sexta-feira, 1 de março de 2013

O Terceiro Passo


O TERCEIRO PASSO

Decidimos entregar nossa vontade e nossas vidas aos cuidados de Deus, na forma em que o concebíamos.

    Perguntaram uma vez a Bobby Fisher, o grande mestre de xadrez, qual é o movimento mais brilhante deste jogo. Disse ele que não é possível responder a tal pergunta, pois cada jogo tem seu movimento brilhante, e cada jogo é sempre diferente.
    Essa história é bastante aplicável ao Terceiro Passo, porque ele será diferente para cada pessoa. “Deus na forma em que O concebíamos” é diferente para cada um.
É tal e qual a história do vento. Perguntaram a um velho marinheiro o que é o vento, e ele respondeu: não sei, mas sei como usá-lo, e o faço do meu jeito. Esse exemplo é especialmente aplicável, porque o vento sopra para todos, mas, como o espírito, é percebido e utilizado diferentemente pelas pessoas.
    A intelectual Ann Douglas descreveu sua recuperação do alcoolismo em termos do sentimento de que “algo interveio em minha vida”. Ela disse: “Optei por chamar a isso Deus. Realmente não sei de que outra maneira descrevê-lo” (New York Times, 17 de outubro de 1998).
    Como diz a nossa literatura no livro “Os Doze Passos e as Doze Tradições”: “A prática do Terceiro Passo é como abrir uma porta que até então parecia estar fechada à chave. Tudo o que precisamos é a chave e a decisão de abrir a porta. Existe apenas uma só chave, e se chama boa vontade. Uma vez usada a chave da boa vontade, a porta se abre quase sozinha. Olhando-se através dela, ver-se-á um caminho ao lado do qual há uma inscrição que diz: ‘Eis o caminho em direção àquela fé que realmente funciona’. (...) A eficácia de todo programa de A.A. dependerá de ‘entregar nossa vontade e nossa vida aos cuidados de Deus, na forma em que o concebíamos’. (Os Doze Passos e as Doze Tradições, p. 29).
    A Espiritualidade em A.A. não uma questão de crença religiosa. É uma maneira (ou certo número de maneiras) de nos posicionarmos no mundo. Envolve um conjunto de práticas, não sendo necessariamente preces, meditações ou até rituais prescritos de purificação, mas uma série de maneiras, individuais ou coletivas, de pensar, olhar, falar, sentir, mover-se e agir, sendo elas oferecidas, gratuitamente, ao alcoólico em recuperação pelo Programa dos Doze Passos.

Três Pressupostos para a Espiritualidade em A.A.:
1) a Espiritualidade tem muito a ver com reflexão;
2) a Espiritualidade não entra em conflito, e sim de mãos dadas com a ciência;
3) a Espiritualidade não está de modo algum limitada à religião, muito menos à religião fanática, autoritária.
(adaptado de Espiritualidade para Céticos – Robert C. Solomon)

Não somos seres humanos passando por uma experiência espiritual, … somos seres espirituais passando por uma experiência humana.” (Teilhard de Chardin)

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