terça-feira, 17 de maio de 2011

Alcoolismo: como deter esta doença?


Alcoolismo: como deter esta doença?

"A aceitação social, a falta de prevenção, publicidade enganosas com suas estratégias são as principais fontes que explicam o porquê da imensa quantidade de pessoas que começam a beber e que acabam abusando do álcool."

Meu nome é Sandra, sou uma doente alcoólica!

Faço parte da Irmandade de Alcoólicos Anônimos e sou servidora nos Grupos Renascer de Camaçari/BA e on-line Brasil & Portugal.

Comecei a fazer uso de bebidas alcoólicas aos 14 anos de idade e não sei se pela facilidade de consumo nos vários grupos sociais onde freqüentava ou pelo desconhecimento dos efeitos ao ingerir álcool de forma rotineira me tornei mais uma vítima da doença do alcoolismo.

Pertencendo desde dezembro de 1999 à Irmandade de Alcoólicos Anônimos e colocando em prática os princípios sugeridos, compreendendo que o alcoolismo é um problema de saúde e que merece ser encarado como doença estou conseguindo detê-la.

Sabedora dessas informações procuro transmitir esta mensagem aos diversos segmentos da sociedade da cidade onde resido para que façam a reflexão; Como podemos deter a doença do alcoolismo?

Embora Alcoólicos Anônimos não façam pesquisa, nem patrocine, resolvi fazer meu trabalho monográfico de conclusão de graduação em Pedagogia sobre o tema: Álcool: Uso, abuso e suas conseqüências.

Aprendi neste estudo que o uso de bebidas alcoólicas é tão antigo quanto à própria humanidade e beber faz parte dos hábitos da grande maioria das sociedades mundiais. Confirmei o que já ouvia em A.A.: que o alcoolismo não escolhe cor, credo, sexo ou preferência sexual, raça, nível sócio-econômico cultural, da mesma forma que não escolhe idade.

A aceitação social, a falta de prevenção, publicidades enganosas com suas estratégias são as principais fontes que explicam o porquê da imensa quantidade de pessoas que começam a beber e que acabam abusando do álcool.

Verifiquei nas pesquisas que o uso do álcool pode ser aprendido ao viver em um ambiente facilitador com acesso fácil, preço baixo, momentos estimulantes de uso, companhias que gostam do consumo, cultura não repressora do uso e abuso, leis frágeis ou inexistentes e que este conjunto de fatores vai permitir a instalação lenta e gradativa do processo da doença.

É interessante notar que um dos mitos mais importantes que cercam esta doença está relacionado às suas causas remotas: a maioria das pessoas acha que o alcoólico desenvolveu aquele quadro por ter problemas de qualquer ordem e não conseguir resolvê-los. As conseqüências surgem depois já como resultado do abuso e da dependência. As pessoas que fazem uso abusivo de bebidas alcoólicas desconhecem a própria doença, causando muitos transtornos em todos os campos pessoais de sua vida.

A maioria das famílias entrevistadas exibe um padrão de comportamento possível de ser reconhecido e previsível e as dúvidas são inúmeras tanto para os que usam como para os familiares.

Resumidamente podemos afirmar que tanto o alcoólico quanto a sua família desconhece a doença e suas graves conseqüências.

Acreditam que o alcoólico é simplesmente um transgressor de regras e que vive à margem da sociedade. Um problema meramente de caráter deturpado.

No dia da apresentação deste meu trabalho sem precisar dizer que pertencia a A.A. procurei transmitir a mensagem, pois um dos capítulos do trabalho é sobre Grupos de Ajuda Mutua, onde foi amplamente explicado como funciona nossa Irmandade, como encontrá-la, enfim, foi colocado que há uma saída para o alcoolismo e está ao alcance de todos que necessitam.

Pode usar o aprendizado que obtive nessa maravilhosa Irmandade em um momento tão importante e especial da minha vida foi motivo de imensa alegria e satisfação pessoal.

Mais uma vez pude ter certeza que A.A. é um programa de vida para toda a vida.

Eu agradeço muito ao Poder Superior em primeiro lugar e a Alcoólicos Anônimos por estar sóbria e poder praticar nossos princípios em todas as minhas atividades.

Obrigada Alcoólicos Anônimos!

Sandra C. Camaçari/BA

Vivência nº110 - Nov./Dez./2007.

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