domingo, 14 de julho de 2013


DEUS, NA FORMA COMO O CONCEBÍAMOS.... e ESPIRITUALIDADE
Mais perto do coração, a espiritualidade pode ser encontrada em nossas paixões mais nobres, em particular no amor. Amor trivial e ciumento não se qualifica, é claro. Mas ninguém que tenha experimentado amor expansivo, romântico, negaria que o sentimento é profundamente espiritual. Há espiritualidade também em nosso senso de humanidade e camaradagem, em nosso senso de família (o que não significa negar nem por um momento que a vida em família pode ser complicada e difícil), e ela poder ser encontrada em amizades. Há admiração e espiritualidade no sentimento de que não estamos no completo controle de nossas vidas, de que há forças que determinam nosso curso que não compreendemos mas ainda assim parecem ter algum propósito. (Não tenho mais aversão a chamar isso “destino”). Numa entrevista recente, a intelectual Ann Douglas descreveu sua recuperação do alcoolismo em termos do sentimento que “algo interveio em minha vida”. Ela disse: “Optei por chamar isso Deus. Realmente não sei de que outra maneira descrevê-lo” (New York Times, 17 de outubro, 1998). Também não sei como chamá-lo, mas não quero invocar o monoteísmo chamando-o “Deus”. Mesmo “Espírito” é sugestivo demais de um ser singular e supremo. Fico assim com espiritualidade, ou o que chamo espiritualidade naturalizada, e tento por minha conta redescobri-la por intermédio da filosofia.
(Espiritualidade para Céticos – Robert C. Solomon — p.25/26 – Civilização Brasileira - 2003)

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