quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Humildade


Humildade

A palavra humildade, de acordo com nossa concepção, tem relação com nossos sentimentos perante o Poder Superior. Essa humildade vem ligada ao sentimento de espiritualidade e não a bens materiais.
Temos necessidade de praticá-la em todos os sentidos se quisermos crescer como seres humanos pertencentes à irmandade do mundo, como o quer este nosso Poder Superior.
Dentre as muitas formas de defini-la, humildade significa: a virtude que nos dá o sentido de como realmente somos.
Muitas vezes ela é interpretada como sendo fraqueza, rebaixamento, mas, a realidade, a humildade é força, é aceitação, é a capacidade de pedir perdão e se perdoar.
Humildade é o ponto de partida para nosso crescimento espiritual, porque sem a humildade não haveria a aceitação dos Passos, lemas e Tradições que são a base de nossa reformulação de vida.
Encontramo-la logo no 1º Passo, quando admitimos que somos impotentes perante o álcool, e que nossas vidas haviam-se desmoronado completamente à mercê dessa doença.
No 2º Passo vamos encontrá-la na submissão ao Poder Superior e na admissão de no passado nosso modo de pensar, agir e viver não era razoável e equilibrado. Contudo, a experiência da vida não nos deixa duvidar que o ser humano não é todo sábio, nem todo poderoso, nem capaz de um amor perfeito.
Essas qualidades pertencem a um ser Superior, segundo entendimento que cada um tenha Dele.
Podemos entregar-lhe nossas tristezas, dissabores e pedir que nos ajude com sua bondade infinita.
No 3º Passo vamos encontrá-la na rendição incondicional ao Poder Superior quando formos capazes de dizer: - Senhor, não sou capaz de resolver este problema sozinho, preciso de Sua orientação e cuidados; ensina-me Sua vontade em relação a mim e a farei.
Já no 4º Passo vamos precisar de humildade para podermos nos olhar honestamente e fazer uma auto análise sincera do que realmente somos.
Talvez seja difícil e desagradável levar a cabo um inventário moral próprio e com toda sinceridade, mas é um passo vital, se desejamos progredir.
No 5º Passo vamos encontrar a humildade na admissão de nossas falhas perante Deus, perante nós mesmos e confidenciando-as a um outro ser humano de confiança. Tal reconhecimento requer tanto humildade, como honestidade.
É muito mais fácil sermos honestos com outra pessoa do que conosco mesmos.
Até certo ponto todos nós somos tolhidos pela nossa necessidade de justificar as nossas ações e palavras. Se admitirmos os nossos erros a nós mesmos, a Deus e a outro ser humano, teremos uma vaga idéia da pessoa maravilhosa que poderemos ser.
No 6º Passo vamos encontrá-la na disposição em remover os nossos defeitos de caráter, entregando-os ao Poder Superior para que nos ajude a eliminá-los.
Não podemos confiar somente nos nossos duvidosos poderes humanos. Tornamo-nos capazes de ver também nossas qualidades como dádivas de Deus.
Não deveria eu compreender que Deus não remove um defeito para produzir um vácuo, um vazio, mas sim, para dar lugar ao seu conceito de amor, bondade e tolerância?
No 7º Passo, encontramos a humildade na promessa de utilizarmos honestidade e inteligência que são dádivas divinas para solucionarmos nossos problemas.
Essa rendição ante a vontade de Deus põe em movimento todo seu amoroso poder para devolver às nossas vidas a ordem e serenidade.
Pedir a Deus humildemente que elimine nossas culpas é uma das mais nobres ações e uma das melhores maneiras de orar que existe.
A palavra chave é humildade, o nosso reconhecimento de que necessitamos que um Poder Superior a nós mesmos nos ajude a ver uma perspectiva real e a manter nossas mentes abertas à verdade.
A humildade não requer submissão ou padecimentos, tudo isto encerra qualidades negativas contra as quais não podemos nos rebelar.
A verdadeira humildade é da livre aceitação.
No 8º Passo vamos encontrar a humildade na disposição em admitir nossos erros de modo que possamos limpar a nossa consciência de culpa.
O que fazer para livrar-nos de tal condição?
Fazendo uma relação de todas as pessoas com quem temos atuado mal, nos dispondo a reparar o dano causado. A quem magoei?
Seguramente as pessoas mais próximas a mim: minha família – se consciente ou inconscientemente carregamos este fardo de culpa, isto deve ser apagado fazendo correções.
Somente então encontraremos paz de espírito e um padrão mais racional de pensamentos e comportamento.
A humildade é a boa vontade em fazer correções; muitas vezes cria a oportunidade de fazê-las de maneira natural, espontânea e sem embaraços. E isso leva ao crescimento espiritual.
Vamos encontrar a humildade no 9º Passo, na coragem de reparar os danos causados, os desacordos e a falta de compreensão entre mim e meus parentes ou ex-amigos.
Um auto-exame honesto e prudente será necessário. Um casual pedido de desculpas, por exemplo, raramente é suficiente para livrar-nos da culpa de críticas prejudiciais.
A melhor maneira de reparar os estragos é mudando nossas atitudes, adotando um trato marcado pela constante bondade e compreensão.
No 10º Passo vamos encontrá-la na atenção suficiente de revisão e preparação para o meu dia-a-dia, renovando meus esforços para progredir no desenvolvimento pessoal.
Olhar para dentro de si mesmo: ai que encontraremos todas as respostas.
No 11º Passo vamos encontrar a humildade na disposição de estar em comunhão com nosso Poder Superior, pedindo-lhe apenas a capacidade de reconhecer Sua vontade, pondo de lado todas as orações em que imponho minha vontade, instruindo a Deus sobre o que queremos que faça por nós.
O objetivo das preces e das meditações é manter nossas mentes abertas a receptivas à orientação.
Este processo de "escuta interior" orientará nossos pensamentos e ações e trará paz à nossa existência.
"É Deus que nos dá forças e torna perfeito o nosso caminho".
"Deus está presente em todas as criaturas, mas nem todas estão igualmente cientes de sua presença".
No 12º Passo vamos encontrar a humildade estando sempre dispostos a levar a mensagem aos outros.
Essa necessidade está sempre ao meu redor se eu me mantiver suficientemente alerta para reconhecê-la.
Ajudando os outros, também me ajudo.
Essa é a culminação triunfante – o resumo – dos Passos, é o reconhecimento de que alcançamos uma profunda consciência de Deus e a nossa relação para com Ele, e que estamos prontos para continuar o trabalho, levando aos outros a luz e a dignidade que encontramos. Então, quando obtenho uma idéia clara e sensata de onde estou, qual o caminho em que estou, passo a perceber que meu crescimento espiritual apenas começou.
E quanto mais eu me conscientizar da minha capacidade, da minha pequenez e dividir em porções o que eu posso fazer, as minhas desculpas e a minha importância ficam ridículas e cômicas.
Assim, conscientizado de mim, tomo também consciência e fé de que Deus é bom e que preciso Dele para abafar meu orgulho e saber então o significado da palavra Humildade.
No livro "O melhor de Bill", Bill citou o seguinte trecho:
"Esta é a razão pela qual vejo humildade para o dia de hoje como aquele meio-termo seguro e garantido entre esses extremos emocionais violentos. Trata-se de um lugar tranqüilo onde posso manter perspectiva e equilíbrio suficientes para iniciar o meu próximo passo em direção à estrada claramente indicada que leva a valores eternos".
(Fonte: Revista Vivência Nº 91 – Set/Out-2004 – Rubens A.. /Paulina/SP)

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