segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Ressentimento

Ressentimento
O ressentimento é um grande bloqueio à recuperação, que precisa ser removido. Ele é formado da amargura e da raiva que sentimos das pessoas ou coisas que percebemos como ameaças a nossa segurança ou bem-estar ou que nos prejudicaram. Se não forem removidos, nossos ressentimentos impedem nosso progresso e crescimento.

Os ressentimentos são o ofensor número um e muitas vezes a causa principal da doença espiritual. Quando os relacionamos, vemos como eles afetam nosso amor-próprio, nosso bem estar e nossos relacionamentos pessoais. O apego aos ressentimentos causa tensão, ansiedade e incontroláveis sentimentos de raiva que, se não forem solucionados, terão graves conseqüências emocionais e físicas. Se permitirmos que nossos ressentimentos prevaleçam, uma grave depressão poderá se desenvolver e acabar nos destruindo.

Nosso ressentimento para com pessoas, lugares e coisas que nos magoaram mantém-nos preocupados e limitam nossa capacidade de viver o momento presente. O ressentimento resulta de esconder as dores amargas que ofuscam nossas vidas. Evoca raiva, frustração e depressão. Quando nossos ressentimentos não se desfazem, arriscamos a ter graves doenças físicas e mentais.

O ressentimento é a causa encoberta de muitas formas de doença espiritual. Nossos males mentais e físicos são freqüentemente o resultado direto dessa condição doentia. Sem dúvida os outros nos prejudicam e temos o legítimo direito de nos sentir ressentidos. Entretanto, isso não castiga ninguém além de a nós mesmos. Não podemos guardar ressentimento e ao mesmo tempo encontrar a cura. A melhor maneira de largarmos é pedir a Deus a força para esquecer o ofensor. Aprender a lidar com o ressentimento de forma saudável é parte importante de nosso processo de recuperação.

O ressentimento é uma raiva crônica e eterna. Ex: “Eu perdoei, mas não esqueci !” Perdoou coisa nenhuma! Esse fato de nossas vidas ficou gravado até hoje e nos marcaram muito! Ficou o medo, a ferida e a mágoa do trauma, do vexame, do insucesso, da dor e a raiva de algo ou de alguém que julgamos culpado pelo que aconteceu.

Esse ressentimento nos corrói sutilmente e por trás dele existe um desejo de vingança ! Ah ! Se pudesse fazê-lo pagar pelo que me fez!” Este bichinho tira nossa espontaneidade no relacionamento com essa pessoa ou, numa situação parecida com a que nos marcou, nos fazem estar sempre com um pé atrás em relação a ela, sempre armados contra ela, sempre contrariando suas opiniões, mesmo que ela esteja com a razão. Sempre tentando diminuí-la perante as outras pessoas, sutilmente influenciando todo mundo para se afastar dessa pessoa.

De modo geral, nos tira a alegria de viver! Tornando-nos uma pessoa mesquinha, amarga, fofoqueira, cheia de dores, desagradável, não confiável, e o amor fica bloqueado. Se os ressentimentos forem se acumulando, vamos passar à depressão, à solidão, a problemas físicos de saúde. No programa de 12 Passos desabafamos, colocamos para fora os ressentimentos mais recalcados, mais antigos, para clarear a nossa mente e nossos sentimentos. Depois disso, vamos refletir, analisar e procurar tudo o que existe por trás do ressentimento, quais os defeitos de caráter que ele gerou em nós e qual a verdadeira causa. Seria o orgulho, o egoísmo, a autopiedade, a vaidade, a vingança?

Descoberta a causa, vamos nos trabalhar procurando, com a ajuda do Poder Superior, nos modificar.

Nos ressentir, e sentirmo-nos constantemente machucados pelo sentimento que não foi por nós analisado. É preciso encarar com coragem esse ressentimento que está escondido por várias camadas de problemas do nosso inconsciente. Muitas vezes, por ignorância, deixamos passar e fugimos de fazer um tratamento com mais responsabilidade. Se a gente se acomodar e não trabalhar para sanar a doença ela vai se tornando cada vez mais dolorida e a raiva vai tomando conta de nossas vidas.

Pode ser uma autoproteção, um sinal aos outros que nossa frustração atingiu o máximo, que nossa pessoa está sendo ofendida, que não aceitamos o inaceitável. Tal como outras paixões, a raiva pode nos descontrolar; ao passo que seríamos menos humanos se não sentíssemos, seríamos igualmente desumanos se vivêssemos em perpétuo estado de raiva. Nós tínhamos dificuldade com a própria raiva em demasia. Éramos uma pessoa rancorosa e pensávamos que não devíamos tolerá-la. Mas não sabíamos como fazê-lo.

Os velhos ressentimentos e velhas frustrações tendem a diminuir com a honestidade de viver o nosso programa de vida, vivendo-o e aplicando-o para tornar agradável o nosso viver.

A raiva incontrolável tinha tornado nossa vida desgovernada e muitas vezes quisemos fazer o inventário moral de outra pessoa, esquecendo que somos impotentes para mudar os outros, adiando assim a nossa própria recuperação. Já nem percebíamos a nossa raiva. Nossas frustrações e rancores de tantos anos se transformaram em desânimo e desesperança. Não tinhamos mais amor próprio, viviamos chorando com a raiva abafada. Já estávamos cansados de nossas próprias lágrimas. Fomos descobrindo através do Programa, fazendo o inventário moral (4º Passo), falando para dar vazão aos nossos rancores, passando honestamente o resultado, aceitando a raiva e encarando-nos com coragem para analisar os nossos sentimentos e nosso comportamento.

Os aborrecimentos causam sentimentos feridos. Ressentimento é ameaça mortal para o dependente químico, se não for sanado.

Ressentimento: sentir novamente, magoar-se com facilidade. Quando nos sentimos magoados, percebemos que estamos sentindo algo triste novamente, algo que efetivamente não nos “saiu” bem.

A mágoa é um sentimento que “retorna” em forma de “ressentimento triste”. Sentir novamente a mágoa e trazer à tona sentimentos ruins dolorosos inacabados, um sentimento negativo de que alguma coisa poderia ser diferente, que há um aspecto afetivo mal resolvido. Nós temos ressentimentos, mágoas e talvez por isso sejamos inseguros “quase” sempre. Sofro de ansiedade, o que tem muito a ver com insegurança. Meu ressentimento, minha mágoa profunda vem da minha família. Acredito que a sociedade foi injusta com ela. Hoje, minha insegurança me levou a ser um indivíduo ansioso. Para combater o medo e a insegurança, quero dizer “me defender”, agia com rudeza, arrogância, orgulho. Hoje, percebo que em sociedade a gente usa mesmo muitas “máscaras”. Percebo também que minha família é, em parte, responsável pelos meus problemas. Minha família tem culpa relativa em meus ressentimentos. Eu os desenvolvi. Sou ansioso por querer resolver tudo de uma só vez; aproveitar o que não fiz, o que tinha direito, recuperar o tempo perdido. Ficamos ressentidos quando nossos pensamentos voltam ao passado e sempre aos acontecimentos negativos. Percebo que não ficamos ressentidos com os acontecimentos positivos do passado ! Por que? Acontecimentos alegres não nos trazem ressentimentos, mágoas, ansiedades e tão pouco insegurança.

Ressentimentos que nos levam à ansiedade são, para mim, acontecimentos tanto familiares quanto pessoais mal resolvidos, mal acabados, que deixaram em nós marcas ou crateras emocionais naqueles tristes, para nós, momentos passados.

Sentimo-nos livres do ressentimento quando começamos a entender que os que nos maltrataram também estavam doentes espiritualmente. Oferecemos a eles a tolerância e o perdão que Deus nos concebe. Quando nos concentramos em nossos inventários no Quarto e no Décimo Passos, esquecemos os erros dos outros e focalizamos nossas falhas, não as dos outros.

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