domingo, 31 de julho de 2011

Mente aberta: caminho para a sanidade

Em busca da fé perdida!

Quando procurei me aproximar do 2º Passo enfrentei um dilema bastante sério: - "Viemos a acreditar que um Poder Superior a nós mesmos poderia devolver-nos à sanidade."

Ao ler o passo e a mensagem que ele trazia dizendo que somente um "Poder Superior" poderia resolver minha obsessão pelo álcool, fiquei extremamente desapontado.

Eu já não acreditava mais na existência de Deus. Eu me enquadrava na situação daqueles que já tiveram fé e a perderam.

O alcoolismo desenvolveu dentro de mim um enorme preconceito contra a religião e seus adeptos. Por isso no início de minha caminhada em A.A. se algum companheiro tivesse tentado me impor alguma religião eu estaria fora das reuniões, pois não conseguia encontrar uma fé que funcionasse para mim.

No meu tempo de ativa fui um líder religioso. Tive uma igreja aos meus cuidados e fui pregador da palavra de Deus.

Nessa época eu acreditava que por ser muito religioso Deus resolveria meu problema de alcoolismo. Mas aí veio a derrota.

Cheguei a pregar a palavra de Deus em púlpito, totalmente embriagado.

A igreja me expulsou e não permitiu mais que eu pregasse.

Alguns membros da igreja julgavam que eu tivesse uma legião de demônios junto de mim.

Veio então a derrota total e conseqüentemente cai nas sarjetas.

Eu me encontrava completamente desnorteado, quando alguns companheiros de A.A. tentaram me ajudar dizendo-me que eu deveria ter a mente aberta e humildade, pois assim eu seria novamente conduzido à fé . E que eu não faltasse às reuniões de A.A., pois com certeza, Deus me ajudaria e me devolveria à sanidade.

Mas o que realmente me libertou de todos os traumas religiosos foi justamente uma carta que recebi de uma companheira da cidade de Campinas/SP., quando eu me correspondia com a "RIS" ( Reunião de Internacionalista e Solitários).

Ela me enviou uma reportagem que saiu no jornal onde contava a incrível história de um garotinho que permaneceu agarrado a um toco de árvore dentro de um rio por três dias esperando socorro de seu pai.

Eles estavam pescando e foram acometidos por uma forte tempestade.

O pai do garoto não conseguindo trazê-lo devido à forte correnteza ordenou que ele se agarrasse àquele toco e não o largasse por nada.

Quando o garoto foi encontrado pelos pol iciais levaram-no ao hospital e tendo alta os repórteres lhe perguntaram se ele não teve medo de morrer.

O garoto com um grande sorriso no rosto respondeu que não, pois tinha certeza que seu pai voltaria para salvá-lo.

Estou no programa de de A.A. há oito anos e meio, e sóbrio.

Segurei no galho e não o larguei por nada. Consegui me encontrar com Deus na forma que eu O concebo.

Hoje tenho uma fé que funciona! Hoje sei que esteja onde eu estiver, aconteça o que acontecer haja o que houver, nunca mais estarei sozinho!

Garcia/Ribeirão Preto/SP
Revista Vivência - Matéria do Mês - Edição 112

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