terça-feira, 6 de setembro de 2011

Alcoolismo - Doença da Família

Alcoolismo - Doença da Família
O alcoolismo - doença reconhecida pela Organização Mundial de Saúde (OMS), desde 1967 - afeta seguramente dez por cento da população do mundo, sem poupar sexo, idade, condição sócio-econômica e/ou etnia. Os efeitos desse problema vai bem mais longe do que se pode imaginar, dando margem a uma séria de indagações e reflexões.

Por exemplo: o que têm a ver a família, os amigos, os vizinhos, os colegas de trabalho? Qual o grau de comprometimento, além do sentimento de solidariedade, pelo fato de serem ‘humanos’ e sentirem pesar pela dor do outro? Como e por quê adoecem junto com o alcoólico?! Em que nível, quando e como adoece? Onde está o ‘contágio’?

Estando o alcoólatra inserido numa família, sofrendo as conseqüências que o mal lhe causa, com uma doença física, psíquica, emocional, espiritual e social, é impossível que as pessoas do seu convívio permaneçam ilesas na relação.O contágio do alcoolismo se dá, assim, em nível emocional e psicológico, a princípio, podendo ir às conseqüências físicas mais sérias, como hipertensão, síndrome de pânico, entre outras.

DEPENDÊNCIA
O adoecer da família vai acontecendo à medida que evolui e se instala a dependência propriamente dita, do alcoólatra. É um processo paralelo. É o ambiente familiar - onde o bebedor, o cônjuge, e os filhos convivem e deveriam partilhar em conjunto de todos os acontecimentos (fáceis e difíceis, alegres e tristes, da rotina do dia-a-dia, do crescimento da família, dos filhos) - que mais sofre as conseqüências, a desagregação e o adoecer.

O espaço doméstico passa a ter em comum as dores (físicas e emocionais), a angústia, o medo, a raiva, o ressentimento e os dissabores. Do odor (mau cheiro) do álcool ao nervosismo dos que se encontram em casa, no lar e não sabem em que condições chegará o familiar alcoólatra; às promessas não cumpridas, os sonhos desfeitos, as noites insones, a ausência total, tudo é sofrimento, é decepção, é a verdadeira ‘dor da alma’.
Daí, os efeitos do álcool no alcoólatra, no que diz respeito aos distúrbios físicos, psicológicos e sociais, serem ‘socializados’ com os que com ele convivem. Assim como as seqüelas no comportamento, ao longo da vida... Mudança de personalidade, alteração de humor, angústia, depressão...Levando-nos a concluir que, sendo o alcoólatra um dependente químico do álcool, seus familiares, as pessoas de sua convivência, são co-dependentes, por tudo que adquiriam ao longo do processo. O relacionamento tende a se transformar num dilema, num tumulto.

TRATAMENTO
Considerando o alcoólatra como portador de uma doença, assim como os seus familiares pessoas que adoeceram em conseqüência da convivência, entendemos que todos precisam de tratamento e cuidados especiais para levarem uma vida saudável.
Como em qualquer outro diagnóstico, o doente só se trata se admitir que é doente e se quiser se tratar. É a ‘rendição’ à doença e a ‘aceitação’ do tratamento.Não é diferente com o portador do alcoolismo e seus co-dependentes.
Tanto para os alcoólatras como para os familiares,em muitos casos,não basta a consulta com o médico, o tratamento medicamentoso. É preciso algo mais. Nesse momento entra a grande contribuição de Alcoólicos Anônimos - para os alcoólatras - e de Al-Anon para familiares e amigos.
“Os Grupos Familiares Al-Anon são uma associação de parentes e amigos de alcoólicos que compartilham sua experiência, força e esperança, a fim de solucionar os problemas que têm em comum.”
Nesses grupos de ajuda mútua, só existe um propósito: ‘prestar ajuda a familiares e amigos de alcoólicos’. São grupos abertos, democráticos, onde o que conta é a disposição para mudança interior; mudança de atitude para uma recuperação satisfatória.
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(*) Graça Bezerra, Assistente Social

Um comentário:

  1. Os médicos receitam remédios p/depressão e para dormir e se esquecem do alcoolismo piorando a situação..

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