flores, novos tons, novos ares.
Ás vezes, é preciso andar diferente, fixando nosso olhar unicamente no horizonte que se apresenta e se abre de forma humilde e majestosa à nossa frente.
É preciso amar de um jeito que ainda não se amou, sorrir de um jeito que ainda não sorriu e buscar o brilho de um novo olhar e de um novo amanhecer.
É preciso recolher os barulhos e gritos de nossa alma deixando-a ocupada apenas pelos valentes e destemidos sons do silêncio.
É preciso cessar o vento, acalmar a chuva e deixar o céu se abrir. Varrer a preguiça, a insegurança e os medos que tanto nos aprisionam. É preciso soprar as nuvens densas para o sol resplandecer!
É preciso silenciar os arrogantes trovões e relâmpagos que habitam as nossas “sombras”, e abrir a janela da alma permitindo a entrada da luz que nos aquece, nos fortalece e nos presenteia com vitalidade e determinação.
É preciso reescrever a própria história traçando novos caminhos, novas condutas e novos hábitos, como se escrevesse uma carta, onde destinatário e remetente sejam a mesma pessoa. É preciso inventariar o passado, abraçar o presente, amar, cantar, sorrir, ousar.
É preciso “ser”.
É preciso criar um grande parque de diversões, visitando nossas próprias praças, semear em nossos próprios canteiros, explorar nossos jardins. Abrirmos um circo, rir do palhaço, aplaudir os malabaristas, e às vezes até nos identificarmos com eles, sem nenhuma vergonha, sem nenhum medo, ousando e arriscando sermos o público de nós mesmos e nos permitindo, acima de tudo, vivermos de forma gratificante e feliz.
É preciso cantar novos cantos, criar novas melodias, assistir filmes que ainda não vimos, buscar no fundo do baú livros esquecidos e empoeirados pelo tempo, mas, que ainda não os lemos.
Existem momentos na vida que podemos simplesmente enxergar que a menor distância entre dois pontos opostos é verdadeiramente uma linha reta: a linha estável e segura da serenidade e da paz.
Por tudo isso, é preciso apenas reverenciar Deus e celebrar a vida, olhar para dentro de si e seguir viagem acreditando que para se chegar a este novo destino, gozando de toda a sua plenitude é necessário percorremos com ousadia, coragem e determinação os 12 Passos sabiamente elaborados e sugeridos por Alcoólicos Anônimos.
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Este artigo faz parte do 2 Volume do Livro Universo Adicto – Dependência Química: O Caminho da Recuperação.
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