sexta-feira, 29 de julho de 2016

Repassando da JUNAAB



Julho de 1950 – A despedida do Dr. Bob


Entre os dias 28 e 30 de julho de 1950, foi celebrada em Cleveland, Ohio, a Primeira Convenção Internacional de Alcoólicos Anônimos. As principais motivações para a realização deste evento foram duas: a primeira, a aprovação das Doze Tradições de Alcoólicos Anônimos – o que foi feito por aclamação de mais de três mil membros da Irmandade presentes e, a segunda, a despedida do Dr. Bob que, já muito doente e se preparando para morrer, citou como um dos seus últimos desejos comparecer a esse evento onde fez uma breve palestra.
Dos presentes àquele momento histórico, alguns se lembravam de como as ondas de amor de A.A. pareciam levantar o Dr. Bob; outros se lembram de como se sustentava encostado, enquanto falava. A maioria das pessoas recorda seu conselho sobre a simplicidade. Entre as coisas que o Dr. Bob disse nenhuma delas precisa de interpretação:
“Meus bons amigos em A.A. e de A.A., acho que eu seria muito negligente se não aproveitasse esta oportunidade para dar a vocês as boas vindas a Cleveland, não apenas a esta reunião, mas àquelas que já ocorreram. Espero que a presença de tantas pessoas e as palavras que aqui ouviram possam ser uma inspiração para vocês – e não somente para vocês, mas que vocês possam partilhar essa inspiração com os garotos e garotas que não tiveram a sorte suficiente de estarem aqui. Em outras palavras, esperamos que a visita de vocês aqui tenha sido agradável e proveitosa.
Sinto uma grande vibração ao olhar este vasto mar de rostos, com a sensação de que, possivelmente, uma pequena coisa que fiz há alguns anos teve papel infinitamente pequeno para fazer com que fosse possível esta reunião. Também me bem um grande estremecimento quando penso que todos tivemos o mesmo problema. Todos fizemos as mesmas coisas. Todos conseguimos os mesmos resultados em proporção ao nosso zelo, entusiasmo e capacidade de aderir. Se vocês me perdoam a inclusão de uma nota pessoal neste momento, permitam-me dizer que tenho estado acamado por cinco dos últimos sete meses, e minhas forças não retornaram como eu gostaria, assim, por necessidade, minhas observações serão muito breves.
Há duas ou três coisas que irromperam em minha mente sobre as quais seria apropriado colocar um pouco de ênfase. Uma é a simplicidade de nosso programa. Não vamos estragar tudo com complexos freudianos e coisas que são de interesse da mente científica, mas tem muito pouco a ver com nosso verdadeiro trabalho de A.A. Nossos Doze Passos, quando resumidos ao máximo, podem ser condensados nas palavras ‘amor’ e ‘serviço’. Entendemos o que é o amor e entendemos o que é o serviço. Então, vamos manter essas duas coisas em mente.
Vamos, também, lembrar de vigiar esse membro errante que é a língua, e se temos de usá-la, vamos usá-la com bondade, consideração e tolerância.
E mais uma coisa: Nenhum de nós estaria aqui hoje se alguém não tivesse usado seu tempo para explicar as coisas a nós, para nos dar uma palmadinha nas costas, para nos levar a uma reunião ou duas, para fazer em nosso benefício numerosas pequenas ações generosas e atenciosas. Por isso não permitam nunca que cheguemos a um grau de complacência tal que nos impeça de estarmos dispostos a estender, ou tentar estender a nossos irmãos menos afortunados, essa ajuda que tem sido tão benéfica para nós.
Muito obrigado”.
Para saber mais: leia a partir da página 345 do livro “O Dr. Bob e os bons veteranos” – Junaab, código 116.

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