
Existe um critério pré-estabelecido para a coordenação de uma reunião do Grupo? Não! O que existem são sugestões para que a reunião atinja seu objetivo: “mantermos-nos sóbrios e transmitir a mensagem àquele que está chegando ao Grupo”.
Todavia os depoimentos feitos pela ordem de chegada dos companheiros trazem os seguintes benefícios:
* respeito aos companheiros que estão presentes na abertura da reunião;
* evita reclamações daqueles que não puderam falar, pois o Coordenador é impotente diante do tempo;
* mantém a unidade do grupo evitando privilégios, proteções ou manipulações;
* evita o culto à personalidade;
* enfatiza nosso bem-estar comum contido na 1ª Tradição;
* estimula a disciplina.
Deixar ao coordenador a opção da escolha dos companheiros para os depoimentos pode acarretar a desunião do grupo ferindo a 1ª Tradição. "Ou nos mantemos unidos ou A.A. morre!"
A preferência na ordem dos depoimentos poderá favorecer formação de pequenos grupos, com possí¬vel hostilidade futura e divisão interna. "A maioria dos indiví¬duos não consegue recuperar-se se não houver um grupo!" GRUPO SIGNIFICA UNIDADE. Queixas imaginárias poderão surgir facilitando para que o companheiro insatisfeito retire-se da sala antes do término da reunião induzindo-o assim, a colocar a personalidade acima dos princí¬pios.
Se o coordenador selecionar os depoentes poderá haver quebra da espiritualidade e violação da 2ª Tradição, pois o Coordenador, ao selecionar subjetivamente os depoimentos está praticando atos de governança, vedados por essa Tradição.
Nem a Conferência de Serviços de A.A. nem sua Junta de Custódios, podem dar uma única ordem a um membro de A.A. e fazê-lo cumprir; muito menos puni-lo.
Ao privilegiar uns em detrimento de outros, o coordenador, na realidade, está adotando posturas de comando, o que é vedado pelo art. 12 da Ata de Constituição da Conferência de Serviços Gerais.
Pode gerar indisciplina: "Nós, alcoólicos, somos indisciplinados, então deixe que Deus nos discipline." (LIVRO AZUL).
Poderá acarretar prejuízo para os companheiros que necessitam falar e que são preteridos pela seleção subjetiva do Coordenador.
Em A.A. um coordenador é um mero servidor de confiança.
Sabemos que ao Coordenador é difí¬cil identificar a necessidade de cada um para dar prioridade ao depoimento de qualquer companheiro, já que é igualmente difí¬cil buscar em nós próprios a origem de nossas dificuldades emocionais, além de haver a possibilidade de manipulação.
O objetivo de nossos serviços é colocar a sobriedade ao alcance de todos quantos a desejarem.
Fonte: Doze Passos/Doze Tradições, Doze Conceitos, A.A. Atinge a Maioridade, Livro Azul, Na Opinião do Bill.
Paulo R./ Rio de Janeiro / RJ
Vivência nº 106 “Mar./Abr.” 2007
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