sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Manter-se sempre não profissional


Manter-se sempre não profissional

Um pouco da prática da nossa Oitava Tradição.

Nenhum A.A. sofreu mais golpes por tais tempestades emocionais do que aqueles que se aventuraram a aceitar empregos de entidades de fora, lidando com o problema de álcool. Uma universidade queria um membro de A.A. para educar o público a respeito do alcoolismo. Uma empresa queria empregar um diretor de pessoal familiarizado com o assunto. Uma fazenda estadual para bêbados queria um administrador que realmente soubesse lidar com bêbados. Uma cidade queria um experiente assistente social que entendesse o que o álcool poderia fazer a uma família. Uma comissão estadual do álcool queria um pesquisador assalariado. Esses são apenas alguns trabalhos que membros de A.A., como indivíduos, estão fazendo hoje em dia. De vez em quando membros de A.A. compravam fazendas ou casas de repouso onde bêbados em péssimas condições pudessem encontrar os cuidados necessários. A pergunta era: podem tais atividades qualificarem-se como profissionalismo, de
acordo com a Tradição de A.A.?

Nossos anos de experiência nos dizem que a resposta é "não". Os membros que escolheram tais atividades de tempo integral não profissionalizam o Décimo Segundo Passo de A.A. O caminho para essa conclusão foi longo e duro. A princípio, não podíamos ver o verdadeiro envolvimento da questão. No passado, quando um A.A. se empregava em alguns desses empreendimentos, ele era imediatamente tentado a usar o nome de Alcoólicos Anônimos com propósitos de publicidade ou arrecadação de dinheiro. As fazendas de bêbados, empresas educacionais, as comissões legislativas do estado chamaram a atenção para o fato de que os membros de A.A. lhes prestavam serviços. Descuidadamente, os AAs assim empregados quebravam seu anonimato para fazer a propaganda da atividade de seu empreendimento. Por essa razão, algumas causas muito boas e tudo que era ligado a elas sofreram críticas injustas por parte dos grupos de A.A. Havia gritos de "Profissionalismo!
Aquele sujeito está ganhando dinheiro à custa de A.A..!" Entretanto, nenhum deles tinha sido contratado para fazer o trabalho do Décimo Segundo Passo de A.A.

A violação nesses casos não era de modo algum profissionalismo - era quebra de anonimato. O único propósito de A.A. estava sendo comprometido e o nome de Alcoólicos Anônimos estava sendo mal empregado.

Hoje em dia quase nenhum A.A. quebra o anonimato, a nível público, de maneira que quase todos esses temores desapareceram. Vemos que não temos o direito ou a necessidade de desencorajar os AAs que querem trabalhar como indivíduos nesses campos mais vastos. Seria na verdade anti-social, se nós os desencorajássemos. Não podemos declarar A.A. como uma sociedade fechada, onde mantemos nossos conhecimentos e experiência em segredo. Por que um membro de A.A. agindo como cidadão, não pode vir a ser um bom pesquisador, educador ou chefe de pessoal? Todos ganham, e não perdemos nada. Na verdade, alguns projetos aos quais AAs se ligaram têm sido mal compreendidos, mas isso não faz nenhuma diferença, com relação ao princípio envolvido.

Essa é a emocionante cadeia de acontecimentos que finalmente levantou a Tradição de A.A. do não-profissionalismo. Nosso Décimo Segundo Passo - levar a mensagem - nunca deverá ser pago, mas aqueles que prestam serviços para nós merecem ser pagos por seu trabalho.

(A.A. Atinge a Maioridade, pp. 105-106)

(Vivência - Julho/Agosto 2000)

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